Para especialista, abordagem da saúde masculina deve ser abrangente para aumentar os cuidados e aderência aos tratamentos
O câncer de próstata é o segundo mais
comum entre os homens no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele não
melanoma. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é
de quase 72 mil casos da doença para 2025. A tendência no aumento do número de
diagnósticos vem acompanhada do incremento de opções de tratamentos mais
efetivos para cenários de diagnóstico precoce e a adesão é um dos principais
fatores de combate à doença.
Quando detectado precocemente, este
tipo de câncer tem grandes chances de cura com tratamentos cada vez menos
invasivos. É fundamental, portanto, ter acompanhamento médico adequado para a
realização de exames periodicamente e, no caso de diagnóstico, definir o melhor
tratamento, que pode ser cirúrgico, radioterapia, quimioterapia, terapia
hormonal ou prescrição de fármacos, dependendo da localização e do estágio da
doença.
Um levantamento da epharma, empresa
pioneira no programa de benefícios em medicamentos (PBM), demonstrou
crescimento nas vendas de medicamentos para câncer de próstata entre os meses
de janeiro e setembro dos últimos dois anos. No período pós-pandemia, o aumento
foi de 253% nos primeiros nove meses de 2022 para 2023 e de 54,6% de 2023 para
2024.
“A campanha Novembro Azul tem
contribuído para aumentar a conscientização da população masculina sobre a
necessidade da realização de exames de rastreamento do câncer de próstata para
aumentar as possibilidades de cura. Nesta jornada, nos dedicamos a programas
que facilitem e aumentem a aderência aos tratamentos medicamentosos”, explica
Wilson Oliveira Junior, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da
epharma.
“Somente entre janeiro e setembro deste
ano, por exemplo, tivemos crescimento de aproximadamente 32% no número de
beneficiários para tratamento de câncer de próstata e a economia gerada nas
vendas de medicamentos foi de quase R$ 1,2 milhão”, complementa o executivo.
Para Daniel Vargas Pivato de Almeida,
oncologista da Oncoclínicas de Brasília (DF) e integrante do Comitê Científico
do Instituto Vencer o Câncer, a conscientização sobre a doença tem aumentado,
mas ainda há desafios. “Enfrentamos uma barreira na atuação preventiva e nos
cuidados de saúde de pacientes do sexo masculino representada pelo preconceito.
Discutir com o homem sobre sua saúde é, muitas vezes, um tabu”, afirma o
especialista.
Uma das discussões do meio médico é
referente à abordagem da saúde masculina sob a perspectiva de bem-estar geral.
“Não devemos restringir apenas ao câncer de próstata, mas abordar também outras
condições de saúde que afetam os homens, como doenças cardiovasculares,
diabetes e saúde mental”, acrescenta Daniel.
Sintomas e prevenção
Na maioria casos, o câncer de próstata
é silencioso, sem sintoma na fase inicial. Algumas vezes, pode apresentar
sinais relacionados à capacidade miccional, como sintomas irritativos ou
obstrutivos urinários. Em casos mais avançados, os pacientes podem manifestar
vontade frequente de urinar, inclusive à noite; sangue na urina ou sêmen; fluxo
da urina interrompido ou sensação de bexiga cheia mesmo após urinar; dor ao
urinar; disfunção erétil; e dor nos ossos, como os do quadril, coxas e costas.
As medidas de prevenção do câncer de
próstata incluem a adoção de hábito de vida saudável, como atividade física
regular, dieta balanceada e o combate ao tabagismo e à obesidade, bem como o
acompanhamento médico.
epharma
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