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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Inelegibilidade de réu processado pelo Supremo Tribunal Federal

Em primeira abordagem jurisprudencial, nos próximos dias o Supremo Tribunal Federal – STF e o Tribunal Superior Eleitoral – TSE deverão encarar o tema: réu na Suprema Corte é elegível ou inelegível?

Note-se que réu é aquele cuja denúncia do Ministério Público já foi recebida pelo Tribunal, é dizer, tem curso uma ação de natureza penal, não mais um simples procedimento investigatório. A consequência, que a sentença retratará, dirá se o réu deve ou não ser punido, em decisão colegiada.

Desnecessário dizer que, salvo irresignações amiúde destinadas ao fracasso, no âmbito da própria Suprema Corte, não há qualquer recurso cabível da superior instância.

No direito constitucional, é comum o embate de valores, aparentemente conflitantes. Daí as complexidades que envolvem o dizer o direito no STF, de modo a exigir não só o conhecimento do arcabouço normativo, mas, não raro, incursões pela filosofia do direito, tão rara em nossos julgamentos contemporâneos, voltada a um positivismo elementar.

Na antiguidade, a contenda entre os direitos coletivos e os direitos individuais moveu as reflexões de gregos e romanos, povos que aproximaram a filosofia da vida à filosofia do direito.

Entre os gregos, prevalecia a igualdade, ou isonomia, entre os cidadãos (a minoria provida do "status civitatis"), sobre a liberdade individual. Roma, de certo modo, seguiu essa tendência, mas no direito romano exsurgem as primeiras tendências de fazer prevalecer os direitos individuais em relação ao Estado, como defesa do homem face ao autoritarismo. Na concepção moderna e contemporânea, os direitos e garantias do indivíduo, os direitos humanos, tomaram corpo para defendê-lo dos abusos do Estado, não raro inimigo.

Tal concepção, contudo, não significa poder absoluto do indivíduo sobre outro e, principalmente, sobre sua comunidade. Não há direito absoluto, é dizer, não há direito individual incontrastável. Quando se fala em direitos humanos, pouco se extrairá do conceito se não forem postos em perspectiva o homem isolado e a coletividade.

É precisamente sobre essa ótica que deverão debruçar-se o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral. Visto como todo direito ou liberdade pública se encerra nos valores correspondentes do outro, é evidente que sucumbem quando se pluraliza, face à sociedade como um todo, os atributos individuais.

Segue-se que a prerrogativa de candidatar-se ao cargo de Presidente da República termina ante o fato de o candidato estar sob processo na Suprema Corte. Por uma razão muito simples: há dois riscos em se declarar alguém inelegível antes da sentença, condenatória ou absolutória. Se o réu-candidato for absolvido, obviamente terá sofrido a consequência do injusto. Mas, se condenado, poderá, conforme o tempo da sentença, esbarrar em impedimento à sua posse ou, se já empossado, ter de deixar o cargo ou exercê-lo em caráter precário e politicamente fragilizado. O risco é generalizado.  Entre uma crise pessoal e uma crise coletiva, simples intuição permite opção caracterizada por racionalidade e prudência.

O réu em processo a tramitar no Supremo Tribunal Federal é inelegível ao cargo de Presidente da República.
      






Amadeu Garrido de Paula - Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Setembro Amarelo - 97% dos suicídios estão ligados à depressão


Problema têm como pano de fundo uma doença psiquiátrica e destas a depressão encabeça a principal das causas
 
No mês em que os olhares estão voltados para a prevenção do suicídio, Diego Tavares, psiquiatra e especialista em depressão e bipolaridade do Hospital das Clinicas da FMUSP alerta que a depressão do transtorno bipolar causa o dobro dos casos de suicídio da depressão clássica, mais conhecida pela maioria das pessoas. Mas por que pouco se fala na depressão com bipolaridade? 


Segundo o especialista em transtornos de humor a maior parte das pessoas ao se deparar com temas relacionados a suicídio como automutilação, tentativas de suicídio e o próprio suicídio consumado, acaba dando atenção exclusiva aos fatores agravantes mas não aos fatores predisponentes biológicos como as doenças psiquiátricas. Muitos são os estressores ou gatilhos  que levam ao suicídio: a perda de emprego, problema financeiro, separação, bullying, assédio moral, burnout, mas pouco se fala sobre as raízes de um comportamento suicida. E é disso que precisamos falar quando pretendemos prevenir o suicídio, agir nas raízes do problema. 
“Quem se suicida está doente, isso é um fato, mesmo que a doença esteja silenciosamente oculta e na maior parte dos casos está, o suicídio traz, em algum grau, alguma desordem no sistema nervoso, nas regiões desregulação emocional. O suicídio é um problema que começa no cérebro e termina na ação, agravado por estressores psicossociais”, diz.
Para exemplificar, Dr Diego enumera os tipos de depressão: 

Depressão melancólica: é a retratada nos filmes e por isso é o que a maior parte das pessoas acredita ser depressão. É um tipo grave, porém raro de depressão, em que os pacientes podem apresentar intensa lentidão motora, ficam de cama, parados o tempo todo, não comem, não tomam banho e têm acentuada perda da capacidade de sentir prazer por coisas antes prazerosas. A característica principal da melancolia é a completa ausência de reatividade do humor, ou seja, a pessoa não se anima com nenhum estímulo positivo.


Depressão ansiosa: os pacientes apresentam sintomas depressivos menos graves, porém apresentam uma proeminência maior de sintomas ansiosos (medo intenso, preocupação, tensão, hipervigilância e insegurança). 

Depressão atípica:  a pessoa sente um humor de apatia, sono excessivo durante o dia, aumento exagerado de apetite e reatividade do humor (melhora com fatores positivos eventuais). Costuma ser confundida com um esgotamento físico ou problemas como anemia, deficiência de hormônios, etc. 


Depressão mista: é mais perigosa e a que apresenta o maior risco de suicídio. São quadros de depressão com maior agitação mental, desespero, angústia, dificuldade de concentração por distração e pensamento acelerado, maior irritabilidade, comportamentos compulsivos que aliviam a depressão  (fumar, beber, usar maconha,   gastar dinheiro, abuso de calmantes, se masturbar, etc), aumento da fala (reclamando e sofrendo com a depressão), labilidade de humor (momentos de grande variação emocional). Nesse tipo, os pacientes podem apresentar com maior frequência ideias de suicídio como fenômeno associado ao intenso desespero e angústia presentes nestes quadros. Ocorre com frequência no transtorno bipolar, devido a mistura de elementos da depressão com elementos da fase maníaca (agitação, desespero, pensamento rápido, impulsividade aumentada, etc). 
De acordo com o especialista, a principal causa de suicídio são as depressões do transtorno bipolar (15% de frequência). Os tratamentos de depressões melancólicas, ansiosas e atípicas podem ser feitos apenas com medicamentos da classe dos antidepressivos mas quadros de depressão mista precisam de medicamentos da classe dos estabilizadores de humor (sozinhos ou associados aos antidepressivos). “Mas, o mais importante de tudo é tratar a depressão como prevenção ao suicídio e sabermos que nem toda depressão se expressa da mesma maneira e que  alguns tipos apresentam maior risco de suicídio.  A depressão quando é grave não se cura sozinha e merece tratamento com medicamento e psicoterapia”, finaliza o especialista.




FONTE: Dr. Diego Tavares - Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina de Botucatu - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (FMB-UNESP) em 2010 e residência médica em Psiquiatria pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPQ-HC-FMUSP) em 2013. Psiquiatra Pesquisador do Programa de Transtornos Afetivos (GRUDA) e do Serviço Interdisciplinar de Neuromodulação e Estimulação Magnética Transcraniana (SIN-EMT) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPQ-HC-FMUSP) e coordenador do Ambulatório do Programa de Transtornos Afetivos do ABC (PRTOAB). https://drdiegotavarespsiquiatra.com/

“Cérebro saudável por toda a sua vida” é tema do Mês do Alzheimer


Em setembro, escolas de ginástica para o cérebro estarão de portas abertas oferecendo oficinas de memória gratuitas para incentivar a população a manter o cérebro ativo


 Público 60+ mantém as habilidades cognitivas com a prática de ginástica para o cérebro


O dia 21 de setembro é considerado Dia Mundial do Alzheimer, uma doença que – infelizmente – ainda não tem cura, porém é possível trabalhar em sua prevenção de diversas formas. Manter a mente ativa é uma delas.

Por isso, durante todo o mês de setembro, o SUPERA Ginástica para o Cérebro promove oficinas de memória gratuitas para pessoas de todas as idades em mais de suas 300 unidades pelo Brasil. 

A ação visa incentivar a população a cuidar da saúde do cérebro e conscientizar acerca dos benefícios de exercitá-lo sempre.

“Toda a população está convidada a conhecer nossas ferramentas que tiram o cérebro da zona de conforto de forma divertida e desafiadora. Além de melhorar a performance, os exercícios para o cérebro são importantes para a aprendizagem e o adiamento de declínio cognitivo”, conta Antônio Carlos Perpétuo, presidente fundador do Método SUPERA.

Ficar mentalmente afiado e enfrentar o declínio cognitivo natural relacionado ao envelhecimento está se tornando uma prioridade máxima, uma vez que a expectativa de vida está aumentando no mundo. 

Segundo dados do IBGE, em 2030 terá mais idosos do que crianças pela primeira vez na história do Brasil. Em 2050, um em cada três brasileiros terão a idade maior que 60 anos.

A expectativa de vida aumentou, mas de nada adianta chegar aos 90 sem independência e saúde mental. Com cérebro ativo, é possível manter-se jovem, trabalhando, viajando, empreendendo e comemorando novas conquistas. A ginástica cerebral promove bem-estar, qualidade de vida e, principalmente, longevidade.


MAS POR QUE “POR TODA A VIDA”? 

A neurociência já comprovou que o cérebro começa apresentar declínio do desempenho cognitivo antes mesmo dos 30 anos de idade, quando temos os primeiros lapsos de memória, dificuldades para se concentrar e lentidão de raciocínio. 

Um estudo realizado pela Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, concluiu que as habilidades cognitivas e as conexões neurais começam a sofrer uma queda a partir dos 25 anos de idade.

A boa notícia é que o cérebro compensa parte do declínio cognitivo, baseando-se em experiências e conhecimentos adquiridos. Isso significa que seguir aprendendo coisas novas e “rechear a mente” com experiências e informações de qualidade e manter a mente ativa podem ajudar a compensar parte da perda cognitiva.

“A ginástica para o cérebro ativa as conexões entre os neurônios, que nós chamamos de sinapses. Assim, conquistamos uma rede de neurônios mais forte e robusta, fazendo com que as habilidades sejam desenvolvidas com base no conceito de neuroplasticidade cerebral, ou seja, a capacidade que o cérebro tem de se modificar de acordo com estímulos”, diz Solange Jacob.

Os alunos da rede SUPERA são as maiores provas dos benefícios da ginástica cerebral. Em 12 anos, mais de 100 mil pessoas já treinaram o cérebro no SUPERA e podem dar depoimentos positivos sobre seus resultados. 

“Eu sentia necessidade de exercitar o cérebro, principalmente porque tenho caso de Alzheimer na família. O curso veio em boa hora, com minha aposentadoria.

Percebi melhoras na memória, nas atividades do dia a dia, como lembrar onde guardei as coisas, horários de consultas médicos e outras tarefas”, afirma a aluna Maria Santana de Souza, 71 anos, aluna do SUPERA Londrina (PR).

“Depois que comecei a praticar ginástica para o cérebro, retenho com muito mais facilidade o que leio ou escuto, além de conseguir fazer até cálculos mentalmente. Também ajudou a melhorar minha autoestima e segurança, o que faz com que eu me posicione melhor diante de várias situações do cotidiano”, conta Priscila Webber, de 36 anos, aluna do Método SUPERA Passo Fundo (RS).


COMO FUNCIONA A GINÁSTICA CEREBRAL?

Dentro das salas de aula do Método SUPERA, são utilizadas ferramentas inovadoras que podem ajudar a potencializar as habilidades cognitivas, socioemocionais e éticas. Os alunos praticam o ábaco – um instrumento milenar para cálculos -, jogos de tabuleiro coletivos e individuais, jogos online, dinâmicas, vídeos e neuróbicas (atividades aeróbicas para os neurônios).

A metodologia foi 100% desenvolvida por Antônio Carlos Perpétuo, presidente da rede, junto à uma equipe de pedagogos e neurocientistas para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais importantes para o aprendizado, a carreira e a vida pessoal. 

Novidade, variedade e desafio crescente: é disso que o cérebro precisa para manter-se ativo e saudável e é exatamente esta a base da metodologia das aulas de ginástica para o cérebro.



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