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quinta-feira, 15 de junho de 2023

Mau hálito ou mau hábito? Se você tem esses 8 hábitos provavelmente possui mau hálito


O mau hálito é um problema que afeta grande parte da população mundial e pode ser muito constrangedor em diversas situações sociais. Porém, muitas pessoas não sabem que esse problema pode ser causado por hábitos diários que prejudicam a saúde bucal. A boa notícia é que é possível preveni-lo com algumas mudanças simples de hábitos. 

Segundo a Associação Brasileira de Halitose (ABHA), cerca de 30% da população brasileira sofre com o mau hálito. É um problema que pode afetar a autoestima e a qualidade de vida das pessoas, além de prejudicar as relações sociais e profissionais. 

A cirurgiã-dentista, especialista em saúde bucal e halitose, Dra. Bruna Conde, apresenta maus hábitos que podem causar mau hálito, veja:

 

1. Não usar fio dental 

Muitas pessoas negligenciam o uso do fio dental na rotina de higiene bucal, o que é um erro grave. O fio dental é responsável por remover os restos de alimentos e a placa bacteriana que se acumulam entre os dentes e que a escovação não consegue alcançar. A falta de uso de fio dental pode levar ao acúmulo de bactérias que produzem o mau hálito. Portanto, é importante incluir o uso do fio dental na rotina diária de higiene bucal.

 

2. Não escovar os dentes antes de dormir 

Durante o dia, a boca acumula resíduos de alimentos e bactérias. Se esses resíduos e bactérias não forem removidos adequadamente, podem se acumular durante a noite, causando um odor desagradável na boca pela manhã.  

Além disso, durante o sono, a produção de saliva diminui, o que pode favorecer o crescimento de bactérias na boca e contribuir para o mau hálito. Se os dentes não forem escovados antes de dormir, os resíduos de alimentos e as bactérias presentes na boca podem se acumular nos dentes e nas gengivas, causando cárie dentária, doença periodontal e outros problemas de saúde bucal que contribuem para o mau hálito. 

 

3. Fumar 

Fumar é uma das principais causas de mau hálito. O tabaco contém muitas substâncias químicas que podem afetar a saúde bucal, incluindo a produção de mau hálito. Quando fumamos, o cheiro do tabaco fica impregnado na boca e nos pulmões, e pode permanecer por um longo período. 

Além disso, o tabaco pode reduzir a produção de saliva, o que pode favorecer o crescimento de bactérias na boca e contribuir para o mau hálito. A saliva tem um papel importante na prevenção da halitose, pois ajuda a neutralizar os ácidos produzidos pelas bactérias na boca.

 

 

4. Excesso de bebida alcoólica 

O consumo excessivo de álcool pode causar desidratação e deixar a boca seca, o que aumenta o risco de mau hálito. Além disso, o álcool é metabolizado pelo fígado e exalado pelos pulmões, o que pode deixar um cheiro desagradável na boca. Portanto, é importante evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e manter-se sempre hidratado.

 

5. Alimentação inadequada 

Uma dieta rica em açúcares e industrializados pode favorecer o crescimento de bactérias que produzem o mau hálito. Alguns alimentos podem ser difíceis de digerir e podem permanecer na boca por um longo tempo. Quando os resíduos alimentares ficam presos na boca, as bactérias presentes na saliva começam a quebrá-los, produzindo compostos de enxofre voláteis que podem causar o mau hálito.  

Para prevenir o mau hálito causado pela alimentação inadequada, é importante manter uma dieta equilibrada e variada, com uma ingestão adequada de carboidratos, proteínas, gorduras e vitaminas. Também é importante sempre higienizar a boca após as refeições.

 

6. Ficar muito tempo sem comer 

Ficar muito tempo sem comer pode contribuir para o mau hálito de várias maneiras. Quando ficamos sem comer por longos períodos, o corpo começa a quebrar as reservas de gordura para obter energia. Durante esse processo, ocorre a produção de cetonas, que podem ser eliminadas pela respiração, causando um odor desagradável na boca.  

Para prevenir o mau hálito causado pela falta de alimentação, é importante manter uma dieta equilibrada e fazer refeições regulares ao longo do dia. Além disso, é importante manter-se hidratado, bebendo água regularmente para evitar a desidratação e a redução da produção de saliva. 

 

7. Não escovar a língua 

A limpeza da língua é um hábito importante na rotina de higiene bucal que muitas pessoas negligenciam. A saburra lingual é uma camada esbranquiçada que se forma na superfície da língua devido ao acúmulo de restos de alimentos, células mortas e bactérias. Essa camada pode ser a causa do mau hálito em muitos casos. 

“A língua é um local propício para o acúmulo de bactérias que causam o mau hálito, por isso a limpeza adequada da língua é essencial para manter o hálito fresco. Além disso, a limpeza da língua pode ajudar a prevenir problemas de saúde bucal, como a cárie dentária e a doença periodontal.” Destaca a Dra. Bruna Conde. 

O limpador de língua é uma ferramenta específica para esse fim. Ele é um instrumento que pode ser encontrado em farmácias e lojas de produtos odontológicos e é utilizado para remover a saburra lingual da superfície da língua. É importante escolher um limpador de língua que seja confortável e fácil de usar.

 

 

8. Beber pouca água (ficar com a boca seca) 

A falta de água é um dos principais fatores que contribuem para a boca seca. Quando não bebemos água suficiente, o corpo pode ficar desidratado e a produção de saliva pode ser afetada. Além disso, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e cafeína pode contribuir para a desidratação e a boca seca.  

A boca seca, ou xerostomia, é um problema que ocorre quando a produção de saliva é reduzida ou interrompida. A saliva é importante para manter a boca hidratada e lubrificada, além de ajudar na digestão dos alimentos e na prevenção de cáries e doenças periodontais. Quando a boca fica seca, a produção de saliva é reduzida, o que pode levar ao aumento do mau hálito.  

A falta de salivação pode deixar a boca seca e favorecer o crescimento de bactérias que produzem o mau hálito. A saliva tem um papel importante na neutralização dos ácidos produzidos pelas bactérias na boca, ajudando a prevenir o mau hálito. Além disso, a saliva contém enzimas que ajudam a quebrar os alimentos e a prevenir a formação de placa bacteriana nos dentes. 

Para prevenir a boca seca e o mau hálito, é importante manter-se hidratado, bebendo água regularmente e evitando o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e cafeína. Também é importante escovar os dentes regularmente, usar fio dental e limpar a língua para prevenir a acumulação de bactérias na boca. 

Além disso, é importante consultar um dentista regularmente para avaliar a saúde bucal e prevenir problemas como a cárie dentária e a doença periodontal, que também podem contribuir para o mau hálito. 

“Portanto, é fundamental conscientizar as pessoas sobre a importância dos hábitos saudáveis de higiene bucal e alimentação para prevenir o mau hálito. Como especialista em saúde bucal e halitose, recomendo que todos adotem essas mudanças simples de hábitos para manter uma boca saudável e um hálito fresco. Lembre-se: a prevenção é sempre a melhor opção para evitar problemas de saúde bucal e manter sua qualidade de vida. Cuide da sua saúde bucal e tenha um hálito fresco e agradável!” Finaliza a Dra. Bruna Conde.

 

Dra. Bruna Conde - uma renomada dentista e defensora da saúde bucal. Com anos de experiência no campo odontológico, ela se dedica a fornecer informações precisas e orientações sobre cuidados dentários adequados, incentivando práticas seguras para manter um sorriso saudável e brilhante.

 

Aterosclerose, a doença silenciosa que mais mata no Brasil

Cirurgião cardiovascular explica as causas e comenta método que pretende identificar quais pacientes correm risco de desenvolver a doença e suas complicações

 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) as principais causas de morte no Brasil são o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral. E você deve estar pensando: então por que a aterosclerose é considerada mais fatal? Isso se deve ao fato dela ser a causa tanto do infarto como do AVC, mas que é dificilmente identificada a tempo de impedi-los de acontecerem.

A aterosclerose é uma inflamação lenta, progressiva e sistêmica que atinge as paredes das artérias devido ao acúmulo de gordura predominantemente, além de outras substâncias como o cálcio e células mortas. O que diminui o calibre da artéria e reduz sua capacidade de transportar sangue.

Para o cirurgião cardiovascular e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Dr. Elcio Pires Junior, o grande risco dessa doença é que os sintomas demoram para aparecer ou nem sempre aparecem antes de incidentes mais graves. Por isso, a necessidade de práticas preventivas.

“Como a aterosclerose é uma doença silenciosa, para que os primeiros sintomas comecem a incomodar é necessário que a artéria esteja com cerca de 75% do seu calibre comprometido por uma obstrução. Somente neste ponto de evolução da doença é que os primeiros sinais começam a surgir. E, então, os cuidados devem ser imediatos. A situação pode ser ainda pior quando o paciente confunde sintomas com mal-estar do cotidiano e não procura por ajuda médica”, alertou.

Outro ponto sobre a doença é que ela pode atingir não somente as artérias do coração, chamadas coronárias, mas também as artérias do pescoço, carótidas, que vão interferir na irrigação sanguínea do cérebro, causando sintomas como desmaios, paralisias transitórias, perturbações visuais ou até o acidente vascular encefálico (derrame) em casos agudos. Outros sintomas como queda de pelos, atrofias musculares, dificuldade de ereção e gangrena surgem quando a doença acomete as artérias localizadas nos membros inferiores como as ilíacas e femorais.

Na tentativa de prevenir esses casos da doença que acabam evoluindo gravemente, a comunidade científica segue buscando novas alternativas de tratamento e prevenção. É o que revelou um estudo de pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, neste mês, que fez importantes descobertas sobre como a aterosclerose se desenvolve e se manifesta ao ponto de causar um infarto.

“Esses estudos são de extrema relevância porque trazem informações que podem melhorar os métodos de prevenção às doenças cardiovasculares. Nesta pesquisa, em especial, os cientistas conseguiram identificar o local exato onde as placas de aterosclerose se rompem e também a presença de uma enzima chamada MMP-9, que eles acreditam ter ação ativa no rompimento das placas. Por isso, futuramente, caso um paciente apresente altos níveis dessa enzima poderá ser considerado propenso a sofrer um infarto ou AVC. Com um tipo de exame assim, seria possível evitar muitas complicações”.

O próximo passo dos pesquisadores será investigar se é possível inibir a ação da enzima, sem causar efeitos colaterais indesejados e sem deixar de tratar a principal causa da doença, que são os maus hábitos relacionados à alimentação, à falta de atividade física e aos vícios. Em razão disso, enquanto esse estudo não é implementado na prática clínica, a recomendação é manter um estilo de vida saudável para, assim, preservar os níveis de colesterol e açúcar do sangue dentro dos limites. Evitando sobrecarregar o sistema vascular e o coração. 



Dr. Elcio Pires Junior - coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital e Maternidade Sino Brasileiro - Rede D'or - Osasco, e coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital Bom Clima de Guarulhos. É membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e membro internacional da The Society of Thoracic Surgeons dos EUA. Especialista em Cirurgia Endovascular e Angiorradiologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. E atualmente é cirurgião cardiovascular pela equipe do Dr. André Franchini no Hospital Madre Theodora de Campinas.
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Uso excessivo de telas pode mesmo prejudicar visão, alerta especialista

O Brasil é o segundo país que mais gasta tempo com telas no mundo
Crédito: Envato
Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) revelam que o Brasil tem atualmente cerca de 258,3 milhões de celulares. As telas desses aparelhos, assim como as de televisores, tablets e computadores, são uma presença constante no dia a dia de boa parte dos brasileiros, desde o momento em que acordam até a hora de dormir. Segundo um levantamento da Electronics Hub, os brasileiros passam mais da metade das horas em que estão acordados usando um computador ou celular, aproximadamente 56,6%. O Brasil é o segundo país que mais gasta tempo com telas no mundo. Em 1º lugar aparece a África do Sul. No entanto, especialistas e pesquisas científicas alertam que passar muitas horas em frente a esses aparelhos pode ser prejudicial à visão.

Segundo a oftalmologista e professora do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP), Luciane Moreira, a luz azul emitida pelos dispositivos eletrônicos consegue atravessar a córnea e agredir a retina, pois o olho não tem um filtro específico para esse tipo de iluminação. “A luz azul pode chegar à retina e ser um fator de risco para certas doenças, como a degeneração macular relacionada à idade. Quando me perguntam se usar telas faz mal, faço uma analogia entre o uso de telas e o consumo de sal. O problema é o excesso. Comer algo pouco salgado não faz mal, mas exagerar no sal pode, sim, prejudicar a saúde”, explica. 

Segundo a médica, a tecnologia é uma necessidade diária na vida contemporânea, inclusive para crianças, mas é importante estabelecer limites. "A saúde ocular das gerações mais novas, que já nascem habituadas às facilidades tecnológicas, pode ser ainda mais prejudicada", diz. Estudos apontam que crianças e jovens estão mais propensos a desenvolver a miopia - dificuldade em enxergar à distância - mais precocemente do que as gerações anteriores. Estima-se que até 2050, 50% da população mundial seja míope. “Existe uma associação entre o excesso de exposição a telas na primeira infância e um atraso no desenvolvimento cognitivo e na linguagem, além de alterações sociais e de sono. Por isso, é preciso impor limites para evitar que essas crianças sejam expostas desnecessariamente a uma série des doenças”, alerta a oftalmologista.

O uso excessivo de telas pode causar um aumento do diâmetro anteroposterior do olho, resultando em miopia ou agravando o quadro de quem já tem o problema. Para evitar a progressão da miopia, a médica sugere algumas providências: “tente não coçar os olhos, mantenha uma distância mínima de 40 centímetros das telas, faça pausas de 20 segundos a cada 20 minutos de uso e use filtros de luz azul nos óculos ou nas próprias telas. Além disso, os ambientes em que esses aparelhos são usados para leitura devem ser sempre bem iluminados, como se estivesse lendo um livro impresso”, recomenda.

A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) recomenda evitar a exposição de crianças menores de dois anos às telas. Para crianças de dois a cinco anos, o ideal é limitar o tempo de telas a, no máximo, uma hora por dia, com supervisão. Crianças de seis a dez anos devem ter um limite de duas horas por dia, também com supervisão. Já os adolescentes de 11 a 18 anos devem ter um limite de duas a três horas por dia. 

Além disso, não se pode esquecer da síndrome causada pelo uso prolongado do computador, conhecida como cansaço visual digital. “Essa condição ocorre quando a pessoa fica muito tempo, sem fazer pausas, olhando para a tela do computador. Esse hábito pode causar dor de cabeça, desconforto nos olhos, sensação de areia nos olhos e visão embaçada, indicando fadiga ocular”, finaliza a professora. 

 


Universidade Positivo
up.edu.br/

 

Dia Mundial da Fenilcetonúria (28/6)

Doença não permite que o paciente coma alimentos ricos em proteína, como carnes, leite, ovos, assim como suas fontes vegetais, como grãos, pães, massas e chocolate


A fenilcetonúria, também conhecida como PKU (do inglês, phenylketonuria), é uma doença congênita rara causada por uma mutação genética de herança autossômica recessiva, ou seja, o pai e a mãe transmitem, cada um, o gene alterado para o bebê. Essa alteração genética causa erro na metabolização da fenilalanina (FAL), o que gera o acúmulo desse aminoácido no sangue e reduz a produção de outras substâncias cerebrais e sistêmicas importantes. O maior problema do acúmulo da fenilalanina no sangue é o efeito tóxico que pode causar no cérebro, capaz de estabelecer lesões permanentes, como deficiência intelectual.

Os principais sinais e sintomas[i],[ii] são: problemas comportamentais ou sociais; convulsões, tremores ou movimentos espasmódicos nos braços e pernas; hiperatividade; alteração no crescimento; dermatite atópica (eczema); microcefalia; odor desagradável na respiração da criança, pele ou urina, causado pelo excesso de fenilalanina no organismo.

Os recém-nascidos com fenilcetonúria inicialmente não apresentam sintomas. Sem tratamento, no entanto, os bebês geralmente desenvolvem sinais da doença logo nos primeiros meses de vida, podendo ser leves ou graves e incluir deficiência intelectual permanente se não receberem tratamento.

Assim como todas as condições raras, o diagnóstico precoce e o cuidado adequado são fundamentais para um melhor manejo da doença. O diagnóstico da PKU pode ser feito por meio de um simples exame de sangue. O Programa Nacional de Triagem Neonatal, popularmente conhecido como “Teste do Pezinho”, é incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e inclui a avaliação para fenilcetonúria, sendo o rastreamento neonatal o modo mais eficaz de diagnosticar a doença.

Por se tratar de uma patologia crônica, a pessoa com PKU deve ser tratada por toda a vida[iii]. Não há, até o momento, nenhum tratamento que cure a doença, porém, ela pode ser controlada, e isso minimizará o risco de danos à saúde[iv].

O tratamento consiste na adoção de uma dieta com baixo teor em fenilalanina associada ao uso da fórmula metabólica e, em alguns casos, tratamento medicamentoso, de acordo com a orientação da equipe médica e nutricional. [v]O tratamento deve ser seguido rigorosamente, uma vez que as alterações nos níveis de FAL no sangue também podem gerar danos cerebrais e dificultar a manutenção do tratamento.

A dieta adotada deve ser composta basicamente de frutas, verduras, açúcares e gorduras. Os alimentos ricos em proteína, como carnes, leite, ovos, assim como suas fontes vegetais, como grãos, pães, massas, chocolate, devem ser desconsiderados do cardápio, exceto se houver orientação médica ou nutricional.

Pois bem. Diante desse contexto, vamos avançar com a pauta?
Podemos viabilizar entrevistas com especialista e paciente para explicar melhor a doença e suas consequências, a relevância do diagnóstico precoce e cuidado adequado.
 


i] Christ, S.E., et al., Executive function in early-treated phenylketonuria: profile and underlying mechanisms. Mol Genet Metab, 2010. 99 Suppl 1: p. S22-32.
[ii] Bilder DA, Burton BK, Coon H, Leviton L, Ashworth J, Lundy BD, et al. Psychiatric symptoms in adults with phenylketonuria. Molecular Genetics & Metabolism 2013;108(3):155-60.
[iii] Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Fenilcetonúria, Portaria SAS/MS no. 1.307- 22 de novembro de 2013
[iv] Yu JS. Phenylketonuria: a review. Postgrad Med J. 197 0;46(537):430-6
[v] Campistol Plana J, Alvarez Dominguez L, Riverola de Veciana AT, Castillo Rivera P, P. GS. Hiperfenilalaninemia y fenilcetonuria. Interés del diagnóstico precoz y seguimiento de la enfermedad en un centro de referecial1991:[51-6 pp.]


Infecções por vírus e bactérias aumentam com a chegada do inverno

Especialista em bacteriologia dá dicas de como evitar doenças comuns nessa época do ano


Dia 21 de junho é o início oficial do inverno, época responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias, em crianças entre 0 e 4 anos, segundo o Ministério da Saúde. Também segundo o órgão, o vírus sincicial respiratório (VSR), geralmente registrado em estações mais frias, aterrissou no Brasil mais cedo esse ano, ainda durante o verão e outono, provocando mais de 3 mil infecções de janeiro a março de 2023.

Segundo o especialista em bacteriologia do LANAC - Laboratório de Análises Clínicas, Marcos Kozlowski, o aumento das infecções respiratórias durante o inverno, como resfriados, gripes e pneumonias, tendem a se proliferar, sendo que, por exemplo, o LANAC registra um aumento de cerca de 20% nos resultados positivos para infecções de vírus e bactérias durante os três meses de inverno. “O aumento das infecções já começa no outono e se agrava mais na estação mais fria do ano. Isso acontece porque nessa época os vírus respiratórios têm maior estabilidade e conseguem sobreviver por mais tempo no ambiente, facilitando a transmissão entre as pessoas. Entre as infecções comuns, a gripe e o vírus influenza merecem atenção, já que são microorganismos que sofrem mutações frequentes, o que facilita a contaminação, uma vez que as vacinas precisam ser atualizadas anualmente”, explica.

Além dos vírus, as infecções bacterianas também são preocupantes no inverno: a baixa umidade do ar resseca as mucosas, tornando-as mais suscetíveis à penetração de bactérias patogênicas. "A pneumonia bacteriana é uma complicação frequente de infecções virais, como a gripe. É essencial cuidar da saúde respiratória, principalmente em grupos mais vulneráveis, como idosos e crianças", reforça Marcos.

 

Prevenção

Marcos lembra que para prevenir infecções durante o inverno, medidas simples podem fazer a diferença. “Lavar as mãos com frequência, manter ambientes bem ventilados e evitar o contato próximo com pessoas doentes são atitudes fundamentais. Além disso, é preciso reforçar a imunidade mantendo o corpo descansado e bem alimentado, e realizar a vacinação contra a gripe, que é uma das melhores formas de proteção contra esse vírus sazonal”, conta.

Outras formas de prevenção também são importantes como higienizar bem os alimentos, especialmente saladas cruas, não reaquecer mais de uma vez a comida já pronta, consumir sempre água filtrada ou fervida e lavar bem as mãos antes e depois de usar o banheiro são formas de evitar contaminações. “Também é fundamental que as pessoas tenham cuidado com a automedicação e com o uso indiscriminado de antibióticos, que pode fazer com que bactérias comuns se tornem cada vez mais resistentes, sofrendo mutações e criando forte resistência aos medicamentos, tornando-se superbactérias”, finaliza Marcos.

 

Como se manter saudável durante as festas juninas: segredos nutricionais e melhores opções para saborear no São João

Especialista recomenda agregar opções saudáveis para obter benefícios nutricionais dos pratos típicos


A festa junina é uma celebração cultural que traz uma diversidade de alimentos entre as regiões do Brasil, e a celebração simboliza fartura com a oferta de deliciosos pratos típicos. Feitos com ingredientes provenientes da colheita feita pelo homem do campo, o cardápio junino oferece uma série de opções energéticas para o público festejar e se aquecer do frio. Paloma Popov, professora de Nutrição do Centro Universitário de Brasília (CEUB), explica os benefícios nutricionais dos pratos tradicionais.

Entre os alimentos mais consumidos, a nutricionista destaca o milho cozido, a batata doce e o amendoim. Paloma explica que esses alimentos são ricos em carboidratos, fornecendo bastante energia para o organismo. Ela complementa que o milho e a batata doce contêm fibras que auxiliam no bom funcionamento intestinal. O amendoim, por sua vez, é uma fonte de lipídios, as chamadas gorduras boas.

"No caso do amendoim, o ideal é consumir com moderação, evitando adições excessivas de açúcar. Os doces típicos derivados da oleaginosa, como pé de moleque e paçoca, são clássicos juninos, porém requerem atenção pelo alto nível de gordura, mesmo que seja boa", explica a especialista.

Para se aquecer nas noites frias de festa, os caldos quentes são sempre uma ótima pedida. O caldo verde e o caldo de feijão também são bastante consumidos nessa época. Paloma destaca que além de trazerem conforto no período mais frio do ano, eles oferecem uma fonte adicional de proteínas. "Os caldos são super versáteis e a inclusão de legumes e verduras contribui para enriquecer o valor nutricional das preparações, fornecendo vitaminas e minerais essenciais", revela Popov.

Quanto à utilização de ingredientes como mandioca, abóbora e coco nas receitas, a docente do CEUB explica que a abóbora, por exemplo, é rica em vitaminas, enquanto a mandioca fornece carboidratos naturais. Popov também destaca o coco, que pode ser utilizado em diversas preparações de doces, bolos e até pratos salgados, agregando sabor e nutrientes aos pratos.

Sem medo de aproveitar a festa e obter vantagens significativas para a saúde, a especialista sugere substituir frituras por opções assadas ou grelhadas. "Ao optar por pastéis assados no lugar de fritos, reduz-se a quantidade de gorduras e calorias consumidas". Outra dica da nutricionista é sempre aliar legumes e verduras às opções escolhidas, para garantir um valor nutricional mais equilibrado.

No caso dos doces, Paloma Popov ressalta que, embora muitas sobremesas típicas de festa junina sejam à base de açúcar, é possível desfrutar dessas delícias com moderação. "Frutas como acompanhamento, no fondue de chocolate meio amargo. Essa combinação proporciona uma mistura de sabores e nutrientes, como água, antioxidantes, vitaminas, minerais e fibras das frutas, tornando-se alternativas interessantes para complementar a alimentação e aproveitar os sabores do período festivo", completa.


Febre maculosa: o que devo saber sobre a doença

A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas confirmou nesta semana três mortes devido a febre maculosa, doença infecciosa pouco conhecida do público geral, que é transmitida pelo carrapato-estrela (Amblyomma cajennense) infectado pelas bactérias Rickettsia rickettsii ou Rickettsia parkeri. 

De acordo com levantamento mais recente do Ministério da Saúde, de 2007 a 2021, foram notificados 36.497 casos da doença no Brasil, dos quais 7% foram confirmados, em uma média de 170 por ano nesse período. 

O Instituto Adolfo Lutz, na capital paulista, fez os exames e constatou os resultados de febre maculosa nestas pessoas que vieram a óbito. Para explicar mais sobre a patologia, o diretor da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), Dr. Álvaro Costa, esclarece que essa bactéria pode causar um quadro grave. “Esse carrapato pode estar em animais como cavalos, capivaras entre outros. A pessoa entra em risco de aquisição de doença quando frequenta algum local que tem esse carrapato com a bactéria. Maior parte dos casos nos últimos anos foram na região Sudeste do Brasil, mas pode acontecer em outros locais e o diagnóstico é muito difícil, porque os sintomas iniciais são muito parecidos com várias outras doenças infecciosas”, alerta. 

Por isso, fique atento a sinais, como febre, dor no corpo, uma alteração na pele, especialmente na febre maculosa, há umas pintinhas que podem aparecer na palma e planta das mãos, por exemplo, e com uma evolução desse quadro pelo corpo, muito rapidamente. De acordo com o especialista, a maioria dos casos é benigna, mas algumas pessoas podem evoluir para a forma mais grave, onde apresenta uma coagulação intravascular disseminada, em alguns territórios nobres, causando quadros muito graves. 

“É importante quando manifestar esses sintomas e tiver uma história de contato com carrapato, ter a procura pelo serviço de saúde, porque o diagnóstico não é muito simples, os testes sorológicos são complexos”, informa ele. Além disso, existe um tratamento, quando há suspeita da febre maculosa, que pode ser iniciado mesmo quando há apenas a suspeita do médico, que é o uso de um antibiótico específico para tratar essa bactéria. 

Fica o alerta para os locais em que tem carrapatos. 

- Tente retirá-lo do corpo se você encontrar rapidamente; 

- Quando for em áreas potencialmente onde tem esses animais, procure usar roupas de mangas longas;

- Pode também fazer uso de repelentes com o composto químico DEET.  

Um estudo conduzido pela Universidade de São Paulo (USP) e divulgado na revista Parasites & Vectores, apoiado pela FAPESP, aponta uma proteína identificada no carrapato-estrela pode ser alvo para uma vacina contra a febre maculosa. 

 

Ceratocone ganha novo tratamento

 A novidade é a aplicação de anéis de colágeno na córnea. Levantamento aponta 6 hábitos que aumentam o risco de transplante.

 

Neste mês acontece a campanha junho violeta de combate ao ceratocone, doença degenerativa na córnea que responde por 7 em cada 10 transplantes de córnea no Brasil. O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier de Campinas e membro do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) explica a doença geralmente surge na adolescência, mas pode também ter início na infância e neste caso a progressão é bastante rápida. O ceratocone é caracterizado pelo afinamento e abaulamento da córnea que normalmente é esférica e passa a ter o formato de um cone. No início a correção visual é feira com óculos, mas conforme a doença progride é indicado o uso de lente de contato rígida para aplanar o formato da córnea e melhorar a acuidade visual. Para contribuir com o combate do ceratocone, Queiroz Neto  divulga o resultado de um levantamento que realizou nos prontuários de 300 pacientes do hospital em que foram identificados os seis hábitos que mais contribuem com a progressão da doença. São eles: 

 

1.    Coçar os olhos

Metade dos participantes têm alguma doença alérgica que predispõe à alergia ocular, diz Queiroz Neto. Para piorar o oftalmologista explica que o ceratocone provoca coceira nos olhos porque faz   a córnea se mover com a fragilização de suas fibras e alteração da curvatura. O problema é que quanto mais os olhos são coçados, maior é o enfraquecimento das fibras de colágeno da córnea e a progressão do ceratocone. Para reduzir as crises de coceira a dica do especialista é resfriar os olhos com aplicação de compressas frias de duas a três vezes ao dia e usar colírio antialérgico ou anti-inflamatório prescrito por um oftalmologista. 

Amanda Silva (35) conta que tem rinite alérgica crônica e por isso o hábito de coçar os olhos sempre a acompanhou. Só parou de coçar em março do ano passado quando fez o transplante de córnea no olho esquerdo. Ficou apenas três meses na fila porque foi inscrita em regime de urgência. “Não sei quando meu ceratocone apareceu. Mas, no começo do ano passado, tive um dor horrível nos olhos e enxergava tão pouco que já não podia sair na rua sozinha. Ainda estou com os pontos e nem sei quando vou poder tirar. Quando estiver recuperada entro a fila novamente  para transplantar a outra córnea, mas não coço mais o olho”, desabafa.

 

2.    Negligência na lubrificação dos olhos

Queiroz Neto afirma que o hábito de esfregar o olho e o formato cônico da córnea aumentam o risco de ressecamento da lágrima que também provoca coceira nos olhos.  Hoje é possível prescrever com precisão o tratamento mais adequado para cada paciente após um exame que identifica qual camada da lágrima está deficiente. Por isso, para ele este exame deveria ser incorporado ao acompanhamento oftalmológico de todo paciente com ceratocone. “Não tem como orientar um paciente com alteração na lágrima para não coçar os olhos”, observa.

 

3.    Falta de um par de óculos

O oftalmologista ressalta que os óculos só oferecem boa correção visual no início da doença. “Conforme o ceratocone progride a córnea se torna cônica. Por isso a correção visual passa a exigir o uso de lente de contato rígida que aplana um pouco o formato da córnea. O problema é que o levantamento mostra que 61% dos que usam lente de contato não têm óculos de grau para substituir a lente, caso sofra alguma irritação no olho.   Queiroz Neto afirma que é um erro porque manter o uso da lente de contato com irritação nos olhos agrava o ceratocone e quem tem esta doença não consegue realizar as atividades simples sem alguma correção da visão. 

 

4.    Mais da metade, 68%, afirmaram que aplicam colírio sobre a lente de contato

Segundo o especialista este comportamento diminui a vida útil da lente. Isso porque, facilita a formação de depósitos que deformam suas bordas. Todo colírio, ressalta, só deve ser instilado diretamente sobre a córnea, sem tocar o bico dosador no olho para não contaminar o medicamento, pontua.

 

5.    Um em cada dois pacientes guardam a lente de contato no banheiro

Queiroz Neto afirma que é um erro porque é o ambiente da casa com maior número de bactérias e isso facilita a contaminação das lentes.

 

6.    Um e cada quatro só consulta o oftalmologista quando sente alguma alteração nos olhos

 “As consultas periódicas são a porta de entrada para manter a saúde ocular”, afirma. O ceratocone é uma doença agressiva e por isso precisa de acompanhamento periódico, muitas vezes em curtos espaços de tempo que variam conforme o estágio da doença e avaliação oftalmológica, explica.

 

Causas menos frequentes de transplante

Outras causas de transplante de córnea enumeradas por Queiro Neto são:

·         Úlcera bacteriana na córnea causada pela higienização e manutenção incorretas da lente de contato.

·         Úlcera viral que pode estar relacionada à contaminação da córnea por alguma doença sistêmica ou contato do olho com a mão contaminada na superfície de espaços públicos, corrimão de escada, interruptor de luz ou equipamentos.

·         Úlcera fúngica causada pelo uso excessivo de colírios esteroides ou uso incorreto de lente de contato.

·         Trauma que pode ser químico, quando uma substância tóxica, incluindo excesso de luz ultravioleta, atinge a córnea, ou de atrito nos casos de ferimento por corpo estranho, inclusive lente de contato mal adaptada.

Este foi o caso de Andresa de Alcântara (35) que em janeiro deste ano já estava legalmente cega, com apenas 10% de visão, quando passou pelo transplante de córnea. Esperou mais de um ano pela cirurgia. “Descobri o ceratocone aos 23 anos e só enxergava os dedos da mão quando entrei na fila em setembro de 2021 por uma cicatriz na córnea”.  Ela conta que o transplante foi feito pela técnica lamelar que só retira a camada da córnea afetada. Queiroz Neto explica que esta técnica é menos invasiva porque mantém intacto o endotélio, camada interna. Por isso, está permitindo a recuperação mais rápida de Andresa. Professora, ela afirma que ainda é cedo para avaliar a cirurgia mas, manda um recado para quem tem ceratocone – “Mantenha a calma, no final tudo dá certo”.

 

Novo tratamento

O transplante de córnea é o mais realizado no mundo, mas há uma carência dramática na doação do tecido. A estimativa internacional é de que para cada córnea captada há 70 olhos. No Brasil o número de pessoas que aguardam na fila de transplante passou de 12 mil  para  24 mil de 2019 a março deste ano, mas ainda assim o número de transplantados está muito acima desta estimativa. Pr isso, para Queiroz Neto, o Brasil não vive o pior cenário de transplante de córnea quando comparado a muitos países, mas pode melhorar a qualidade de vida de milhares de pessoas com mais solidariedade das famílias. Isso porque, só a família pode autorizar a enucleação da córnea que não desfigura a aparência do familiar falecido. 

O oftalmologista afirma que a boa notícia é  uma nova terapia criada no EUA para reabilitar a visão de pacientes com ceratocone que pode reduzir a necessidade do transplante de córnea. “É o anel de colágeno, também chamado pela indústria de “injeção de colágeno”, pontua.” Funciona como os procedimentos estéticos que corrigem imperfeições na aparência da pele”, observa. Isso porque, explica, o oftalmologista pode diminuir, aumentar ou remover o colágeno para chegar ao resultado esperado. O procedimento consiste em criar canais na córnea com o laser de femtosegundo para injetar o colágeno e abrandar as alterações no formato causadas pelo ceratocone. O procedimento é minimamente invasivo, realizado entre 5 e 6 minutos, sob anestesia local e pode ser feito seis meses antes ou depois do crosslink.  O objetivo é melhorar a acuidade visual, mantendo o olho intacto.

Ainda não há previsão de quando o anel de colágeno chega ao Brasil mas para Queiroz Neto certamente é o que vem por aí para acabar com o sofrimento de muitos jovens que aguardam pela doação de uma córnea.

 

Demência: número de casos da doença deve aumentar nas próximas décadas

Segundo pesquisadores, pacientes diagnosticados com o problema neurológico tendem a triplicar no Brasil até 2050. Sequelas de COVID-19 podem contribuir para agravamento de casos preexistentes

 

Ainda cercada de estigmas, a demência é uma doença neurológica que tem afligido cada vez mais pessoas ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Um estudo recente publicado pela revista científica Lancet estima que aproximadamente dois milhões de brasileiros sofrem um com alguma das diferentes variações da enfermidade. Ainda assim, o que mais preocupa são as projeções futuras feitas pela mesma pesquisa: até 2050, o número de portadores de demência deve triplicar no País.

Os motivos que explicam este provável aumento são variados, mas passam pela incorporação de hábitos de saúde pouco saudáveis e outros fatores de risco. Além disso, um estudo recente realizado por cientistas indianos e espanhóis trouxe a confirmação de que a COVID-19 pode deixar sequelas que aceleram a deterioração das capacidades cognitivas de pacientes com demência preexistente. Este fator deve gerar um aumento de casos da doença ao longo dos próximos anos, tanto em quantidade quanto em nível de gravidade.

O neurologista credenciado da Paraná Clínicas, Dr. Eduardo Savoldi (CRM 33.191, RQE 25.506), explica que a demência é uma condição de saúde que afeta a capacidade do indivíduo de realizar atividades rotineiras simples, como se vestir ou se alimentar. Ela se manifesta através de um conjunto de sintomas que podem variar de acordo com o tipo de demência do paciente, mas em geral os sintomas mais comuns incluem perda de memória, dificuldade em realizar tarefas conhecidas, mudanças de humor, desorientação espacial/temporal e dificuldade em se comunicar.

Embora muitos associem a doença a quadros de envelhecimento, este não é o único fator de risco para o seu desenvolvimento: “Apesar de ser mais comum em indivíduos mais velhos, há outros pontos que podem favorecer o surgimento de sintomas de uma de suas variações, tais como sedentarismo, doenças cardiovasculares e/ou histórico familiar”, conta Savoldi. Ainda segundo o neurologista, há quatro tipos básicos de demência que, embora tenham algumas características comuns, se diferenciam em alguns aspectos e são adquiridas de formas distintas: a demência de Alzheimer, a vascular, a de corpos de Lewy e a frontotemporal. Esta última ganhou destaque recente em virtude do caso do ator norte americano Bruce Willis, diagnosticado com a doença.

Em geral a confirmação de qualquer uma das variações da doença é feita a partir da avaliação de um médico especialista a partir da detecção de alguns sintomas e correlação com alguns dos fatores de risco preexistentes. “Devemos ficar atentos a diminuição lenta e progressiva da função mental, caracterizada por dificuldades de memória, períodos de desorientação, mudanças repentinas de humor, repetições de frases e de palavras da forma errada. Também é importante entender que não é qualquer esquecimento ou dificuldade de memória recente que caracteriza um possível sintoma de demência: esquecer onde deixamos o celular, por exemplo, é algo comum que pode ocorrer com qualquer pessoa. Neste sentido, um sintoma de demência está mais associado a uma situação onde o indivíduo esquece para que serve ou como utilizar o celular”, explica o neurologista.

Embora não seja possível prevenir completamente as chances de adquirir a doença, sobretudo em situações de predisposição genética, há como atenuar os riscos a partir de uma série de atividades que exercitem e “fortaleçam” o cérebro: “Assim como nossos músculos que quanto mais estimulados, mais fortes ficam, nosso cérebro também pode ficar mais resistente: quanto maior o estímulo, mais forte e menos propenso a demência ele fica. Ler, resolver problemas mentais (como palavras cruzadas), aprender novas habilidades, ter um Hobbie (esportes, desafios), ter uma alimentação saudável e praticar atividade física regular nos ajuda a fortalecer o cérebro”, explica Savoldi.


Diagnóstico e tratamento

Embora seja um problema de saúde cada vez mais comum, o diagnóstico da demência não é necessariamente simples. Muitos dos sinais e sintomas são observados apenas a partir da comparação subsequente de testes específicos, e a confirmação geralmente só é feita a partir da avaliação e conversa com um especialista. Não há um exame de sangue ou de imagem que confirme o diagnóstico de forma desassociada à avalição do médico da área.

Infelizmente não há cura para a demência, só formas de atenuar os efeitos e a progressão da perda das capacidades cognitivas do indivíduo afetado: “Atualmente não dispomos de um tratamento curativo, apenas dispomos de maneiras de controle dos sintomas e terapias que ajudam a retardar o processo de morte neuronal que leva a demência. Com isso, o paciente diagnosticado apresenta uma evolução da doença mais lenta, comprometendo menos sua qualidade de vida”, explica o neurologista, que ainda ressalta a importância do acolhimento familiar para auxiliar os pacientes a lidarem melhor com o problema: “Quando falamos de uma doença crônica e progressiva, devemos ter em mente que ela ultrapassa o indivíduo diagnosticado e pode afetar de diferentes formas toda a sua estrutura familiar. Ao conhecer adequadamente a doença, os familiares aceitam melhor o diagnóstico e passam a acolher o doente da forma correta, permitindo que todos da família possam lidar de forma mais assertiva e saudável com o problema”, completa.

 

PALAVRA DO ESPECIALISTA: QUAIS SÃO OS TIPOS DE DEMÊNCIA MAIS COMUNS?

Demência de Alzheimer – Causada pela degeneração do tecido cerebral a partir do acúmulo de uma proteína chamada beta-amilóide, ela é caracterizada principalmente pela dificuldade de memória e desorientação espaço temporal.

Demência Vascular – Originada a partir de múltiplos infartos cerebrais, é marcada pela dificuldade de aprendizagem, perdas de memória e até epilepsia;

Demência com corpos de Lewy – Gerada pelo acumulo de proteínas que formam os corpos de Lewy, um agregado de neurofilamentos que ficam nas células do sistema nervoso, ela causa a morte de neurônios, acarretando em confusão mental e alucinações.

Demência Frontotemporal – Caracteriza-se pela atrofia dos lobos frontais ou temporais, responsáveis por várias funções cerebrais tais como o comportamento e linguagem. É marcada principalmente pela mudança comportamental e dificuldade de fala.

 

Paraná Clínicas
panaclinicas.com.br


Infectologista alerta para a importância de se vacinar contra a gripe antes das festas juninas

 Imunização previne complicações mais graves das síndromes gripais em adultos e crianças

 

Com a chegada das festas juninas, a vacinação que previne doenças como as síndromes gripais se torna indispensável para as pessoas poderem curtir os festejos com mais tranquilidade, pontua o infectologista e consultor técnico do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos. “As pessoas, normalmente, se aglomeram mais em ambientes fechados neste período do ano devido ao frio e aos festejos juninos, o que aumenta significativamente o risco de transmissão. Por isso, colocar a vacinação em dia é importante, uma vez que a imunização previne complicações mais graves”, pontua. 

Ele destaca que, durante este período, é mais comum a circulação de vírus como o da Influenza, Adenovírus e Rinovírus, o que exige que as pessoas redobrem a atenção. Isso porque as síndromes gripais, se não tratadas adequadamente, podem progredir para quadro de maior gravidade, atingindo o trato respiratório inferior, com um possível desenvolvimento de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) mostram que dos 3.350 casos de SRAG, registrados de 1º janeiro a 13 de maio deste ano, 259 foram confirmados como de Influenza (7,73%). O mesmo Boletim Epidemiológico informou que os principais vírus respiratórios que ocasionaram os casos de SRAG em 2023, com exceção do Sars-CoV-2, são o Influenza B: 144 casos; e Influenza H1N1: 53. Os casos de SRAG por Influenza foram registrados em 56 municípios. Salvador concentra o maior número, com 116.

A Sesab também apontou o aumento de casos de SRAG entre crianças, especialmente na faixa etária de menor de 1 ano. Por conta disso, o órgão estadual reforçou a orientação da ampliação da cobertura vacinal. Claudilson Bastos salienta que as crianças estão mais suscetíveis, uma vez que compartilham objetos umas com outras, como copos e pratos, o que facilita a transmissão. Além disso, elas também podem desenvolver quadros mais graves. “É importante relatar que as síndromes gripais podem ser portas de entradas para as infecções bacterianas. Sendo assim, ao levarem a criança para se vacinar contra a Influenza, os pais devem ficar atentos para vacinas contra S.pneumoniae, _N. meningitidis e H. influenzae”, informa.

Até o último dia 5 de junho, a cobertura vacinal contra a Influenza na Bahia tinha alcançado cerca de 10% do público-alvo; ou seja, um pouco mais de 580 mil pessoas.

Há opções de vacinas contra a síndromes gripais disponíveis tanto na rede pública como privada. O Sabin Diagnóstico e Saúde, por exemplo, dispõe de duas opções de vacinas quadrivalentes contra gripe: o combo Pneumo 13 e Influenza, que é indicado para pessoas a partir de 6 meses, e a Efluelda, para maiores de 60 anos. “O imunizante Pneumo13 ajuda a prevenir doenças graves, especialmente em crianças e em idosos, como pneumonia, meningite e otite, provocadas por 13 sorotipos de pneumococos. O outro imunizante também protege contra os quatro vírus e está licenciado para as outras faixas etárias”, salienta o infectologista. 


Vacina Efluelda

O imunizante Efluelda – que contém quatro vezes mais antígenos (substância que produz anticorpos) do que a quadrivalente padrão – também está disponível nas unidades físicas e no atendimento móvel do Sabin em Salvador, Camaçari, Lauro de Freitas, Mata de São João, Barreiras e Luís Eduardo Magalhães. O agendamento pode ser realizado pelo site.

As pessoas ainda podem encontrar a vacina – que previne contra as variantes Influenza A (H1N1/Sydney e H3N2/Darwin) e Influenza B (Austria/Victoria e Phuket/Yamagata) nas unidades físicas de vacina do Sabin em Salvador e Barreiras (confira os endereços aqui).           

 

Junho Preto: prevenção é a maior aliada contra o melanoma

 Tumor de pele agressivo é mais incidente no Sul e no Sudeste do Brasil e está associado à exposição ao sol sem proteção da pele

 

A prevenção é a maior aliada contra o melanoma, câncer de pele pouco frequente, mas muito agressivo. Junho recebe o laço preto para reforçar os cuidados que podem evitar esse tipo de tumor, que se desenvolve nas células que produzem a melanina e é um dos mais temidos pela alta possibilidade de metástase. A exposição solar é o principal fator de risco para a doença. Kees Schoenmaker, de 80 anos, é um exemplo. O holandês, que chegou ao Brasil ainda adolescente, trabalhou por mais de 40 anos no campo. Mesmo protegendo o corpo com roupas compridas e fazendo uso de chapéu, desenvolveu um melanoma no couro cabeludo. “Descobri o melanoma há dois anos. Surgiu como um caroço e foi crescendo. Quando começou a doer, decidi procurar um médico”, conta Kees.

O melanoma representa apenas 4% de todos os tumores de pele. Apesar da baixa incidência, é responsável por cerca de 2 mil mortes por ano e, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil deve diagnosticar em 2023 cerca de 9 mil casos do tumor. As regiões sul e sudeste são as que mais apresentam casos da doença. O melanoma é mais frequente em adultos de pele branca, com mais de 40 anos, e pode se desenvolver em qualquer parte da pele, inclusive nas mucosas. O oncologista Vinícius Conceição explica que a exposição ao sol é um fator a ser observado e evitado. “O melanoma está diretamente relacionado à exposição ao sol, por isso precisamos reforçar os cuidados básicos, como o uso de protetor solar, diariamente, independentemente do clima”, reforça o oncologista. O fator genético também precisa ser observado no paciente com melanoma. Pelo menos 30% deles apresentam uma mutação do gene BRAF, sendo necessário fazer uso de um inibidor, para frear a ação dele.

A última década trouxe mudanças importantes para o tratamento do melanoma, com a boa resposta dos pacientes ao tratamento com imunoterapia, que nada mais é do que ativar o sistema imunológico do paciente, fazendo com que as células de defesa atuem de maneira mais eficaz contra o tumor. Antes de 2010, a quimioterapia era uma escolha agressiva e inevitável, mas o tratamento vem sendo modificado, garantindo mais qualidade de vida ao paciente. Kees Schoenmaker é um dos pacientes que vêm tendo bons resultados com o tratamento. “Em um ano de imunoterapia, já reduzi a medicação e os exames têm sido satisfatórios”, explica Kees. O oncologista Vinícius Conceição destaca ainda o papel da combinação dos agentes como uma mudança de paradigma para a oncologia.

 

Como identificar um melanoma?

O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento de toda e qualquer doença. No caso do melanoma, quanto menor o tumor, maiores são as chances de evitar uma possível metástase. Nesse caso, a visita periódica a um dermatologista e a observação dos sinais do corpo são fundamentais.

As manchas no corpo devem ser avaliadas pela regra conhecida como ABCDE, em que a letra “A” corresponde à assimetria da mancha; “B” às bordas irregulares; “C” às cores de vários tons ou heterogêneas; “D” ao diâmetro maior de 6mm; “E” à evolução com crescimento ou mudança de aspecto. Sempre que as manchas apresentarem essas características, devem ser avaliadas por um dermatologista.

 

Grupo SOnHe - Oncologia e Hematologia
www.sonhe.med.br

Seis mitos e verdades sobre natalidade, fertilidade feminina e masculina e reprodução humana assistida

Junho é o Mês Internacional dos Cuidados com a Fertilidade. Em meio às informações sobre o tema, como saber o que é mito ou verdade? No curso de Atualização em Fertilidade para Jornalistas e Comunicadores, realizado pela Igenomix Brasil, foram explicados os assuntos que geram mais dúvidas nos consultórios


Como em qualquer área, mitos acompanham questões referente à natalidade, fertilidade e reprodução humana assistida. Conhecer e disseminar informações que ajudem os pacientes a buscar a melhor opção, garantindo assim um tratamento seguro, são fundamentais para aqueles que tanto sonham em gerar uma vida. Os tratamentos de reprodução assistida podem ser uma opção para casais e pessoas que têm dificuldades em conceber naturalmente.

No mundo, o número de pessoas que apresentam infertilidade cresce. A Organização Mundial da Saúde (OMS), em documento publicado em 3 de abril, alertou que uma em cada seis pessoas em idade reprodutiva sofre de infertilidade durante a vida. No Brasil, estima-se que cerca de 8 milhões de indivíduos podem ser inférteis, segundo dados da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). “Compreender a origem da infertilidade é importante para desenvolver intervenções apropriadas e limitar os fatores de risco e as consequências”, observa a biomédica e geneticista Marcia Riboldi, VP Sales & Marketing Medical devices da Igenomix Brasil e Latam

Em meio aos números de infertilidade no Brasil e no mundo, há também mitos que podem gerar dúvidas e preocupações, relacionados à fertilidade feminina e masculina. Esse assunto foi pauta durante o Curso de Atualização em Fertilidade para Jornalistas e Comunicadores, realizado em junho pela Igenomix Brasil, em São Paulo. Melissa Cavagnoli, ginecologista especialista em reprodução assistida da Clínica Hope, explicou e desmistificou alguns deles.


MITOS E VERDADES

Embora existam milhares de casais que não conseguem conceber naturalmente, pouco se fala em fertilidade e, muitas vezes, de forma errada. Isso porque, mesmo com muitos estudos, pesquisas e publicações, de fato, alguns mitos sobre a fertilidade continuam a sobreviver intactos. Confira a seguir quais são verdade e quais são mitos:


1 - “O uso de anticoncepcional oral faz com que a mulher não ovule. Com isso, ela economiza seus óvulos”

MITO - As mulheres nascem com uma quantidade finita de óvulos. Quando a mulher nasce, tem em torno de 1 milhão de óvulos. Além de perdê-los a cada ciclo, há uma perda de qualidade. Aos 35 anos, começa o envelhecimento mais intenso dos óvulos. Ou seja, o fato de usar anticoncepcional não economiza óvulos. Veja a seguir as quantidades de óvulos por faixa etária:

  • Intrauterina - 6 a 7 milhões de óvulos
  • 13 anos - 350 mil óvulos
  • 25 anos - 130 mil óvulos
  • 30 anos - 70 mil óvulos
  • 35 anos - 30 mil óvulos
  • 40 anos -13 mil óvulos
  • 45 anos - 5 mil óvulos
  • 50 anos - 1 mil óvulos


2 – “Se um casal não engravida, a maior probabilidade é que o problema esteja relacionado com a mulher“

MITO - Um dos mitos que envolve a infertilidade quando um casal deseja ter filhos e não consegue é acreditar que normalmente a mulher é a responsável. Alguns estudos apontam que 35% dos casos são devidos às causas masculinas como alterações na área testicular, obstrução de ductos, patologias na próstata, entre outros fatores. Outros 35% as causas femininas (o mais comum é uma alteração nas trompas) e o restante é um fator misto.

Porém, é verdade que, a partir dos 35 anos, a reserva ovariana da mulher diminui consideravelmente, enquanto o homem tem uma margem maior para se reproduzir e não há evidências do momento exato em que sua capacidade reprodutiva diminui. De qualquer modo, quando um casal não consegue engravidar, o recomendado é os dois realizarem exames para investigar a causa e assim, optarem pelo melhor tratamento.


3 – “Apesar de a medicina estar muito avançada, a fertilização in vitro (FIV) não é uma garantia de gravidez”

VERDADE – A fertilização in vitro não é uma garantia, 100%, de gravidez. Pode se ter o melhor médico ou laboratório, mas o resultado vai depender do material genético do casal. Também não há 100% de garantia de que, após uma ou várias tentativas de tratamento de reprodução assistida, a pessoa consiga engravidar.


4 – “Tenho medo de fazer a fertilização in vitro, pois não quero ter gêmeos ou trigêmeos”.

MITO - A fertilização in vitro não permite que você opte por uma gravidez múltipla, porque não se tem certeza sobre quais embriões serão implantados. Importante saber que a gravidez múltipla pode resultar em riscos para a gestação, tanto para a mãe quanto para o feto. Nas gestações gemelares há maior incidência de aborto, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, crescimento intrauterino restrito, prematuridade e, como consequência, a morbimortalidade fetal e neonatal é maior. A principal preocupação é que a gravidez resulte em um filho sadio em casa.


5 – “A idade do homem não importa muito para a gravidez e não acarreta risco nenhum para o bebê”

MITO - Ao contrário do relógio biológico da mulher, a diminuição das características dos espermatozoides do homem ocorre mais tarde. Mesmo assim, é importante saber que a idade do homem repercute na fertilidade. O homem produz esperma durante toda a sua vida. Mas a passagem do tempo pode causar alterações no espermograma, assim como oxidação do esperma, reduzindo a capacidade de fertilização do sêmen. Em outras palavras, a potência diminui consideravelmente com a idade e, com ela, a fertilidade masculina. Alguns estudos apontam que doenças mentais e malformações do bebê estão associadas à idade paterna.


6 – “O congelamento de óvulos é uma excelente forma de preservação da fertilidade, apesar de não ser uma garantia de gravidez”

VERDADE - O congelamento de óvulos é uma técnica de reprodução assistida que permite preservar a fertilidade feminina. A mais comum é o congelamento dos óvulos quando a mulher ainda está fértil, período quando elas têm mais chances de planejar o futuro. Por fim, é preciso estar ciente de que a preservação da fertilidade não é garantia de uma gravidez posterior. Com esse procedimento, a capacidade fértil de uma mulher é preservada, mas o óvulo deve ser fertilizado por um espermatozoide para se tornar um embrião que possa se desenvolver de forma saudável no útero até o parto.

 

Igenomix

 

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