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Especialista
em investimentos dá dicas de como e onde começar a investir a longo prazo para
o futuro das crianças
Uma dúvida que muitos pais têm é: quando começar a
poupar dinheiro para a faculdade do seu filho (a)? Para Daniel Funabashi,
assessor de investimentos da iHUB, a responsabilidade com o dinheiro para a
educação futura dos pequenos é essencial desde a gestação, ou até mesmo antes,
no momento de planejar aumentar a família.
“Os pais devem saber que há diversas formas de
poupar, mas algumas são consistentemente mais bem sucedidas do que outras,
então estudar todas as alternativas é essencial”, explica Funabashi.
A diversificação é o ponto chave para o sucesso da
rentabilidade a longo prazo, pois não necessariamente o que deu mais retorno no
passado, dará um retorno melhor ainda no futuro. As opções são várias, mas com
a ajuda de uma assessoria profissional qualificada, as indicações corretas - de
acordo com o perfil de risco, serão feitas para guiar não só os primeiros
passos no universo dos investimentos, mas também ao longo de todo
processo.
Momento ideal para começar a investir
No mercado financeiro é comum dizer que o melhor
dia para começar a investir foi ontem, ou seja, quanto antes começar, melhor.
Vale levar em consideração que isso vai depender das condições financeiras de
cada família, pois os primeiros anos com o novo integrante costumam ter custos
elevados, e também se trata de um momento de adaptação das finanças da
casa.
“O recomendado é que o início do planejamento
financeiro seja feito desde os primeiros passos das crianças, pois os pais têm
o tempo a seu favor e poderão se beneficiar do poder dos juros compostos, que
são os famosos “juros sobre juros”, comenta o assessor de investimentos.
Abaixo, Funabashi destaca duas dicas para dar os
primeiros passos quando o assunto é começar a poupar:
- O
planejamento mensal é uma das primeiras ações a ser tomada, desta forma, o
valor pode entrar como uma despesa fixa no momento da divisão do
dinheiro.
- Abra
uma conta numa corretora, pois elas costumam ter produtos com taxas
menores, além de ter a orientação de um assessor de investimentos.
Como se auto educar financeiramente e ensinar os
filhos
A melhor maneira de educar alguém é pelo exemplo,
assim como diz o velho ditado “a palavra convence, mas o exemplo
arrasta”.
Daniel explica que a organização deve ser iniciada
pela vida financeira dos pais, no controle de gastos, pagamento das dívidas e
investir com frequência. Além disso, vale ficar atento que o valor do
investimento não deve ser somente com o que “sobrar” no mês, porque na maioria
das vezes o valor a ser investido sempre é gasto com outras coisas. “O
investimento é um imposto que você estará pagando para o seu eu do futuro”,
comenta.
No dia a dia com as crianças, os pais podem tentar
incluir de forma lúdica a disciplina de poupar, mostrando que muitas vezes é
melhor abrir mão de algo imediato, como um chocolate, por algo melhor no
futuro, como uma bicicleta. Algumas ferramentas muito úteis para a
educação financeira são: a mesada ou semanada e as recompensas por tarefas
concluídas e performance escolar, por exemplo.
Além disso, o conhecimento sobre o mundo das
finanças e dos investimentos é essencial para os pais passarem aos seus filhos,
mas com a linguagem correspondente a idade dos pequenos, de modo que eles
compreendam de maneira simples.
“As mudanças na economia impactam diretamente na
vida de todos nós. Entre os conceitos mais importantes que devemos saber estão:
a taxa de juros oficial do Brasil - a Selic, o CDI, inflação, câmbio, bolsa de
valores, e o mais importante, como todas essas coisas estão interligadas e se
comportam quando há mudança em uma delas. Quando o Banco Central aumenta a
Selic, a inflação tende a cair, pois isso desacelera a economia e acalma os
preços, por exemplo”, explica Funabashi.
Poupar dinheiro para o futuro educacional das
crianças
Independente se o orçamento é apertado ou folgado,
o investimento sempre tem de vir em primeiro lugar, como parte das despesas
mensais. Para aqueles com um orçamento mais justo, o ideal é cortar gastos
desnecessários e, se possível, conseguir uma renda extra, com o intuito de
destinar para os investimentos.
Já para aquelas famílias que possuem uma folga
maior no orçamento, pode ser interessante pensar em um seguro de vida, que
completaria os investimentos das crianças, no caso do falecimento do titular ao
longo do período de acumulação.
A pergunta “onde investir?” é a dúvida que passa
pela cabeça dos pais, pois existem várias linhas de pensamento quando o assunto
é investimento a longo prazo. Abaixo, Funabashi lista os que apresentam os
melhores resultados.
1) Investir no título do Tesouro Direto atrelado à
inflação com o prazo mais próximo ao seu objetivo;
2) Comprar o fundo passivo que acompanha o
Ibovespa;
3) Montar uma carteira de ações ou investir em bons
fundos de ações;
4) Criar uma carteira de fundos imobiliários;
5) Investir em um plano de previdência privada.
“Cada uma dessas vertentes possui suas vantagens e
desvantagens e o auxílio de um assessor de investimentos pode te ajudar a
escolher a que for mais adequada aos seus objetivos, não tendo que se limitar a
apenas uma opção”, comenta.
As atenções devem estar voltadas aos planos de
previdência privada, pois elas têm despontado bastante como uma boa opção para
investimentos. Com as plataformas de investimento independentes, como a
XP Investimentos, as gestoras que antes estavam restritas a clientes
milionários, agora oferecem fundos de previdência com aportes acessíveis e
taxas mais baixas do que as que encontramos nos principais bancos.
Um exemplo é o Fundo Verde FIC FIM, famoso por
entregar quase 20.000% de rentabilidade em 24 anos de existência e capaz de
transformar um único aporte de R$ 10.000,00, no início do fundo, em R$
1.935.877,00 atualmente - que dispõe de um fundo de previdência desde dezembro
de 2015.
Abaixo, estão alguns exemplos de rentabilidade caso
fossem investidos R$ 5.000,00 inicialmente e aportes de 500,00 mensalmente por
10 anos:
|
Aportes
|
Saldo Final
|
Rentabilidade
|
Tesouro IPCA 2024
|
64.500,00
|
128.705,22
|
99,54%
|
IBOV
|
127.170,85
|
97,16%
|
IFIX
|
110.632,75
|
71,52%
|
Atmos Ações FIC de FIA
|
252.908,77
|
292,11%
|
Dynamo Cougar FIA
|
217.021,73
|
236,47%
|
AZ Quest Smal Mid Caps FIC
de FIA
|
188.522,17
|
192,28%
|
Fonte: dados consolidados pela iHUB Investimentos
Uma das formas mais comuns e de pior performance é
guardar na poupança. A poupança é um investimento ruim por definição, pois não
respeita aquela regra básica de “quanto mais retorno, mais risco”, uma vez que
há um investimento com menor risco e maior rentabilidade, que é o Tesouro
SELIC. Além disso, a poupança vem apresentando uma rentabilidade real de -6,41%
nos últimos 12 meses, ou seja, quando consideramos o aumento dos preços, quem
guardou dinheiro na poupança, na verdade, perdeu poder de compra.
“Assim como vemos na tabela, os resultados variam
bastante dependendo da estratégia adotada. Como forma de mitigar o risco de
optar por uma estratégia que não traga tanto retorno, o ideal é diversificar o
portfólio, escolhendo mais do que uma classe de ativos para investir”, comenta
o assessor de investimentos.
Os investimentos devem ficar no nome dos pais ou do
filho?
Funabashi explica que não há certo ou errado quando
o assunto é em nome de quem será feito o investimento. Entretanto, é importante
considerar alguns fatores, como se o titular for um dos pais e esse vier a
falecer, os investimentos entrarão na partilha, o que pode gerar o bloqueio dos
recursos por algum tempo.
Outro ponto relevante quando os recursos estiverem
no nome de um dos pais e eles decidirem passar o valor total ou grande parte
dele de uma vez só, é que pode haver incidência de impostos nessa transação.
Já, se o titular for o filho, será necessário um controle a mais, pois é uma
conta apartada, que pode facilitar ou dificultar o processo dependendo de quem
for responsável.
Algo que normalmente não é levado em consideração é
que se o investimento estiver no nome do filho, ao se tornar maior de idade,
ele poderá movimentar os recursos como bem entender, talvez não de acordo com o
que os pais planejaram.
Para exemplificar esse cenário, Daniel conta que em
sua carteira de clientes, há um pequeno investidor de apenas 3 anos, onde os
pais fizeram um aporte inicial em um fundo de previdência com perfil arrojado e
contribuem mensalmente com mais um valor. “A ideia é que esse
investimento seja suficiente para cobrir todas as despesas com a universidade
que a criança vier a fazer, evitando que seja necessário recorrer a
financiamentos estudantis, que tem sido cada vez mais comuns e hoje já
representam um problema para a economia americana”, explica.
Até junho de 2021, havia 19.119 investidores com
até 15 anos, com um total investido na casa de R$690 milhões, correspondendo a
apenas 0,13% do total de investidores da bolsa.
Daniel Funabashi - mestre em
Finanças pela Cass Business School de Londres e sócio da iHub Investimentos, um
escritório de assessoria de investimentos credenciado à XP Investimentos, a
maior plataforma de investimentos da América Latina.