Tumor de pele agressivo é mais incidente no Sul e no Sudeste do Brasil e está associado à exposição ao sol sem proteção da pele
A prevenção é a maior aliada contra o melanoma,
câncer de pele pouco frequente, mas muito agressivo. Junho recebe o laço preto
para reforçar os cuidados que podem evitar esse tipo de tumor, que se
desenvolve nas células que produzem a melanina e é um dos mais temidos pela
alta possibilidade de metástase. A exposição solar é o principal fator de risco
para a doença. Kees Schoenmaker, de 80 anos, é um exemplo. O holandês, que
chegou ao Brasil ainda adolescente, trabalhou por mais de 40 anos no campo.
Mesmo protegendo o corpo com roupas compridas e fazendo uso de chapéu,
desenvolveu um melanoma no couro cabeludo. “Descobri o melanoma há dois anos.
Surgiu como um caroço e foi crescendo. Quando começou a doer, decidi procurar
um médico”, conta Kees.
O melanoma representa apenas 4% de todos os tumores
de pele. Apesar da baixa incidência, é responsável por cerca de 2 mil mortes
por ano e, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil deve
diagnosticar em 2023 cerca de 9 mil casos do tumor. As regiões sul e sudeste são
as que mais apresentam casos da doença. O melanoma é mais frequente em adultos
de pele branca, com mais de 40 anos, e pode se desenvolver em qualquer parte da
pele, inclusive nas mucosas. O oncologista Vinícius Conceição explica que a
exposição ao sol é um fator a ser observado e evitado. “O melanoma está
diretamente relacionado à exposição ao sol, por isso precisamos reforçar os
cuidados básicos, como o uso de protetor solar, diariamente, independentemente
do clima”, reforça o oncologista. O fator genético também precisa ser observado
no paciente com melanoma. Pelo menos 30% deles apresentam uma mutação do gene
BRAF, sendo necessário fazer uso de um inibidor, para frear a ação dele.
A última década trouxe mudanças importantes para o
tratamento do melanoma, com a boa resposta dos pacientes ao tratamento com
imunoterapia, que nada mais é do que ativar o sistema imunológico do paciente,
fazendo com que as células de defesa atuem de maneira mais eficaz contra o
tumor. Antes de 2010, a quimioterapia era uma escolha agressiva e inevitável,
mas o tratamento vem sendo modificado, garantindo mais qualidade de vida ao
paciente. Kees Schoenmaker é um dos pacientes que vêm tendo bons resultados com
o tratamento. “Em um ano de imunoterapia, já reduzi a medicação e os exames têm
sido satisfatórios”, explica Kees. O oncologista Vinícius Conceição destaca
ainda o papel da combinação dos agentes como uma mudança de paradigma para a
oncologia.
Como identificar um melanoma?
O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento
de toda e qualquer doença. No caso do melanoma, quanto menor o tumor, maiores
são as chances de evitar uma possível metástase. Nesse caso, a visita periódica
a um dermatologista e a observação dos sinais do corpo são fundamentais.
As manchas no corpo devem ser avaliadas pela regra
conhecida como ABCDE, em que a letra “A”
corresponde à assimetria da mancha; “B” às bordas irregulares; “C” às cores de
vários tons ou heterogêneas; “D” ao diâmetro maior de 6mm; “E” à evolução com
crescimento ou mudança de aspecto. Sempre que as manchas apresentarem essas
características, devem ser avaliadas por um dermatologista.
Grupo SOnHe - Oncologia e Hematologia
www.sonhe.med.br
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