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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Detran.SP: Estado de São Paulo teve queda de 10% no número de mortes no trânsito

 Estatísticas do Infosiga SP também apontam redução de 11% nos acidentes com vítima no comparativo de janeiro de 2021 com 2022 

 

De acordo com os novos dados do Infosiga SP, sistema do Governo do Estado gerenciado pelo programa Respeito à Vida e Detran.SP, o Estado de São Paulo teve queda de 10% em mortes no trânsito na comparação entre os meses de janeiro de 2021 e 2022. Foram apontadas 362 ocorrências fatais no ano passado contra 326 no primeiro mês deste ano.

 

A queda também ocorre no número total de acidentes com vítimas, que incluem ocorrências não fatais, com uma diminuição de 11% na comparação entre janeiro de 2021 com 2022, de 14.276 para 12.677 ocorrências.

 

Houve queda de 21% nas mortes de motociclistas na comparação entre os meses de janeiro de 2021 e 2022. O número de 151 óbitos no trânsito no ano passado caiu para 119 neste ano. Em relação às ocorrências fatais com ciclistas, em janeiro de 2021 foram apontados 26 casos contra 19 óbitos registrados no mesmo período em 2022, queda de 27%. Também foi registrada redução de 3% nos óbitos de pedestres, de 69 ocorrências em janeiro de 2021 para 67 no mesmo período deste ano. Em relação às ocorrências fatais com ocupantes de automóveis, foi registrado pequeno aumento nas fatalidades no trânsito, de 87 em janeiro de 2021 para 88 em janeiro de 2022. 


 

Capital e Região Metropolitana

 

A cidade de São Paulo também registrou queda no número de mortes no trânsito no comparativo de janeiro de 2021 com o primeiro mês deste ano. Foram contabilizados 75 óbitos por acidentes de trânsito em janeiro do ano passado contra 61 em 2022, queda de 19%. Já na comparação entre os acidentes com vítima entre os meses de janeiro de 2021 com o mesmo período deste ano, houve uma redução de 5% nas ocorrências, de 3.156 para 3.008. 

Já na Região Metropolitana, as fatalidades no trânsito tiveram uma queda de 6%. Foram 130 óbitos no trânsito em janeiro de 2021 e 122 em janeiro de 2022. Os acidentes com vítima caíram de 5.583 (janeiro de 2021) para 5.038 (janeiro de 2022), diminuição de 10%. 

 


Sobre o programa Respeito à Vida 

Programa do Governo do Estado de São Paulo, atua como articulador de ações com foco na redução de acidentes de trânsito. Gerido pela Secretaria de Governo por meio do Detran.SP, envolve ainda as secretarias de Comunicação, Educação, Segurança Pública, Saúde, Logística e Transportes, Transportes Metropolitanos, Desenvolvimento Regional, Desenvolvimento Econômico e Direitos da Pessoa com Deficiência.

 

O Respeito à Vida também é responsável pela gestão do Infosiga SP, sistema pioneiro no Brasil, que publica mensalmente estatísticas sobre acidentes com vítimas de trânsito nos 645 municípios do Estado. O programa mobiliza a sociedade civil por meio de parcerias com empresas e associações do setor privado, além de entidades do terceiro setor. Em outra frente, promove convênios com municípios para a realização de intervenções de engenharia e ações de educação e fiscalização.

 

Diversas medidas têm sido adotadas para reduzir a mortalidade relacionada nas rodovias do Estado de São Paulo. Entre elas, algumas de maior impacto podem ser destacadas.


 

Velocidade no atendimento

 

A redução no tempo de atendimento às vítimas de acidentes pode reduzir a mortalidade em até 60%. Em rodovias, esse aspecto é ainda mais relevante, dado os tempos naturalmente dispendidos entre o deslocamento da equipe de resgate até o local do acidente e, em situações mais graves, dali para o hospital mais próximo. Os socorristas chamam esse período crítico de “A Hora de Ouro”, que é absolutamente relevante para as estatísticas de salvamentos de acidentes de trânsito.


 

Iluminação em trechos urbanos

 

Estudos indicam forte redução de mortalidade em trechos urbanos de rodovias que foram iluminadas. Um estudo que reuniu resultados de 50 pesquisas referentes ao impacto sobre os acidentes da iluminação em vias previamente não iluminadas concluiu pela de redução de 60% em acidentes fatais nessas áreas.


 

Cinto de segurança no banco traseiro

Uma pesquisa realizada pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP) em rodovias concedidas indicou, em 2019, que em torno de 10% das pessoas não usam o cinto de segurança nos bancos dianteiros e 30% no banco traseiro. Essa prática é de extrema importância e vem sendo estimulada por meio de campanhas educativas e fiscalização, uma vez que estudos indicam redução de mortalidade em torno de 25% para ocupantes do banco traseiro e 45% para os bancos dianteiros.


Transações digitais aumentam 14% entre os brasileiros na pandemia, revela Experian

Pesquisa Global Insights mostra que, mesmo com o retorno das compras físicas, as atividades online realizadas pelos consumidores seguem crescendo


Diante de um mundo cada vez mais digital, a Pesquisa Global Insights da Experian apontou que houve aumento de 14% nas transações digitais realizadas pelos consumidores brasileiros ao longo de toda a pandemia da Covid-19. Este dado se refere ao levantamento mais recente realizado em 2021 e se baseia em outros três estudos similares feitos em 2020, que mostram as mudanças causadas nas empresas e na sociedade neste período. As informações revelam também que no Brasil, apesar do aumento nas transações digitas, os consumidores estão menos fiéis às marcas no ambiente online, com redução de 16% (de 69% antes da pandemia para 53% atualmente).

De acordo com Jaison Reis, Diretor de Soluções de Identidade e Prevenção a Fraudes da Serasa Experian, “a diminuição da fidelidade do cliente, pode se dar pelo aumento da concorrência, visto que a pandemia impulsionou a variedade de serviços digitais. Ainda assim, sabemos que quanto mais eficientes forem as metodologias de segurança de uma empresa e a valorização da experiência do consumidor, mais chances ela tem de garantir a fidelização. Por isso, é preciso investir em soluções que criem um ambiente agradável e seguro, assim como, apostar em ferramentas que otimizem a experiência dos públicos de interesse".

O estudo revelou que 42% dos consumidores estão mais preocupados com a segurança de suas atividades no mundo digital, fazendo com que as empresas tenham que ampliar seus investimentos em soluções cada vez mais eficazes para manterem a confiabilidade. “A alta demanda no ambiente virtual fez com que as companhias passassem a ter esse olhar de priorização de uma experiência digital segura e conveniente, que contam com o suporte das soluções de dados, analytics e tecnologias de tomada de decisão”, diz Reis.

O levantamento global analisou também os impactos na jornada dos consumidores no ambiente online. Dentre os destaques, 59% dos consumidores alegam que realizam atividades bancárias, pessoais e pagamentos online regularmente. Por isso, quando perguntadas sobre como planejam focar seus investimentos para seguir melhorando a experiência do consumidor, 90% das companhias aprimorarão as soluções contra a fraude e soluções de tomada de decisão de crédito. No Brasil, a maior parte das empresas (77%) acredita que em 2021 a tecnologia ajudou a melhorar a verificação e prevenção à fraude e a análise de risco de crédito dentro da jornada digital do cliente.

Além disso, 76% das empresas pretendem aumentar o investimento para soluções de prevenção à fraude. Ainda de acordo com a pesquisa, 23% estão priorizando investimentos em Analytics e IA, 18% planejam mudanças para aplicações na nuvem e 13% desenvolverão melhorias na análise de crédito de risco.


Em termos práticos, como pessoas e instituições criarem relações mais confiáveis:

Consumidores:

  • Só inclua suas informações pessoais e dados de cartão de crédito se tiver certeza de que se trata de um ambiente seguro. Uma prática muito utilizada pelos golpistas no ambiente online é a de *phishing, a qual os criminosos copiam as informações trocadas durante uma transação, para utilizá-las posteriormente em uma fraude de identidade;
  • Desconfie sempre de ofertas com preços muito abaixo do mercado e milagrosas. E-mails com valores, promoções e vantagens muito especiais merecem desconfiança. Nesses momentos, é muito comum que os cibercriminosos usem nomes de lojas bastante conhecidas para tentar invadir o seu computador. Eles se valem de e-mails, SMS e réplicas de sites para tentar pegar informações e dados de cartão de crédito, senhas e informações pessoais do comprador;
  • Em caso de ofertas de lojas desconhecidas, faça uma pesquisa em sites dedicados à avaliação e reputação de lojas virtuais;
  • Atenção com links e arquivos compartilhados em grupos de mensagens de redes sociais. Eles podem ser maliciosos e direcionar para páginas não seguras, que contaminem os dispositivos com vírus para funcionarem sem que o usuário perceba;
  • É extremamente importante manter atualizado o antivírus do seu computador, diminuindo os riscos de ter seus dados pessoais roubados por arquivos espiões.

Empresas:

  • As empresas não têm alternativa a não ser investir em novos métodos de detecção de fraudes e tecnologias cada vez mais sofisticadas ao longo da jornada do cliente, para que a segurança da operação não afete sua experiência integrada;
  • Diante de uma crise global, as companhias mostraram-se mais do que preparadas, transformando a forma como se relacionam digitalmente com os clientes. Foi um ano desafiador, mas houve uma compreensão mais profunda das necessidades e expectativas digitais dos consumidores, oportunidades pendentes e riscos potenciais;
  • De agora em diante, as empresas precisam encontrar formas de melhorar continuamente a experiência do cliente, protegendo ao mesmo tempo as identidades e informações dos consumidores. Os vencedores dessa próxima era serão aqueles que incorporarem autenticação contínua e reconhecimento avançado em uma estratégia digital que considere a jornada do cliente completa.

Metodologia
Pesquisa Global Insights foi realizada pela Experian em quatro ondas: junho e julho de 2020, setembro de 2020, janeiro de 2021 e a mais recente em setembro de 2021. Foram entrevistadas 3.000 consumidores e 900 empresas dos segmentos bancário, varejo eletrônico e telecomunicações em 10 países (Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e as regiões EMEA, excluindo o Reino Unido, e APAC).

 

Serasa Experian

www.serasaexperian.com.br


Armazenagem: desafios de uma produção recorde em 2022

“O Brasil é o celeiro do mundo”. Essa frase foi um slogan nacional durante o governo de Getúlio Vargas que ganhou mais força nas últimas décadas em virtude dos resultados alcançados pelo nosso agronegócio, principalmente na produção de grãos.

Podemos afirmar que o Brasil alimenta quase 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo, o que é uma imensa responsabilidade para garantir sua segurança alimentar. Essa responsabilidade também é da cadeia logística pós-colheita, principalmente do setor de armazenagem de grãos.

A capacidade estática de armazenagem de grãos não tem acompanhado o crescimento da produção brasileira, apesar de todos os esforços que existem dos governos que vem se sucedendo em investir na área. O déficit tem sido crescente e alcançará 80-90 milhões de toneladas esse ano, um recorde negativo. Não fosse a frustração de safra no sul do país, ele chegaria a mais de 110 milhões de toneladas, o que poderia causar um verdadeiro caos logístico no país.

Estamos produzindo cada vez mais, o que significa que os produtores brasileiros são competentes e que há mercado para nossos produtos. Temos uma projeção de crescimento da produção brasileira invejável para o mundo, apesar de nós só cultivarmos ainda 9% do território nacional. Podemos dobrar a área agrícola ao longo dos próximos anos, sem derrubar árvores, usando pastagens degradadas em regiões de possível implantação da agricultura.

O Brasil não está em um estágio de produção madura como, por exemplo, estão os Estados Unidos. Estamos ampliando a produção. A cada ano produzimos, em média, 10 milhões de toneladas de grãos a mais. Essa produção circulando demanda mais caminhões, rodovias, portos, entrepostos logísticos e sistemas de armazenagem. O produtor está ganhando eficiência e produtividade, apoiado pela pesquisa que lança novas variedades e híbridos todos os anos, desenvolve biotecnologia, orienta a correção dos solos e o plantio direto, sempre visando a sustentabilidade da produção.  O desafio do país é acompanhar essa onda oferecendo uma infraestrutura mais racional e suficiente para essa produção crescente.

Hoje, a armazenagem de grãos está muito concentrada em centros urbanos e pouco dentro de fazendas. Segundo dados do MAPA, mais de 80% dos armazéns estão nas cidades, indústrias e portos, e menos de 20% estão juntos às lavouras. Portanto, incentivar a construção de armazéns de grãos na fazenda trará maior racionalidade ao processo logístico pós-colheita, maior controle e economia para os agricultores e maior segurança alimentar aos consumidores, pela distribuição da produção em armazéns em todo o território nacional.

Para zerar o atual déficit armazenagem, o Brasil precisaria investir em torno de R$ 80 bilhões, e esse investimento deveria acontecer preferencialmente dentro das fazendas. Portanto, a oferta de crédito em quantidade suficiente, prazo compatível e juros fixos são fundamentais para que o produtor invista em armazenagem. O crédito para construção de armazenagem tem sido o principal entrave para mitigação do déficit crescente e uma análise sobre isso merece um artigo específico.

O custo para construção de um sistema de armazenagem varia de R$ 900 a R$ 1.100 por tonelada estática, talvez hoje R$ 1.200 porque o aço subiu muito. Só que desse total, apenas 45-50% está destinada aos equipamentos (silos, secadores, limpadores, transportadores etc), o resto são obras e serviços complementares ou de infraestrutura para implantar a obra.

Os fabricantes brasileiros de equipamentos de armazenagem estão preparados para o desafio de reduzir o déficit de armazenagem. Têm tecnologia moderna, tanto é que essas empresas também exportam seus equipamentos. A capacidade fabril brasileira de equipamentos de armazenagem tem crescido, e pode crescer mais e rapidamente. As estatísticas do setor feitas pelo Departamento de Estatística da Abimaq mostram, inclusive, uma capacidade ociosa das fábricas que poderia ser suprida, caso o mercado demande.

A melhoria dessa infraestrutura de uma forma mais organizada e com uma visão mais estruturada, vai causar um impacto de crescimento significativo da agricultura brasileira e todo mundo vai ganhar com isso, principalmente os consumidores que terão produtos mais baratos armazenados com segurança. Mais armazéns também possibilitam “carregar” estoques para períodos de entressafra, garantindo o suprimento de grãos e reduzindo a oscilação de seus preços.

 


Paulo Bertolini - diretor da Granfinale Sistemas Agrícolas e presidente da Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grãos.


Seca ou excesso de chuvas: o que as cooperativas de crédito rural podem oferecer?

Utilização dos recursos requer cuidados específicos para garantir segurança jurídica


Com as chuvas em excesso no Norte, Nordeste e Sudeste e a seca no Sul e Centro-Oeste, é hora de avaliar estratégias de negócios que podem facilitar a vida do agricultor no campo, ainda mais no contexto de crise pelo qual passamos atualmente. Afinal, muitos poderão ter perdas, considerando ambos os casos, diante das mudanças climáticas. Uma das saídas para o problema é a participação em uma cooperativa de crédito rural, que consiste na associação de agricultores para a captação de recursos financeiros e viabilizar a atividade econômica de seus cooperados.

Conforme a advogada Thaís Oliveira, do escritório MBT Advogados, as cooperativas de crédito também atuam na administração das poupanças e na prestação de serviços bancários demandados pelos cooperados. “Esse instrumento surgiu da necessidade do homem do campo por acesso a linhas de crédito para o custeio e a realização de investimentos em sua atividade rural”, diz, complementando que o cooperativismo de crédito agrícola proporciona a redução das taxas e previsibilidade para o sistema bancário. “Isso oferece ao produtor um atendimento personalizado e mais pessoal que, dificilmente, é encontrado nos grandes bancos comerciais, especialmente pelo pequeno produtor”, avalia.

Para o advogado Adriano Coelho, também do MBT, os benefícios das cooperativas abrangem a concessão de crédito agrícola à atividade do pequeno ao grande produtor, e representam um aumento da capilaridade do sistema, além de agilidade nas análises de crédito. Ele explica que os bancos comerciais privados precisam, por lei, direcionar um percentual dos depósitos à vista e da poupança rural para o crédito rural a taxas controladas determinadas pelo Plano Agrícola e Pecuário (PAP) e pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

“Essas parcerias são firmadas entre as instituições financeiras de grande porte, e as cooperativas possibilitam um maior volume de recursos aos produtores, uma vez que um dos maiores entraves à participação desses bancos privados no crédito rural é a falta de informações de ambas as partes, tanto do tomador quanto do ofertador, seja no que diz respeito às políticas utilizadas pelas instituições financeiras ou quanto ao real uso do crédito concedido ou a intenção do tomador em pagar o empréstimo”, esclarece o advogado, destacando como as cooperativas facilitam o escoamento dos recursos de forma mais organizada.

É importante mencionar que essa forma de financiamento fornece maior segurança ao agricultor, mas, ainda assim, alguns cuidados jurídicos são necessários para evitar a inadimplência, como apontam os advogados nesta síntese:

- Cuidado na verificação de crédito: analisar se a linha de crédito está alinhada com o segmento agrícola desenvolvido pelo agricultor. Afinal, o pagamento do crédito pode estar vinculado ao ciclo da atividade rural, ou pode ser utilizado para fins de investimento em bens e serviços ou na atividade de produção e comercialização.

- Atenção aos juros: verificar os juros aplicados ao crédito rural, examinando se estão em consonância com o limite legal e o tipo da linha de crédito.

- Gestão de riscos: deve-se possuir conhecimento sobre eventuais riscos oriundos do segmento, como mudanças climáticas, a fim de se avaliar as reais necessidades e o prazo de pagamento conforme o seu ciclo financeiro.

Conforme Thaís, essas orientações auxiliarão o produtor no ato da contratação e na utilização do crédito. “A segurança jurídica é fundamental para o desempenho de sua atividade e evita possíveis descumprimentos contratuais”, finaliza.


Estudo propõe envolver jovens no mapeamento de risco e na prevenção de desastres ambientais

 


Cientistas da Unesp e do Cemaden testaram estratégia de monitoramento participativo em São Luiz do Paraitinga, após enchentes que destruíram parte da cidade em 2010. Metodologia pode ser aplicada em outras regiões do país (foto: oficina de mapeamento participativo/crédito: Miguel Trejo Rangel)


O Brasil registrou neste início de 2022 uma série de desastres ambientais em vários Estados. Vão desde chuvas intensas, com inundações e deslizamentos de terra e mortes em Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, até secas drásticas, como no Rio Grande do Sul. Porém, apenas 6,1% dos 5.568 municípios têm algum tipo de plano voltado para a redução de riscos e de impactos desses desastres, segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Estudo publicado na revista Disaster Prevention and Management pode contribuir com programas futuros de prevenção a esses tipos de ameaças. No trabalho, que recebeu o apoio da FAPESP, os pesquisadores desenvolveram uma metodologia de mapeamento de riscos, com a participação de moradores, principalmente jovens, para prevenir os efeitos de inundações, alagamentos, deslizamentos e chuvas intensas.

O objetivo do estudo foi construir um mapeamento participativo com estudantes do ensino médio para que suas propostas fossem consideradas na agenda de redução de riscos de desastres. Participaram 22 alunos matriculados entre 2019 e 2021 na escola estadual Monsenhor Ignácio Gioia, no município de São Luiz do Paraitinga (SP). Também envolveu o Programa de Pós-Graduação em Desastres Naturais oferecido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em parceria com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

A cidade, um importante destino turístico da região do Vale do Paraíba principalmente por seu centro histórico tombado como Patrimônio Cultural Nacional e por suas festas tradicionais, como a Folia do Divino e o Carnaval de Marchinhas, foi parcialmente destruída por uma enchente em 2010. À época, o nível da água chegou a atingir 12 metros de altura em alguns trechos do município. Depois do processo de reconstrução, houve uma série de investimentos, além da realização de desassoreamento do rio e obras de contenção de encostas.

“O terceiro degrau da igreja matriz era, até então, considerado o limite de onde chegavam as águas transbordadas do rio Paraitinga. No réveillon de 2009 para 2010, a enchente cobriu a igreja e derrubou casarões históricos. Apesar da destruição, não houve mortos, em parte, graças ao trabalho de resgate de praticantes de rafting que moravam na cidade. Eles passaram a madrugada fazendo mais de 400 resgates antes que os órgãos de emergência chegassem ao local. Isso mostra a importância da participação da população”, diz o sociólogo Victor Marchezini, pesquisador do Cemaden e orientador do trabalho.

À Agência FAPESP, Marchezini afirma que, depois de seu doutorado realizado logo após a enchente, em que analisou barreiras e desafios da participação local durante o processo de recuperação da cidade, detectou a necessidade de criar metodologias para envolver os moradores nas ações de prevenção.

“Se não há esse tipo de envolvimento, as respostas aos desastres acabam sendo improvisadas, as pessoas não estão preparadas. Usamos São Luiz do Paraitinga como um laboratório vivo, pensando em ações de prevenção”, completa o pesquisador.

No Brasil, pelo menos 8,3 milhões de moradores em 872 municípios vivem em áreas consideradas de risco, de acordo com o IBGE (Censo de 2010). Apesar de a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC, lei nº 12.608/2012) prever a participação da sociedade em ações de preparação, mitigação e recuperação voltadas à defesa civil, a legislação não cria mecanismos para incentivar esse envolvimento. No país, apenas 6,8% dos municípios informaram ter núcleos comunitários de proteção e defesa civil, de acordo com a pesquisa do IBGE.

Passo a passo

Os alunos envolvidos na pesquisa receberam capacitação e realizaram um mapeamento usando fotos de São Luiz do Paraitinga feitas por drones para identificar áreas propensas a inundações e a deslizamentos de terra.

Os estudantes foram estimulados a detectar grupos sociais que poderiam estar mais expostos a esses riscos. Encontraram, por exemplo, a própria escola estadual de ensino médio, uma unidade de educação fundamental e um asilo em locais vulneráveis. Com base no levantamento, traçaram no mapa da cidade as zonas inundáveis e de risco, usando também informações a respeito de áreas atingidas pela enchente em 2010.

“Esses jovens que participaram do mapeamento eram crianças naquele ano e não se lembravam de vários aspectos relacionados à inundação. Buscamos ferramentas para também fazer com que uma geração aprenda com a outra”, explica Marchezini.

A partir do mapeamento, os alunos fizeram um exercício para planejar rotas de fuga em caso de novos desastres. Em seguida, foram divididos em cinco grupos, sendo que cada um teve de propor e planejar medidas de redução de riscos de desastres, incluindo previsão de orçamento.

Para contribuir com recomendações e sugestões, as propostas dos grupos foram compartilhadas com a Defesa Civil local e com a organização não governamental Akarui, que desenvolve projetos com ênfase no envolvimento comunitário em São Luiz do Paraitinga.

O trabalho com os alunos foi conduzido pelo professor da escola estadual Daniel Messias dos Santos, um dos que assinam o artigo juntamente com o primeiro autor, o doutorando Miguel Angel Trejo-Rangel, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Entre as ações sugeridas pelos estudantes estavam a criação de um comitê de comunicação pelos municípios da bacia hidrográfica do Paraitinga, que inclui São Luiz e Cunha, a realização de um planejamento territorial para evitar construções em áreas de risco, a criação de um aplicativo para comunicar ações de resposta e um plano de preparação direcionado aos moradores.

Os resultados foram apresentados em evento, realizado em outubro do ano passado, com a participação de alunos, além de representantes da prefeitura, Defesa Civil e órgãos envolvidos na área (assista ao vídeo aqui). Na ocasião, a prefeita Ana Lúcia Bilard Sicherle, que também ocupava o cargo no ano da enchente, falou da importância da fiscalização para evitar que áreas de risco voltem a ser ocupadas. “Hoje temos uma equipe de Defesa Civil mais forte, além de mais mecanismos de monitoramento”, afirmou.

Agora, a metodologia desenvolvida pelo grupo de pesquisadores será incluída no programa Cemaden Educação, que tem o objetivo de levar a escolas informações e projetos voltados ao desenvolvimento de uma cultura de percepção de riscos de desastres. O programa já foi reconhecido como prática inspiradora pela Convenção- Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês).

Pesquisas realizadas no Brasil e em outros países já relacionaram as mudanças climáticas à ocorrência de chuvas intensas (leia mais em agencia.fapesp.br/36627 e revistapesquisa.fapesp.br/risco-de-mais-desastres-naturais).

O próprio relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC na sigla em inglês), divulgado no ano passado, alertava que chuvas fortes ficarão mais frequentes e intensas.

No cenário atual, em que o mundo se aqueceu 1 ºC na média global em relação ao chamado período pré-industrial, o volume de água das tempestades é 6,7% maior, podendo chegar a 30,2% no pior cenário (com aumento médio de 4 °C da temperatura da Terra).

O artigo Giving voice to the voiceless: connecting graduate students with high school students by incubating DRR plans through participatory mapping pode ser lido em: www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/DPM-03-2021-0100/full/html.

 

Luciana Constantino

 Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/estudo-propoe-envolver-jovens-no-mapeamento-de-risco-e-na-prevencao-de-desastres-ambientais/37978/


Sebrae-SP prorroga inscrições para o prêmio Prefeito Empreendedor 2022

Concurso tem o objetivo de reconhecer as lideranças máximas dos municípios que promovem o desenvolvimento econômico e social por meio do incentivo aos pequenos negócios locais

 

O prazo final para inscrição de projetos pelas prefeituras no Prêmio Prefeito Empreendedor foi prorrogado para o dia 24 de fevereiro. A premiação reconhece prefeitos que implantam projetos com foco no desenvolvimento dos pequenos negócios do município. 

Serão premiados gestores que tenham implementado os melhores projetos de estímulo ao surgimento e ao desenvolvimento de pequenos negócios e à modernização da administração pública, nas seguintes categorias: Desburocratização; Sala do Empreendedor; Empreendedorismo na Escola; Governança Regional e Cooperação Intermunicipal; Compras Governamentais; Marketing Territorial e Setores Econômicos; Inovação e Sustentabilidade; e Cidade Empreendedora. 

Para a gerente de políticas públicas do Sebrae-SP, Beatriz Gusmão, o Prêmio reconhece projetos que estimulam o desenvolvimento econômico sustentável dos municípios. “São iniciativas que transformam a realidade local e constroem uma corrente positiva. Ações que promovem o empreendedorismo, fomentam os pequenos negócios e estruturam o desenvolvimento local, impactando positivamente a economia, o emprego e a renda”, enfatiza.

 

Como participar 

Para concorrer ao prêmio, os prefeitos e prefeitas encontram todas as informações, materiais de apoio, regulamento e cronograma no site do Prêmio Prefeito Empreendedor.  

As inscrições vão até o dia 24 de fevereiro de 2022. Os projetos vencedores serão divulgados em abril deste ano.


Explosão de casos de Burnout obriga empresas a estabelecerem um programa de prevenção de riscos jurídicos e financeiros

Desde o início de 2022, com a nova classificação da Síndrome de Burnout como doença ocupacional pelo Ministério da Saúde, a síndrome deixou de ser tratada apenas como um distúrbio psíquico, passando a ser definido como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. Por isso, as empresas deverão ficar mais atentas à saúde mental de seus empregados, sob pena de serem responsabilizadas pelos eventuais danos físicos, morais e patrimoniais causados pela doença, também denominada de Síndrome do Esgotamento Profissional. 

Com a inclusão da Síndrome de Burnout como uma doença ocupacional em que o trabalho é o fator de risco, as empresas devem ter atenção e cuidado no oferecimento de um ambiente de trabalho saudável e seguro para os seus empregados. Estabelecendo um programa de prevenção de riscos adequado, além de oferecer um ambiente de trabalho limpo e organizado.
  

Outro ponto importante é estimular canais de comunicação interna entre gestores e empregados como forma de aproximar a empresa de seus empregados, criando um ambiente de trabalho leve, respeitoso, transparente e mais agradável. 

As empresas também devem adotar em seus programas de compliance meios de prevenção ao assédio e à fadiga física ou mental de seus empregados, evitando cobranças exageradas, jornadas de trabalho excessivas, remunerando corretamente as eventuais horas-extras ou concedendo compensações com folgas e atrasos, respeitando os intervalos legais e os descansos semanais e anuais de seus empregados. 

É importante avaliar se as metas e cobranças de cumprimento de tarefas são atingíveis, para que não se tornarem cobranças excessivas que desaguam em situações de esgotamento da saúde mental do colaborador. 

No entanto, a responsabilização das empresas no Judiciário deverá se basear em laudo médico que comprove que o colaborador sofre com o estresse crônico de trabalho, além do histórico e da avaliação do ambiente laboral, incluindo relatos de testemunhas. 

Já com o diagnóstico do Burnout, é direito do trabalhador a emissão de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) pela empresa e o encaminhamento desse empregado para realização de perícia ao INSS, onde será verificado a necessidade ou não de afastamento do trabalho por tempo superior a 15 dias.

Caso o afastamento seja superior a 15 dias com percepção de auxílio doença acidentário pelo INSS, após o retorno ao trabalho do empregado doente, este terá direito à estabilidade provisória no emprego pelo período de 12 meses subsequentes, não podendo ser dispensado sem justa causa, sob pena de a empresa ser obrigada a pagar indenização relativa aos salários do mesmo. 

Uma pesquisa da Kenoby com profissionais de recursos humanos, mostrou que 93% deles disseram que as empresas ainda ignoram as questões de saúde mental. Entre os entrevistados, 53,4% não sabiam dizer se a empresa pretende investir em saúde mental. Outros 35% responderam que o investimento virá em menos de um ano. 

Com esses dados com fica claro que as empresas devem investir em campanhas educacionais internas sobre saúde, estimulando e até proporcionando aos seus empregados condições para a prática de atividades que evitem o desenvolvimento da Síndrome de Burnout, como por exemplo, terapia, a prática de meditação, yoga, tai chi chuan, entre outros, como forma de evitar lesões por esforço repetitivo e minimizar o estresse físico e mental decorrente do trabalho. 

Todas essas iniciativas da empresa na busca de um melhor ambiente de trabalho e de prevenção dos riscos devem estar devidamente documentadas para afastar eventual alegação de culpa in vigilando do empregador.
 



Carla Dolezel - reitora da Faculdade Instituto Rio de Janeiro - FIURJ

 

Como adquirir independência financeira mais rápido

(crédito: divulgação istock)
Com planejamento e organização, conquiste sua independência financeira rapidamente




Para conquistar a independência financeira, é necessário antes de tudo ter uma organização e, consequentemente, um equilíbrio entre seus ganhos e suas despesas mensais, inclusive para manter um padrão de vida onde o salário não esteja atrelado a essas contas. Obter essa conquista é possível quando se faz um planejamento e um acompanhamento de suas contas, mas acima de tudo ter a disciplina para conquistar seu objetivo. Para auxiliá-lo, relacionamos algumas dicas que certamente contribuirão com o seu desejo.


Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), em dezembro de 2021, 70,9% das famílias brasileiras possuíam dívidas, um fato bastante real, pois muitas não conseguem quitar as despesas básicas, em razão do desemprego, causado principalmente pela pandemia do COVID-19. Mesmo com uma renda média de R$ 1.380,00 em 2020, o salário mínimo ideal seria acima de R$ 5 mil, conforme aponta o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).


Observa-se também que pessoas que possuem um rendimento financeiro suficiente também não conseguem atingir o objetivo de ter a sua independência financeira, pois falta planejamento e organização, assim como não compreendem como o seu dinheiro some e não conseguem pagar todas as suas contas. Para tanto, precisam antes de mais nada mudar os hábitos prejudiciais no seu controle financeiro, ou seja, ter uma educação financeira e dessa forma ter claro que não pode gastar mais do que ganha; consequentemente, com um orçamento equilibrado e com reservas suficientes, poderá futuramente nem depender de um trabalho.


Especialistas orientam que a essência da independência financeira está no fato de atingir uma boa reserva, aplicada em investimentos seguros que favorecem um retorno necessário para uma vida confortável. Tanto é que classificam a independência financeira em 4 tipos, com o objetivo de favorecer a escolha das melhores estratégias para a conquista de sua meta. A primeira delas é a independência de curto prazo, que seria ter o recurso financeiro suficiente para viver sem salário por um período de tempo, que pode variar de alguns meses a um ano; para tanto, uma reserva de emergência se faz necessária, principalmente para não obter dívidas, em razão de algum imprevisto.


A segunda seria a independência das dívidas; sugere-se não chegar a essa fase e evitar gastos com pagamentos de juros altos e parcelas infinitas, tanto para comprar o básico, como para quitar suas despesas – evite ao máximo chegar nessa fase. O terceiro tipo de independência financeira sugere que tenha independência de emprego, ou melhor, a partir do momento que seus ganhos e suas despesas estão equilibrados, passe a investir, como, por exemplo, em renda fixa – inclusive, se passar por um período de desemprego, terá recursos para suprir suas necessidades, tanto é que os investimentos financeiros sempre suprem os momentos de escassez de recursos.


E o quarto tipo seria a independência financeira total, onde não será mais necessário trabalhar por dinheiro, em razão dos rendimentos dos seus investimentos suprirem as suas necessidades, possibilitando até mesmo reinvestir parte dos lucros obtidos. Chegar nessa fase não é difícil; basta ter: organização, planejamento financeiro com um orçamento detalhado de receita e gastos, mantê-lo sob controle – gastar menos do que ganha –, mudar seus hábitos financeiros, como cortar gastos desnecessários, anotar em uma planilha seus ganhos e suas despesas, estabelecer metas financeiras, ter um fundo de reserva e aprender a investir seu capital de forma diversificada.

 

Mercado de gestão de dados brasileiro: perspectiva de expansão em 2022

Os bons resultados que obtivemos no mercado de gestão de dados obtidos em 2021, nos faz acreditar que a perspectiva para 2022 é de continuidade desse cenário favorável. Esses bons ventos se deveram, em parte, às condições excepcionais relacionadas à pandemia de Covid-19, que obrigou as empresas a dedicar grande esforço na digitalização de seus principais processos, esforço esse por sua vez, associado ao forte crescimento do consumo remoto, o qual tem induzido mais empresas a desenvolver e expandir seus canais digitais para vender e se relacionar com consumidores. 

Mesmo diante das incertezas sobre a evolução da pandemia e de seus impactos sobre a economia, a percepção é que esse cenário de expansão do consumo remoto continuará se fortalecendo e a chave para o sucesso nesse trajeto pressupõe um esforço cada vez maior das empresas no engajamento e comunicação com os consumidores, tornando-se vital para elas o maior uso de dados, como fonte para melhor compreender esses consumidores e, assim, melhorar a precisão das mensagens e das ofertas endereçadas. 

Associada a esse cenário, observa-se uma tendência de avanço na maturidade das empresas em relação ao grau de importância concedido quanto à organização, padronização, higienização e enriquecimento para o adequado uso dos seus dados, o que exacerbou a demanda por melhores modelos e ferramentas para a governança e qualidade de dados cadastrais, sejam de clientes, fornecedores, parceiros, colaboradores, produtos, materiais e ativos, dentre outros. 

Outras oportunidades no horizonte como propulsoras de maior demanda para projetos de integração de dados, estão relacionadas ações relacionadas ao ambiente regulatório de determinados segmentos. Um exemplo é o Open Banking, implantado pelo Banco Central para determinar as bases de compartilhamento de informações de dados cadastrais pelo sistema bancário, sempre com a devida autorização dos clientes. Dando continuidade a esse processo, em 2022 está se iniciando as ações para o Open Finance, com o uso do mesmo expediente relacionado ao intercâmbio de dados cadastrais de clientes entre empresas de outros segmentos do sistema financeiro e de seguros, com vista a garantir maior competitividade ao setor e maior benefícios aos clientes. 

Como empresa fornecedora de serviços e ferramentas associadas ao aperfeiçoamento da governança e qualidade de dados e que deseja ganhar espaço nesse mercado, apostamos em prover cada vez mais soluções end to end aos nossos clientes, reforçando nossa capacidade de se responsabilizar por uma maior parcela dos processos relacionados à gestão dos dados. Para tanto, nosso portfólio passou a incluir, desde o desenho, à implantação, à sustentação da solução implantada e, mais além, acrescentando uma gama de recursos para gerar insights que apoiem maior crescimento e rentabilidade dos negócios, a partir dos dados assim qualificados. 

Prova desse acerto em nossa estratégia é o como a Assesso gerou frutos no terreno fértil desse mercado. A empresa terminou o ano com reconhecimento internacional, ao ser enquadrada como “Rising Star” pela ISG Provider Lens™ Analytics Services 2021 Brazil, dada a extensão e qualidade do seu portfólio de serviços e metodologia associados ao que se convenciona chamar de Data Lifecycle Management Services. 

Ciente de que essa demanda não se resume ao Brasil, a Assesso iniciou um ciclo de expansão para além das fronteiras do país, com parcerias estratégicas na América Latina e América do Norte, para levar gestão de dados forma segura às empresas de outros países. O forte investimento na adaptação da plataforma DataCare® às peculiaridades e restrições existentes em cada país é um passo tomado de forma segura, pela análise cuidadosa de como são promissoras as perspectivas para o mercado de gerenciamento de dados.

 

 

André França Cardoso - CEO da Assesso, provedora de software e consultoria para Gestão da Informação e Qualidade de Dados, que atende empresas como Natura, Gol, Santander e Honda.


A improdutividade é um ciclo vicioso


A improdutividade sempre vem acompanhada de um ciclo vicioso.  E como todo ciclo vicioso, ela pode tornar-se uma bola de neve em sua vida. Mas é importante destacar que a improdutividade pode surgir na vida de qualquer pessoa, em qualquer momento e fase da vida. Esse é um sentimento que também faz parte do ser humano, somos tendenciosos a ficar e gostar da zona de conforto.

Trago aqui algumas reflexões de experiências vividas, onde me conectei com estudos e conceitos aprendidos com o objetivo de entender como melhor lidar e mitigar a improdutividade do meu time.

Analisar os indicadores de performance do time é uma prática que tenho feito com muita intensidade nos últimos dez anos. Quando iniciei minha jornada de líder, achei que poderia utilizar os mesmos mecanismos que eu usava para mensurar a minha produtividade e aplicar no meu time. O resultado?  Não deu tão certo como havia imaginado e quebrei a cara muitas e muitas vezes.

Com o tempo, descobri uma dura realidade. O contexto é muito mais complexo quando se trata de gerenciar o outro, e os mecanismos precisam ser adaptáveis nos mais variados níveis de exigências e resultados.

Fazer com o que o outro realize o necessário, aquilo que foi estabelecido e proposto durante a contratação, é um imenso desafio. E só entendemos isso na prática, quando muitos sabem o que têm que fazer, mas o agir não acontece na mesma intensidade do saber. Este paradoxo é um movimento cíclico, que traz inércia na geração de resultados. O que no meu conceito era obrigação de um profissional entregar, durante a prática, como líder, se apresentou como um diferencial.

Segundo Caio Arnaes, gerente sênior da Consultoria Robert Half, empresa americana especializada em recrutamento, reconhecida pela excelência no trabalho e nomeada na lista da Fortune das "World’s Most Admired Companies”, existem cinco pontos para pessoas serem demitidas, sendo o primeiro deles a baixa produtividade, seguido da falta de adequação à cultura da empresa, mal relacionamento com a equipe, atrasos e faltas constantes e, por último, a falta de um bom relacionamento com o seu superior.

Frente a essa perspectiva, decidi estudar e analisar as caraterísticas de uma pessoa improdutiva para mudar o meu viés na hora da contratação. E, também, com as pessoas que já fazem parte do meu time, buscando sondar se elas querem sair deste ciclo vicioso da improdutividade e vivenciar modelos diferentes de entrega dos resultados.

Quando falo em improdutividade como um ciclo vicioso, faço aqui uma associação com a vida como um todo, desde o início de todo o nosso aprendizado de obrigações, entregas e prazos. E esse é um processo que se inicia lá na infância. Pois, as pessoas crescem e mudam apenas de ambiente, mas o padrão continua o mesmo.

Assim, ao vislumbrar esse cenário desafiador de um líder, que é ter um time de alta performance, elenquei duas características fortes de uma pessoa improdutiva, ou seja, aquelas que pouco entregam os resultados. A primeira característica é a pessoa que sempre precisa de uma supervisão para finalizar as suas tarefas. A segunda é aquela pessoa que consome o seu tempo se ocupando com atividades que não estão alinhadas com a tarefa principal, ou seja, se distrai facilmente.



Supervisão assídua e distração

É interessante o quanto a nossa qualidade de aprendizados, que começa lá na infância, reflete nos padrões atuais, quando estamos no mundo corporativo. Ao fazer essa regressão para a fase da infância, percebo que as crianças (no quesito comportamental) que precisavam de um reforço escolar e ficavam de recuperação, estudavam apenas no último dia antes da prova. Elas ficavam brincando em sala de aula, entravam por último na sala de aula e eram as primeiras a saírem quando o sinal tocava. Esse tipo de comportamento tende a se repetir com o passar do tempo, só que de uma forma diferente quando pensamos no cenário empresarial.

Essas crianças precisavam sempre de um recall dos pais, dos professores e passavam de ano sempre na navalha. Mas com o tempo, essas crianças crescem e se tornam adultos e profissionais que levam, mesmo que de forma inconsciente, este padrão vivenciado e aprendido de improdutividade. Isso não é uma regra, aliás, falando de pessoas, nada é geral, tudo são pesquisas e percepções como um todo. Mas, por este movimento de associação que fiz, ousei em intitular este artigo como: Improdutivo cíclico.

Contudo, no ambiente corporativo o contexto muda. Aquele velho padrão repetitivo continua sendo o mesmo. Tudo vira um peso, uma dificuldade e nada é entregue dentro do prazo que foi solicitado. Além disso, essas pessoas não conseguem realizar as tarefas sem consumir o tempo de outra pessoa, pedindo ajuda de um colega ou mesmo do seu superior que termina fazendo o serviço.

Esse tipo de pessoa escolhe alguém de muleta para as entregas, consumindo o tempo dela e do outro. Enquanto na infância essa pessoa era a figura da mãe, na fase adulta e no mundo corporativo é o chefe. Parece ser tão lúdico essa associação feita, não é verdade? Mas o ser humano é assim, ele muda o ambiente, mas a origem, quanto aos valores, permanece e esse comportamento cíclico também se mantém o mesmo, só que outra forma. 

A cada dia mais empresas estão com este alerta de olharem o padrão comportamental, o fit cultural do colaborador com a empresa, porque entendem que os softs skills são fundamentais para o profissional performar bem e crescer dentro da organização. Estes pontos não eram nem mencionado antes, o que importava era o currículo, experiências, certificações e diplomas. Isso continua sendo importante, mas não o fundamental.

Liderar pessoas nas mais variadas construções de aprendizados e propósitos de vida é um desafio constante. E requer aprender e desaprender diariamente padrões, mudar o mindset e apreciar a diversidade em vez de guerrear com ela. Líderes inspiram os liderados, mas não impõem. Eles apenas mostram o caminho e validam quem quer seguir e mudar.

A baixa performance, ou seja, lidar com profissionais não produtivos, é um dos cinco grandes desafios dos líderes. Por que isso é tão crescente? Porque um feedback e plano de carreira dentro da empresa não resolvem por completo esse problema, apenas melhoram por um tempo e depois voltam, no mesmo padrão de sempre? Porque a pessoa desde cedo aprendeu a ser assim. Ou seja, ele não faz questão de mudar e coloca a culpa em algo que advém da infância, como eu já disse anteriormente.

Nesse caso, é necessário, é preciso desaprender. Desaprender esse padrão construído e mantido e buscar um novo padrão. Um padrão de uma pessoa com um mindset inovador e disruptivo. Só que nem todos estão dispostos e prontos para esta reprogramação.

Este século busca substancialmente por pessoas flexíveis, prontas para experimentar o novo com muita humildade intelectual durante o processo de aprender. E desaprender também. A nós, líderes, apenas nos resta garimpar tais pessoas, treinar e retê-las. É fácil? Lógico que não. Mas não temos outro caminho e precisamos seguir acreditando que o nosso trabalho tem o poder de transformação no outro por meio desta conscientização, de onde ele está e aonde quer chegar.




Shirley Fernandes - sócia-diretora Comercial e de Marketing da N1 IT Stefanini.


Aquecedores solares são até quatro vezes mais eficientes do que outras tecnologias

 Equipamentos já instalados no País produzem volume de energia equivalente ao da Usina de Itaipu


Os aquecedores solares de água são até quatro vezes mais eficientes do que outros equipamentos capazes de aproveitar energia solar e atendem a aplicações residenciais de baixa até alta renda, comerciais, industriais e serviços. São a melhor alternativa para evitar o consumo dos chuveiros elétricos, que sobrecarregam muito o sistema no horário de ponta (entre 17 e 21 horas), representando mais de 7% de toda a eletricidade gasta no Brasil e cerca de 37% da residencial, segundo dados do Balanço Energético Nacional da Empresa de Pesquisa Energética (EPE, 2021) e Pesquisa de Posse de Hábitos de Uso e Consumo (Eletrobrás, 2019).

Luiz Antonio dos Santos Pinto, novo presidente da Abrasol (Associação Brasileira de Energia Solar Térmica), salienta que o aquecedor solar é uma tecnologia totalmente nacional e altamente eficiente, capaz de ajudar o País a evitar blecautes, diminuindo o consumo de eletricidade principalmente no horário de ponta. Os equipamentos geram energia térmica durante o dia e a armazenam para ser consumida também à noite, funcionando como uma bateria. A produção acumulada correspondente de eletricidade dos aquecedores solares de água instalados no Brasil é de aproximadamente 13,5 GW, o que equivale a quase toda uma usina de Itaipu, que é de 14GW. 

Ampliar o uso dos aquecedores solares neste momento seria uma contribuição relevante ao Brasil, reduzindo o consumo nacional de eletricidade principalmente nos horários de ponta, e para as famílias, que teriam grande economia nas contas de luz. Os aparelhos proporcionam água quente nas torneiras e banhos quentes mesmo quando ocorrem apagões, ao contrário de qualquer tipo de aquecimento gerado a partir da rede elétrica.


Consumidor gasta menos em farmácias em função da crise, aponta pesquisa inédita


O impacto da pandemia no comportamento de compra do consumidor nas farmácias foi bastante relevante, aponta a 5ª Edição de 2022 da Pesquisa Sobre o Comportamento do Consumidor em Farmácias no Brasil, realizado pelo IFEPEC - Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa - em Parceria com a Unicamp e que entrevistou 4.000 consumidores em todo o país. Um dos pontos de destaque do levantamento foi a queda na cesta de produtos adquiridos pelos consumidores e, consequentemente, diminuição do ticket médio de vendas.

“Segundo os dados da pesquisa que é realizada anualmente, com consumidores de forma presencial, se percebe alguns importantes e relevantes reflexos da diminuição de poder aquisitivo da população. Atualmente se compra menos unidades por visitas às farmácias e se busca produtos de preço menor, com isso a redução do ticket médio é bastante significativa”, aponta o presidente da Febrafar, Edison Tamascia.

Percebe-se que a quantidade de unidades adquiridas em uma cesta de compra que era de três produtos na média em 2020, passou para 2,6 em 2021. O ticket médio também caiu consideravelmente, passando de R55,02, para R 43,71, uma redução de 19%. Por fim, os consumidores priorizaram itens com preços menores, sendo que o valor médio por item passou de R18,00 para R16,81.

O objetivo central dessa pesquisa sempre foi de analisar o perfil de consumo nas farmácias. "Fazer uma pesquisa sobre o retrato real do comportamento dos consumidores no varejo farmacêutico nacional é primordial para apoiar as iniciativas internas. Com dados atuais à disposição, podemos estruturar nossas estratégias e dessa forma sermos mais assertivos", destaca Edison Tamascia, presidente da Febrafar.


Veja outros pontos de destaque da pesquisa apontados pelo presidente da Febrafar, Edison Tamascia:


Importância da prescrição médica -- Essa pesquisa apontou que mais de 68% dos consumidores entrevistados afirmaram que os medicamentos comprados tinham origem de prescrição médica, ainda que nem todos portassem a receita médica no momento da compra. Lembrando que hoje muitos medicamentos são de uso contínuo e que grande percentual dos produtos adquiridos nas farmácias são MIPs (Medicamentos Isentos de Prescrição).


Fidelidade e melhor preço em alta -- Outra mudança no perfil cada vez mais observada é que mais consumidores afirmam que o preço foi o principal fator para a escolha da farmácia, atingindo 79,9% dos entrevistados. No ano anterior esse número era de 75,4%. Além disso, mais de 86% dos consumidores entrevistados reportaram participar de algum programa de fidelidade, o que comprova que essas ações continuam em alta.


Finanças é principal fator para não comprar - Também cresceu o número de consumidores que deixaram de adquirir algum produto por questão financeira, sendo que mais de 19% dos consumidores entrevistados reportaram ter deixado de adquirir produtos que desejavam comprar. Destes consumidores, mais da metade 51,8%, alegaram questões financeiras.


Genéricos confiáveis - Uma novidade na atual pesquisa é que foi avaliado o grau de confiança dos entrevistados nos produtos genéricos. Com isso se observou que esse tipo de produto já caiu na preferência dos pesquisados, sendo que somente 3,3% afirmaram ter um nível de confiança ainda baixo.


Cresce Compra Digital -- Quase 17% dos entrevistados afirmaram que compram frequentemente ou raramente pela internet ou por aplicativos, ou seja, de forma virtual, quando comparado com períodos anteriores é mais que o dobro. Apesar de ser uma porcentagem ainda relativamente baixa, isso mostra que essa é uma modalidade que vem crescendo.
 

Sobre a Pesquisa

A Pesquisa Sobre o Comportamento do Consumidor em Farmácias no Brasil - Edição 2022 foi aplicada pelo IFEPEC (Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa) em parceria com o NEIT - Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia, do Instituto de Economia da Unicamp.

Para a realização do levantamento foram entrevistados quatro mil consumidores nas imediações das farmácias, após efetuarem suas compras. Os estabelecimentos foram selecionados de acordo com os agrupamentos a qual pertencem, segundo dados da IQVIA.


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