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quinta-feira, 9 de junho de 2022

Vacinação contra doenças importantes apresenta queda no Brasil

Fake news e desinformação estão entre as causas da queda nas imunizações, afirmam especialistas da Rede de Hospitais São Camilo de SP 

 

Desde sua criação, em 1796, as vacinas passaram a desempenhar um papel essencial à sociedade. Elaboradas a partir de micro-organismos, o seu objetivo é estimular a produção de anticorpos nos indivíduos, para, assim, prevenir doenças. Com a pandemia de Covid-19, reforçou-se a sua importância, já que a vacinação vem tornando possível o melhor controle de um cenário até então desconhecido.

No entanto, apesar de o momento ressaltar a dimensão que a vacina tem, muitas pessoas deixaram de se vacinar e de vacinar seus filhos, não só contra o Coronavírus, mas também contra outras doenças importantes.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a cobertura da vacinação contra a poliomielite no Brasil, por exemplo, caiu de 84,2% em 2019 para 67,7%, em 2021. Ou seja, três em cada dez crianças não receberam a vacina.

“Este declínio que temos observado se deve à percepção de uma parte da população que acredita que não há necessidade de se vacinar porque as doenças ‘desapareceram’. As baixas taxas de imunização contribuem para que doenças antes sob controle, e algumas até erradicadas, voltem a circular no país”, afirma Dr. Hamilton Robledo, pediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Ainda conforme a Unicef, a vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola em crianças brasileiras também caiu de 93,1% em 2019 para 71,49% em 2021. “Por não ficarem em evidência, algumas doenças acabam não sendo lembradas. Também existe a desinformação, que contribui para essa queda”, complementa a infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo Dra. Claudia Maekawa Maruyama.

Além das fake news propagadas nas redes sociais, outros fatores influenciam na escolha ou não pela imunização. “Nos primeiros 15 meses da criança, são várias idas ao posto de saúde. E, pensando neste momento econômico difícil que vivemos no Brasil, as desigualdades sociais, dificuldades com transporte, volta do trabalho presencial, entre outros fatores, também podem impactar a decisão”, reitera Dr. Hamilton.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem um dos maiores programas de imunizações do mundo. São ofertadas à população uma variedade de 45 vacinas, sendo 19 delas destinadas exclusivamente a crianças recém-nascidas.

“Logo após o nascimento da criança, a vacinação é um dos pontos de maior atenção que os pais devem ter. Ela será requisitada por toda a vida e compõe um documento muito importante. A sua atualização e manutenção é de grande valor para a prevenção e controle de doenças”, enfatiza o pediatra. 

Apesar do retrocesso, é crucial ter em mente que a proteção fornecida pelas vacinas impacta diretamente não só na saúde individual, mas também na coletiva. Estar com a caderneta de vacinação em dia é um ato de amor e cidadania que deve ser estimulado e exercido por todos.

 

 Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp

“Vacinação infantil tem menor adesão em 30 anos e justifica retorno de doenças graves”, diz pediatra


Neste dia 9 de junho é comemorado o Dia Mundial da Imunização e o índice de vacinação infantil tem preocupado os médicos. Segundo informações da Agência Senado, até 2014, a cobertura vacinal das crianças costumava ficar acima dos 90%, por vezes alcançando os 100%. Atualmente, os índices registrados são os menores em 30 anos, chegando abaixo de 70% em doenças como paralisia infantil e a BCG (contra tuberculose). Para que exista a proteção coletiva, o recomendável é imunizar entre 90% e 95% das crianças, no mínimo. 

Segundo a médica pediatra Lara França, essa queda na vacinação teve uma expressão ainda maior desde o início da pandemia. “Houve uma queda expressiva na adesão à vacinação. Isso se explica pelo isolamento social e principalmente as fakes news em torno das vacinas. Em 2021, em torno de 60% das crianças foram vacinadas contra a hepatite B, o tétano, a difteria e a coqueluche. Contra a tuberculose e a paralisia infantil, perto de 70%. Contra o sarampo, a caxumba e a rubéola, o índice não chegou a 75%. A baixa adesão se repetiu em diversas outras vacinas”, diz. 

Os pais deixaram de atualizar os cartões das crianças e a vacina da meningite B é uma das que não entram no Programa Nacional de Imunização do SUS, então precisa ser buscada na rede particular. A doença é de fácil tratamento, mas tem uma mortalidade muito rápida, então é muito importante que as pessoas estejam atentas a isso. A meningite é uma doença que causa inflamação no cérebro e na medula espinhal e pode ser transmitida por vírus ou bactérias. 

No Brasil todo, o aumento dos casos acende alerta sobre a doença. Em Goiás, em todo o ano de 2021 foram registrados dez casos da doença. Em 2022, até abril, foram registrados quatro casos. Os principais sintomas de meningite são início súbito de febre, dor de cabeça e rigidez na nuca. Outros sintomas como mal-estar, náusea, vômito, fotofobia e confusão mental também podem surgir e alguns sintomas mais graves são convulsões, delírio, tremores e coma. Segundo Lara, a melhor maneira de evitar a doença é com a vacinação. 

Em recém-nascidos e bebês, alguns desses sintomas podem ser difíceis de identificar, mas os sinais são irritação, falta de apetite, letargia ou falta de resposta a estímulos e pode apresentar a fontanela (moleira) protuberante ou reflexos anormais. De acordo com dados da SES-GO (Secretaria Estadual de Saúde de Goiás), a cobertura da vacinação contra a meningite C em 2016 foi de mais de 87% enquanto no ano passado chegou apenas a 73% das crianças. A vacina BCG, em 2016 alcançou mais de 92% das crianças, mas no ano passado apenas 70% foram vacinadas.

 

Riscos da falta de vacinas 

No Brasil, a vacinação foi responsável pela erradicação da varíola e da poliomielite (paralisia infantil). Mas isso só aconteceu com aplicação adequada das vacinas e seguindo as recomendações do Ministério da Saúde. O risco da imunização inadequada ou a falta da mesma pode trazer sequelas causadas pela própria doença e até mesmo a morte. As vacinas são fundamentais para uma redução e agravamento de doenças. Muitas doenças deixam sequelas e podem levar a mortalidade. 

A meningite e a caxumba podem causar surdez. O sarampo pode retardar o crescimento e reduzir a capacidade mental. A difteria pode levar a falência renal. A coqueluche pode provocar lesões cerebrais. A rubéola quando contraída na gravidez, o bebê pode nascer com glaucoma, catarata e deformação cardíaca, entre outros problemas, além do risco de aborto. 

“As vacinas são aplicadas desde o nascimento e seguem até a vida adulta. No Brasil há dois tipos de calendário vacinal, preconizado pelo Ministério da Saúde e pela rede particular. O Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, disponibiliza gratuitamente, para os recém-nascidos até a terceira idade, 19 vacinas que protegem contra mais de 40 doenças. 

A rede privada disponibiliza vacinas para a imunização de todas as faixas etárias, complementando o calendário vacinal do PNI. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o não comparecimento de crianças aos postos e clínicas de vacinação para atualização da caderneta de vacinação, pode impactar nas coberturas vacinais e colocar a saúde de todos em risco”, finaliza a médica. 


Vacinas cobertas pela rede pública 

  • BCG: Protege contra as formas graves da tuberculose;
  • Pentavalente: protege contra as infecções invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B (meningite) e contra difteria, tétano, coqueluche e hepatite B;
  • Pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as infecções invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite;
  •    Meningocócica ACWY conjugada: protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo A,C,W e Y.

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Hepatite atinge predominantemente crianças e preocupa comunidade científica

 O crescente número de casos de hepatite aguda de origem desconhecida em crianças tem intrigado autoridades da área de saúde em pelo menos 20 países. Em 15 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um alerta sobre casos de hepatite aguda severa de causa desconhecida. Segundo a OMS, o número de casos notificados é 614, sendo que ocorreram 14 óbitos. A doença atinge principalmente crianças e adolescentes cujas idades variam de um mês a 16 anos.

O Ministério da Saúde informou que há 64 casos suspeitos no Brasil e o governo criou uma Sala de Situação para monitorar a doença com o objetivo de investigar os casos reportados e realizar um levantamento de evidências. A enfermidade foi identificada pela primeira no Reino Unido e causa sintomas gastrointestinais, incluindo náuseas, dores abdominais, vômitos, icterícia, aumento de enzimas hepáticas (aspartato transaminase (AST) ou alanina aminotransaminase (ALT) acima de 500 UI/L e ausência de febre.

Os casos são classificados como uma inflamação no fígado aguda e severa de origem desconhecida e a doença foi apelidada de hepatite misteriosa, pois difere de registros médicos anteriores. Os exames tradicionais de sangue são negativos para hepatites A, B, C, D e E.


Pesquisadores estudam relação entre hepatite e adenovírus

Uma possível associação entre infecções causadas pelo adenovírus 41 e a hepatite misteriosa foi apontada em uma pesquisa do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças. A infecção por adenovírus foi detectada em ao menos 74 casos. Em 18 casos, testes moleculares identificaram a presença do adenovírus F tipo 41 e, em 20 casos, foi descoberta a presença do SARS-CoV-2, que causa a Covid-19.

Além disso, em 19 casos houve uma coinfecção por SARS-CoV-2 e adenovírus. O órgão trabalha com a hipótese de que o vírus pode ser o responsável pela doença. A relação entre a hepatite aguda e a vacina contra Covid-19 foi descartada.

Os adenovírus são vírus de DNA dupla fita e existem mais 51 subtipos do vírus que estão divididos em sete subgrupos  e podem causar infecções em humanos. Os adenovírus são a causa mais comum de doenças respiratórias e os sintomas podem variar desde um resfriado comum até pneumonia, infecções do trato respiratório superior e bronquite. As vias aéreas superiores são o local mais frequente da infecção por adenovírus. Porém, dependendo do tipo do vírus, eles podem acarretar outras doenças como gastroenterites, conjuntivites, cistites e, com menor frequência, doenças neurológicas.

A transmissão do vírus ocorre por meio do contato entre as pessoas e as crianças que são mais regularmente afetadas do que adultos. Em crianças de até cinco anos, as infecções por adenovírus chegam a 80%. Na maioria dos casos, as infecções regridem espontaneamente em poucos dias e, por isso, não precisam de intervenção terapêutica. 

Porém, as infecções graves por adenovírus necessitam de internamento e tratamento específico, incluindo cuidados intensivos e ventilação assistida. De acordo com o Instituto Butantã, ocorreram casos raros de infecções graves por adenovírus que resultaram em hepatite em pacientes imunocomprometidos e transplantados, por exemplo. No entanto, as crianças infectadas com hepatite aguda eram previamente saudáveis.


Exames moleculares detectam Adenovírus, sorotipo F tipo 41

Detectar rapidamente o adenovírus é vital para minimizar a gravidade desse panorama. O laboratório ID8 - Inovação em Diagnóstico oferece diagnósticos moleculares de alta sensibilidade que detectam o Adenovírus, incluindo o adenovírus F tipo 41, em apenas uma amostra. 

O exame é rápido, acessível, de alta precisão - sem falsos positivos ou negativos - e possibilita que o paciente receba um tratamento apropriado, agindo diretamente sobre as consequências negativas da enfermidade. O exame é bastante oportuno para hospitais, já que a agilidade é imprescindível em atendimentos de emergência. 

Rodrigo Chitolina, supervisor de laboratório e responsável técnico do ID8 - Inovação em Diagnóstico, explica a importância dos exames moleculares para detecção do Adenovírus, oferecidos no ID8: “No  laboratório trabalhamos com metodologias de biologia molecular que  são importantes aliados na conclusão de um diagnóstico, pois, além de serem padrão ouro com alta sensibilidade e especificidade, quando em formato de painéis, podem detectar vários patógenos com uma única amostra, o que acelera a conclusão do diagnóstico médico”, aponta.

 Ainda de acordo com Chitolina, atualmente o ID8 conta com dois exames que detectam o Adenovírus, o Exame Adenovírus – Detecção por qPCR e o exame Painel de Encefalites, sendo que, ambos detectam todos os sorotipos descritos para a espécie, incluindo o sorotipo F tipo 41, possivelmente relacionado à hepatite aguda em crianças. “Além disso, ambos os exames apresentam uma gama de amostras passíveis de serem testadas, incluindo sangue total, que para a pesquisa da infecção hepática pode ser mais aconselhável, que apenas em amostra respiratória”.

É importante destacar que dentro do laboratório todos os exames são tratados em caráter de urgência e liberados em poucas horas após o recebimento, pois funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. “Dessa forma trazemos assertividade e celeridade para o diagnóstico e conduta médica. Esse formato de trabalho 24/7 é essencial para o atendimento a hospitais, uma vez que, caso detectado uma suspeita de hepatite aguda a amostra precisa ser processada o mais rápido possível e não ficar aguardando a análise em um dia útil ou apenas horário comercial”, acrescenta Rodrigo, do ID8.

Além da preocupação com a hepatite aguda, profissionais da saúde permanecem em estado de alerta em relação a doenças respiratórias em crianças. O Ministério da Saúde informou que houve um aumento de 30% nas internações de crianças de até cinco anos com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) nos quatro primeiros meses do ano na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Na Atualização em Pediatria - Temporada 2022 - doenças respiratórias e hepatites em crianças, evento online organizado pela Sociedade Paranaense de Pediatria, a pediatra infectologista Marion Burger reiterou a importância da vacinação: “É preciso reforçar a vacinação de todas as vacinas do calendário infantil para aumentar a proteção coletiva. Em 2020 e 2021, as crianças estavam isoladas e, agora em 2022, os outros vírus respiratórios começam a mostrar suas garras”.

Segundo ela, o uso de máscaras e de álcool em gel e o distanciamento social devem ser mantidos para proteger as pessoas da disseminação de diferentes vírus. “Não entendo as pessoas reclamarem tanto sobre o uso de máscaras. Devemos ser como os asiáticos e fazer disso um hábito de rotina para evitar que esses vírus se propaguem e causem consequências graves”, frisou.

  

ID8 - Inovação em Diagnóstico 

www.id8diagnostico.com.br


Infertilidade atinge 15 % da população global, mas tem tratamento

Segundo a OMS (últimos dados são de 2018), no mundo, há cerca de 50 milhões de pessoas com diagnóstico de infertilidade onde, desses, oito milhões são brasileiros. 

 

Planejar, sonhar e escolher o momento certo para ter filhos é normal para a maioria das mulheres e homens. Porém, há um grupo de pessoas e casais que não têm essa mesma facilidade, seja por alguma doença congênita, adquirida ou acometida durante os primeiros anos de vida. A infertilidade atinge cerca de 15% da população global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

JUNHO é - justamente – o Mês Mundial da Conscientização da Infertilidade, criado pela American Infertility Association (AIA) e com anuência da OMS para conscientizar pessoas e sociedades, ao redor do mundo, para um tema tão sensível que mexe diretamente com autoestima, crenças socioculturais e religiosas limitantes, falta de informação e vergonha. 

“Há várias causas, e a proporção de fatores masculinos e femininos é semelhante, sendo que cerca de 30% são relacionadas a fatores femininos, 30% aos masculinos e 30% em ambos. Os 10% restantes referem-se a situações em que não é detectada alteração alguma, chamados de infertilidade sem causa aparente”, ressalta a ginecologista Dra. Carla Iaconelli, especialista em reprodução humana. 

A ciência reprodutiva desenvolveu-se muito nos últimos 30 anos. Casos antes irreversíveis até a década de 1990, hoje já tem sucesso com técnicas como a Fertilização In Vitro. Segundo a OMS (últimos dados são de 2018), no mundo, há cerca de 50 milhões de pessoas com diagnóstico de infertilidade onde, desses, 8 milhões são brasileiros.  

Os tratamentos propostos à infertilidade são:

- Coito programado;

- Inseminação artificial;

- Fertilização in vitro;

- Doação de óvulos e de espermatozoides.

E quanto Custa um tratamento? O preço estimado varia entre R$ 15.000 e R$ 25.000. Normalmente, esse valor está estimado os hormônios indutores da ovulação, medicamentos adquiridos nos laboratórios têm custo entre R$ 1.000 a cerca de R$ 8.000. Há também os custos com a punção dos óvulos, manipulação do sêmen e com os profissionais envolvidos nessa fase, que varia de R$ 6.000 a R$ 10.000. E por fim, o custo da criopreservação que varia de R$ 2.000 a R$ 2.500, além do valor mensal para o armazenamento desse material que fica em torno dos RS 100 ao mês.

 

Conheça todos os CENÁRIOS de infertilidade e como buscar alternativas: 

- Mulheres e o congelamento de óvulos: “Cerca de 10% das mulheres inférteis são portadoras de Endometriose. Essa doença causa o crescimento do revestimento interno do útero para fora do seu local original (na cavidade uterina), se espalhando e atingindo intestino, bexiga, trompas e ovários, causando dor e infertilidade”, explica Dra. Carla.

Segundo a especialista em reprodução humana, essa doença diminui as chances de engravidar entre 36% e 12%. A taxa mês de fecundidade de mulheres com 20-30 anos fica em torno dos 25%. Depois dos 35 anos, cai para menos de 10%. A partir de 40 anos, a queda da função reprodutiva é muito grande. De forma, o ideal é a mulher fazer o congelamento de óvulos entre os 31 a 35 anos. As mulheres na faixa entre 36-40 anos também podem ser beneficiadas, porém com resultados menores de gestações. E com 40 a 50 anos, o sucesso da técnica é mais raro, pois a fertilidade está na fase de rápido declínio. 

Dra.Carla conta que os homens inférteis que podem gerar filhos. Dentre as causas frequentes de esterilidade está a Varicocele (varizes na região escrotal), responsável por 40% dos casos (o diagnostico é por simples exame físico). Há também a Falência Testicular Primária, Infecções Seminais, Criptorquidia (testículos fora da bolsa testicular), Obstruções do Epidídimo (ou canal deferente) e Disfunções Hormonais. A evolução das técnicas de Reprodução Assistida permite que muitos problemas seminais sejam resolvidos, dando condições ao homem ter filhos. As técnicas são: Processamento do Sêmen para Inseminação Artificial e a Fertilização In Vitro com ICSI (onde se injeta um único espermatozoide dentro do óvulo). 

- Cirurgia bariátrica e Obesidade - Homens que tem excesso de peso têm a diminuição de espermatozoides, por causa da obesidade. Quanto maior o peso (o índice de massa corpórea – IMC), maior a alteração seminal. E com cirurgia bariátrica, onde há perda muito rápida de peso, causa mudança drástica do metabolismo, isso atinge os testículos podendo causar Azoospermia (sem espermatozoide) após esse procedimento. 

- Pessoas que tiveram Câncer – Dentre efeitos negativos dos tratamentos de câncer é a infertilidade. Há, porém, inúmeras formas de preservação da fertilidade, dentre eles, o método mais garantido e eficaz é o congelamento de óvulos ou embriões, feito antes da quimioterapia. 

“Nas Mulheres, a coleta de óvulos é posterior ao estímulo ovariano controlado, o procedimento pode levar três semanas. Entretanto, é preciso avaliar pois o estímulo ovariano se dá com altas doses de hormônios que podem estimular o crescimento de tumores sensíveis, como cânceres de mama e do endométrio. Essa estimulação ovariana é alternativa apenas para mulheres sem tumores sensíveis a hormônios ou quando o tratamento de câncer não é imediatamente iniciado após o diagnóstico. Há outras estratégias como o estímulo ovariano modificados que são mais rápidos, sendo apenas 10 a 12 dias. No entanto, o congelamento de embriões acaba sendo um método disponível apenas para pacientes que tenham parceiro do sexo masculino ou a intenção de utilizar sêmen de doador”, finaliza Dra. Carla Iaconelli.


Trombose e os fatores de risco no uso de anticoncepcional e na reposição hormonal


O uso de hormônios femininos, sejam anticoncepcionais ou reposições hormonais orais, são fatores de risco para a incidência de trombose, doença silenciosa que se manifesta quando ocorre a formação de coágulos potencialmente fatais nas artérias ou veias. Isso é mais frequente em pessoas que têm trombofilia, ou seja, mais propensão a formar esses coágulos. A incidência de trombose em mulheres que usam esses medicamentos orais é de 5 mil casos para cada 1 milhão.

O hematologista, patologista clínico e diretor do Laboratório São Paulo, Daniel Ribeiro, afirma que antes de usar anticoncepcionais e fazer a reposição hormonal, a mulher deve ficar atenta ao histórico de saúde da família e fazer uma investigação da sua condição. De acordo com ele, é importante investigar todas as possibilidades, que podem ser feitas por meio de exames laboratoriais para descobrir o risco da utilização desses medicamentos.

“Há forma de fazer a reposição hormonal e de uso de anticoncepcional que não estão associadas ao aumento de risco, mas é importante ter a orientação de um especialista médico para evitar a possibilidade da trombose. Os medicamentos são importantes para as mulheres, mas elas não devem utilizá-los sem a orientação médica”, explica o diretor do Laboratório São Paulo.

Daniel Ribeiro acrescenta que a Covid-19 surgiu como mais um fator de risco de trombose e, para quem usa anticoncepcional e faz reposição hormonal, ficou ainda mais importante fazer o acompanhamento desses pacientes. “Não há indicação de suspender os medicamentos, caso a pessoa tenha a Covid-19, mas é fundamental realizar exames e prevenir o desenvolvimento da trombose. O médico hematologista afirma que é alto o índice de pessoas com trombose que têm casos graves da Covid-19. “A incidência de trombose nos pacientes que estão em CTI é de 20% a 30%. Ter Covid grave traz muito riscos de ter trombose”, acrescenta.



Estudo Inglês

Um estudo da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, publicado em 2019, mostrou que a reposição hormonal oral oferece risco 58% maior para as mulheres desenvolverem a trombose venosa. Ainda de acordo com a mesma pesquisa, quando o tratamento é feito sem a ingestão oral, mas com adesivo ou gel na pele, não foi registrado aumento de casos de trombose.

A conclusão do estudo mostra que: “O tratamento transdérmico (adesivo ou gel na pele) foi o tipo mais seguro de terapia de reposição hormonal quando se avaliou o risco de tromboembolismo venoso. O tratamento transdérmico parece ser subutilizado, com a esmagadora preferência ainda por preparações orais.” A pesquisa da universidade britânica foi realizada com 80.396 mulheres de 40 a 79 anos com diagnóstico primário de tromboembolismo venoso entre 1998 e 2017.

Os sinais e sintomas da trombose também devem ser observados e buscar o tratamento médico no caso da manifestação. Entre eles, estão: dor ou desconforto na panturrilha ou coxa, aumento da temperatura e inchaço da perna, pés ou tornozelos, vermelhidão e/ou palidez, sensações e/ou falta de ar, dor no peito (que pode piorar com a inspiração), taquicardia, Tontura e/ou desmaios.


Laboratório São Paulo
 

Melanoma:o tratamento do tumor revolucionou a Oncologia

Novas drogas aprovadas no Brasil, pela Anvisa, já passaram por todos os testes e estudos necessários e confirmaram eficácia

 

O câncer de pele é a neoplasia mais frequente no Brasil e corresponde a 30% de todos os tumores malignos. Como a pele – maior órgão do corpo humano – é heterogênea, o câncer de pele pode apresentar tumores de diferentes linhagens. Os mais frequentes são o carcinoma basocelular e o carcinoma epidermoide. O melanoma representa 3% de todos os tumores de pele, mas é o mais agressivo por ter alta possibilidade de dar metástases (se espalhar pelo corpo). Dados do Instituto Nacional do Câncer estimam mais de 8.000 casos novos ao ano, com quase 2.000 mortes por ano no país. “No passado, o melanoma metastático já foi considerado um dos tumores mais difíceis de tratar por conta de sua baixa resposta à quimioterapia e à radioterapia. As chances de se curar e de ter uma vida com boa qualidade, usando a quimioterapia, eram muito baixas. E até pouco tempo, não havia outros tratamentos eficazes”, explica o oncologista Vinicius Conceição, sócio do Grupo SonHe – Oncologia e Hematologia,

De acordo com o médico, a história começou a mudar em 2010, no maior congresso de Oncologia do mundo, realizado em Chicago – EUA. “Foi apresentando os resultados do primeiro estudo com uma medicação chamada Ipilimumab, uma imunoterapia, com mecanismo de ação conhecido como inibidor de checkpoint imunológico, nesse caso um Anti-CTLA4. A medicação conseguia ativar o nosso sistema imunológico permitindo ao próprio organismo ‘enxergar’ melhor as células tumorais e, assim, ativar os linfócitos (nossas células ‘soldados’) para atacar o câncer. Foi a primeira vez na história que uma medicação mostrou em estudos a capacidade de aumentar o tempo de vida das pessoas com diagnóstico de melanoma metastático”, conta Dr. Vinicius.

Ele afirma que isso foi uma revolução no tratamento do melanoma, mas também no tratamento de praticamente todos os outros tumores. “A imunoterapia, hoje, é usada em vários momentos e para vários tipos de câncer e trouxe uma expectativa que até então era quase inimaginável: curar pacientes com tumores que já se espalharam pelo corpo. Claro que nem todos pacientes se beneficiam deste tratamento. Mas a possibilidade de estacionar a doença e de curar doenças avançadas foi possível apenas com a imunoterapia”, pontua o especialista.

Hoje, existem vários outros medicamentos com mecanismos de ação parecidos, além do ANTI-CTLA4, têm os ANTI- PD1, ANTI-PDL1, e outros vem surgindo, além da possibilidade de combinação com esses agentes. Segundo o oncologista é uma mudança de paradigma na Oncologia e trouxe esperanças para as pessoas acometidas por tumores avançados como melanoma, pulmão, rim, bexiga, cabeça e pescoço, estômago e vários outros. “Mas as revoluções não pararam na Imunoterapia. Outro grupo de medicamentos chamados de inibidores de tirosina kinase, medicamentos orais que são direcionados contra alguns grupos de genes, também transformaram o tratamento do melanoma. Esses medicamentos já foram aprovados no Brasil, pela Anvisa, e já passaram por todos os testes e estudos necessários e confirmaram serem eficazes”, afirma Dr. Vinicius.

Em um país tão desigual e com acesso a saúde também tão desigual, aquelas pessoas que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), não têm acesso a essas drogas. “São medicamentos extremamente caros e que não foram incorporados no SUS. Portanto, essas medicações só estão ao alcance de pacientes que tenham planos de saúde (a maioria dessas medicações são de cobertura obrigatória pelos planos ou para quem possa pagar por eles, mas lembrando que estamos falando de tratamentos que podem chegar a mais de R$ 40 mil por mês). O melanoma certamente é o câncer com maiores ganhos com a imunoterapia e terapia-alvo. Mas, ao mesmo tempo, também é o câncer com maior desigualdade de tratamento entre o serviço de saúde público e privado”, finaliza o oncologista.  

 

Vinícius Corrêa da Conceição - médico oncologista graduado pela Unicamp, com residência médica em Clínica Médica e Oncologia pela Unicamp. Tem título de especialista em Cancerologia e Oncologia Clínica pela Sociedade Brasileira de Oncologia. Foi visitingfellow no Serviço de Oncologia do Instituto Português de Oncologia (IPO), no Porto. Membro titular da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), da Sociedade Europeia de Oncologia (ESMO), da InternationalAssociation for theStudyofLungCancer (IASLC), do Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM), da Sociedade Brasileira de Oncologia (SBOC) e da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC), Vinícius é sócio do Grupo SOnHe e atua na Oncologia do Instituto do Radium, do Hospital Madre Theodora, do Hospital Santa Tereza e atua e é responsável técnico da Oncologia da  Santa Casa de Valinhos.


Feridas nos pés dos diabéticos podem ocasionar complicações e evoluir para quadros grave

Atenção à saúde dos pés deve ser frequente entre os pacientes

 

Caracterizado pela falta de insulina no organismo, o diabetes mellitus afeta 15,7 milhões dos brasileiros, segundo o Atlas da Federação Internacional de Diabetes (IDF), divulgado em 2021. E para informar sobre a condição, tratamentos e prevenção, o Dia Nacional do Diabetes, estabelecido em 26 de junho, é uma oportunidade de trazer à tona as complicações que a doença traz aos portadores, como, por exemplo, o Pé Diabético, que são alterações que podem provocar o aparecimento de feridas de difícil cicatrização e, se não tratadas, podem evoluir para quadros graves.

De acordo com o cirurgião vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Guilherme Yazbek, os diabéticos podem ser acometidos por alterações circulatórias, neurológicas e infecciosas.  O diabetes afeta as artérias que levam o sangue do coração às extremidades, causando seu estreitamento pela deposição de cálcio na parede arterial. O aporte sanguíneo é reduzido, o que causa a falta de oxigenação dos tecidos. As alterações neurológicas levam à perda da sensibilidade nos membros, à diminuição da sudorese e à falta da sensação de dor, e há casos onde ferimentos também são presentes.

“O diabético tem uma deficiência imunológica, ou seja, uma redução da defesa que faz com que ele tenha maior suscetibilidade à infecção”, explica o médico. Desta forma, os diabéticos estão propensos a sofrer com úlceras e infecções nos pés, principais causas de amputações.

De acordo com o Dr. Yazbek, um trabalho realizado no Rio de Janeiro aponta que a possibilidade de amputação é seis vezes maior em pacientes diabéticos. O profissional ainda alerta para o desenvolvimento de condições cardiovasculares nesses pacientes. “Ocorre maior risco de doença coronariana ou cerebrovascular, ou seja, alteração circulatória, tanto das artérias coronárias, que irrigam o coração, quanto das artérias que irrigam o cérebro, que faz aumentar as chances de infartos e derrames”, afirma.

Além da presença de feridas que não cicatrizam, o Pé Diabético também pode ocasionar quadros infecciosos levando ao inchaço, vermelhidão, dor, pele grossa e secreção nas feridas. A base para o tratamento é o cuidado das lesões, com a realização de curativos e medicações indicadas para a cicatrização das úlceras, além dos antibióticos quando infeccionadas.

“Sabemos que, comumente, essas alterações ocorrem principalmente naquele paciente que tem a doença por um longo prazo e controle débil, ou seja, um diabetes não controlado. As medidas educacionais, a dieta, além do controle com medicamentos são de grande importância para evitar essas complicações”, esclarece o médico.

Com a cicatrização prejudicada, a úlcera pode evoluir para casos irreversíveis. Além do controle dos níveis de açúcar no sangue, o Dr. Yazbek recomenda que os diabéticos fiquem atentos a alguns fatores em sua rotina: 

  • Manter uma dieta equilibrada;
  • Realizar regularmente caminhadas e atividades físicas;
  • Não fumar;
  • Examinar periodicamente os pés, visando a superfície, a planta do pé e regiões entre os dedos;
  • Higienizar os pés;
  • Secar bem os pés, principalmente entre os dedos. Recomenda-se o uso de talcos para evitar o aparecimento de frieiras;
  • Utilizar cremes hidratantes nos calcanhares;
  • Não andar descalço;
  • Evitar o uso de compressas de água quente ou almofadas elétricas, que podem causar queimaduras;
  • Utilizar sapatos confortáveis, de preferência com bico redondo;
  • Examinar atentamente o calçado antes de utilizá-lo.

Com os cuidados necessários e a visita regular a um médico habilitado, é possível evitar o desenvolvimento ou progressão para casos graves. “É importante sempre estar ciente de que você tem uma doença. Sabendo disso, seu cuidado evitará as complicações e aumentará a qualidade de vida de todos os pacientes”, declara o profissional.

"Vivenciamos um aumento na prevalência de obesidade e de diabetes no mundo, e em nosso país. Além disso, durante a pandemia de Covid-19, muitos pacientes deixaram de procurar o serviço de saúde, e estamos recebendo uma verdadeira avalanche de casos de isquemia crítica em estado avançado, o que aumenta muito o risco de amputação. Precisamos urgentemente investir em educação populacional, em prevenção primária e garantir o acesso desses pacientes a centros especializados em Cirurgia Vascular. Devemos lembrar que a aterosclerose é uma doença sistêmica, que acomete os diversos territórios arteriais, e que esses pacientes possuem alto risco de morte cardiovascular e alto custo de tratamento”, declara o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo, Dr. Fabio H. Rossi.

A SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações acesse o site e siga as redes sociais da Sociedade (Facebook e Instagram).

 

Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP www.sbacvsp.com.br


Ceratocone pediátrico é mais agressivo que adulto, embora mais raro

Junho Violeta alerta sobre o ceratocone

Doença é responsável por cerca de 15% a 20% dos transplantes de córnea em crianças

Coçar os olhos excessivamente é o principal fator de risco



O ceratocone é uma doença progressiva que afeta córnea e pode causar a perda visão. Além disso, a condição aumenta em sete vezes a necessidade de um transplante de córnea.

Segundo a oftalmopediatra Dra. Marcela Barreira, também especialista em estrabismo e neuroftalmologia, o ceratocone altera a estrutura da córnea.

“A partir de alterações no colágeno, a córnea se deforma e assume um formato “cônico”, daí o nome ceratocone. Essas deformidades da córnea levam ao desenvolvimento de astigmatismo irregular, miopia progressiva e afinamento corneano. Todas essas condições pioram a acuidade visual”.

“Embora o ceratocone seja mais prevalente a partir da puberdade, a condição também pode afetar as crianças menores. Nesses casos, o diagnóstico e o tratamento precisam ser precoces, uma vez que na população infantil a doença tem uma progressão mais rápida”, explica a médica.



Atopia é importante fator de risco

Muitas vezes, o ceratocone é uma doença isolada. No entanto, a condição pode estar associada a quadros repetitivos de ceratoconjuntivite (inflamação da conjuntiva e da córnea), atopia (alergias), síndrome de Down, retinite pigmentosa, entre outras doenças genéticas.

Além disso, crianças com histórico familiar de ceratocone têm um risco muito maior de ter a doença do que a população em geral.

O ceratocone está intimamente ligado à atopia, ou seja, às alergias. A alergia ocular é uma condição muito frequente nas crianças que apresentam rinite, sinusite, asma e dermatites.

"Como um dos principais sintomas da conjuntivite alérgica é a coceira, o risco de lesões na córnea é significativamente maior nas crianças alérgicas”, aponta Dra. Marcela.



Sem reclamações

Geralmente, o diagnóstico do ceratocone pediátrico é feito de maneira tardia, na maioria dos casos. A razão é que a criança não tem um parâmetro para comparar se sua visão está ruim ou boa, especialmente antes dos oito anos de idade.

“Infelizmente, nos estágios iniciais do ceratocone os sintomas são os mesmos de qualquer outro erro refrativo, como a miopia, astigmatismo e hipermetropia. Mas, um sinal de alerta pode ser a necessidade frequente de correção do grau. Uma manifestação comum em adolescentes é o desenvolvimento da intolerância em usar lentes de contato”, diz Dra. Marcela.

Nos estágios mais avançados, a redução da acuidade visual é bem evidente. Outros sintomas podem surgir como sensibilidade à luz, cansaço visual, aumento da coceira, irritação e desconforto nos olhos. Por fim, alguns pacientes podem ter visão dupla, percepção de várias imagens de um mesmo objeto, além de feixes de luz e distorção dos reflexos em volta da luz. 

"Como a criança não se queixa de problemas de visão, cabe aos pais realizar um acompanhamento oftalmológico desde cedo. O ideal é levar o bebê em seu primeiro ano de vida a um oftalmopediatra para uma avaliação inicial. Inclusive, esse é um importante momento para levantar o histórico familiar de doenças visuais, por exemplo”, ressalta Dra. Marcela.

Já as crianças com histórico familiar de ceratocone e condições que aumentam o risco, como a alergia e a síndrome de Down, por exemplo, devem ser acompanhadas de maneira frequente por um oftalmologista infantil.

O tratamento do ceratocone depende de sua gravidade e taxa de progressão. Os casos diagnosticados de forma precoce são tratados com óculos e lentes de contato. Os quadros mais avançados podem necessitar do transplante de córnea ou ainda de cirurgias para melhorar o formato da córnea.


Fertilização In Vitro é alternativa para mulheres com menopausa precoce, diz especialista

Procedimento aumenta significativamente a possibilidade de sucesso na gestação e é recomendada após terapia de reposição hormonal 



Tendo como uma de suas principais complicações a interrupção do ciclo menstrual, a menopausa precoce está presente em 1% das mulheres abaixo dos 40 anos. Além de causar doenças, como a osteoporose e cardiovasculares, ela também pode ser um pesadelo na vida daquelas que sonham em engravidar. Especialistas afirmam que, nestes casos, a chance de que ocorra uma gestação naturalmente é menor que 10%. Com as novas técnicas de reprodução assistida, a fertilização In Vitro se põe como uma solução para a infertilidade dessas pacientes.

De acordo com a ginecologista e membro da Comissão de Ética da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Dra. Maria Madalena Pessoa Caldas, é essencial a participação dessas mulheres em programas de acesso ao procedimento. Ela destaca, ainda, que o método tem apresentado resultados positivos, aumentando significativamente a possibilidade da gestação. “A fertilização In Vitro, especialmente com óvulos doados, tem tido um papel muito importante para resolução da infertilidade dessas pacientes. Mas, para isso, é importante que elas sejam consideradas em programas de fertilização In Vitro”, ressalta.

A Dra. Maria Madalena Pessoa Caldas alerta, também, que a terapia de reposição hormonal deve ser rotineiramente recomendada para todas essas mulheres, a não ser que haja alguma razão específica para não realizá-la. “Pacientes com câncer, estrógenos dependentes e pacientes com trombofilia devem ser acompanhados com médico vascular, mas precisam realmente fazer uma terapia de reposição hormonal”, afirma.

A médica ressalta que todos os casos devem ser analisados pontualmente, visto que são vários os fatores que podem causar a menopausa precoce na mulher. “As doenças mais comuns são as autoimunes, especialmente as tireoidites de Hashimoto. A quimio e radioterapia podem causar uma alteração na quantidade desses folículos ovarianos e devem ser acompanhados desde o início pelo oncologista. Outro fator que deve ser analisado é a questão genética. Nesse caso, o exame mais comum é o cariótipo, especialmente para a síndrome de Turner”, destaca.

Além da genética, fatores como má alimentação, sedentarismo e o tabagismo podem influenciar no surgimento da doença. Um estilo de vida saudável é a principal arma para prevenir a menopausa precoce. Atividades físicas regulares evitam a diminuição dos níveis de estrogênio no corpo, que favorecem o aumento de peso e gordura localizada no abdome, que, por sua vez, desencadeia doenças cardíacas, diabetes tipo 2, asma, entre outros. Inclua em sua rotina atividades, como caminhar, correr, subir escadas, jogar tênis e fazer musculação, por exemplo.

Mês Mundial da Conscientização sobre a Infertilidade: 8 mitos e verdades em relação à fertilidade, problema que afeta um em casa cinco casais

 

Especialista explica alguns hábitos e comportamentos que podem dificultaas chances de reprodução


Você sabia que cerca de 190 milhões de pessoas sofrem em todo o mundo com problemas de infertilidade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)? Estima-se que entre os casais, muitos dos casos são gerados por desequilíbrios na saúde ou hábitos de vida de ambos, ou seja, homens e mulheres têm as mesmas chances de apresentarem infertilidade. O tema pode causar frustação já que aproximadamente um em cada cinco casais tem problemas para engravidar. Porém, os métodos de reprodução assistida geram ótimos resultados e quanto antes forem diagnosticadas as causas, maiores as chances de reverter o quadro. Pensando nisso, ainda mais em tempos de fake news, o ginecologista especialista em reprodução assistida da Huntington Medicina Reprodutiva, Maurício Chehin, preparou uma lista esclarecendo as principais dúvidas e desvendando mitos que circulam entre a população. 

“É extremamente importante abordar este assunto, pois não deve ser um constrangimento e, sim, um momento de compreensão entre os envolvidos. Não tem relação com virilidade, potência ou desempenho sexual. Por isso, busque uma clínica segura com especialistas qualificados para realizar o sonho da maternidade ou paternidade”, explica o médico do Grupo Huntington.

 

1.   VACINAR CONTRA A COVID-19 CAUSA INFERTILIDADE.

MITO. Uma pesquisa, publicada no American Journal of Epidemiology, não mostrou nenhuma evidência de que as taxas de fecundação e a probabilidade de concepção sofreram alteração devido à imunização contra a covid-19. Foram avaliadas as vacinas da Pfizer, Janssen e Moderna. “Aproveito para reforçar que as grávidas podem e devem se vacinar contra a covid-19”, completa o dr. Maurício Chehin.

 

2. A UTILIZAÇÃO DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS NO COLO PODE PREJUDICAR A FERTILIDADE MASCULINA.

VERDADE. Uma pesquisa da Live Science apontou que os espermatozoides mantidos na mesma temperatura e deixados afastados de equipamentos eletrônicos possuem mais mobilidade e menos danos ao DNA em relação aos que ficaram quatro horas perto dos dispositivos. Portanto, o aumento de temperatura constante e prolongado próximo aos testículos pode, sim, atrapalhar, já que influencia na produção de espermatozoides.

 
3. O USO CONTÍNUO DE CONTRACEPTIVOS INTERFERE NAS FUTURAS CHANCES DE ENGRAVIDAR.

MITO. A perda de folículos e a diminuição do estoque de óvulos são contínuas e isso acontece independentemente do uso ou não de algum método, como anticoncepcionais hormonais, sejam eles em pílula, adesivo ou DIU. Eles bloqueiam momentaneamente a ovulação e ao parar com o uso do medicamento, a mulher já se encontra apta para a concepção novamente. Vale ressaltar que os contraceptivos não causam infertilidade, porém podem camuflar outros sinais existentes, como uma baixa reserva ovariana ou endometriose. Por isso, é importante consultar o médico regularmente.

 

4. ROUPAS EXTREMAMENTE APERTADAS E USADAS CONSTANTEMENTE PODEM PREJUDICAR A PRODUÇÃO DE ESPERMATOZOIDES.

VERDADE. Um estudo revelou que o uso de calças e roupas íntimas muito justas podem comprometer a produção de espermatozoides. De acordo com eles, as vestimentas mais largas deixam os testículos “resfriados” produzindo 25% mais de espermatozoides, além de terem liberado 17% mais espermatozoides em cada ejaculação perante os outros pesquisados.

 

5. CASAIS COM MENOS DE 35 ANOS DE IDADE NÃO TÊM PROBLEMAS PARA ENGRAVIDAR.

MITO. “As chances de engravidar naturalmente é de 20% aos 25 anos; 15% aos 35 anos; 5% aos 40 anos; e 2% aos 43 anos. Obviamente existe uma queda de acordo com a idade, mas não é uma regra. O recomendável é procurar um especialista, caso a gravidez não ocorra após doze meses para investigar o que está acontecendo”, avalia o especialista da Huntington Medicina Reprodutiva.

 

6. EMAGRECER MELHORA A FERTILIDADE EM HOMENS E MULHERES.

VERDADE. A obesidade está relacionada diretamente com a fertilidade. Estudos apontam que homens obesos ejaculam menos do que os que estão em peso ideal. E outra pesquisa americana apontou que a probabilidade de infertilidade aumenta em 10% para cada 9 kg que um homem está acima do peso. Porém, cabe dizer que a magreza extrema também pode ser causa de infertilidade. Por isso, uma vida saudável, incluindo atividades físicas e alimentação controlada é um caminho importante a seguir.

 

7. MULHERES QUE TÊM OVÁRIO POLICÍSTICO NÃO PODEM ENGRAVIDAR.

MITO. A SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos)pode, realmente, levar à falta de ovulação crônica, ou seja, em alguns ciclos, mesmo havendo menstruação, nenhum óvulo é liberado, e com isso gera infertilidade. Porém, não significa que a gravidez seja impossível, pois nos meses em que a ovulação acontece é possível que a gravidez ocorra.

 

8. BEBIDAS ALCÓOLICAS CAUSAM INFERTILIDADE MASCULINA.

VERDADE. De acordo com estudos clínicos, o consumo excessivo dessas bebidas pode impactar negativamente nas taxas de sucesso para quem quer engravidar. Nas mulheres influencia na produção de hormônios e ciclo menstrual e nos homens podem prejudicar a qualidade e motilidade dos espermatozoides. O consumo com moderação é o segredo.


Varíola dos Macacos, o chamado “Monkeypox”


Novamente nos vemos diante de notícias de um novo vírus em circulação, dessa vez causador de lesões de pele, gerando preocupação na população por uma possível nova pandemia. Nesse caso, falamos da Monkeypox, assim denominado, pelos primeiros relatos serem relacionados com macacos na Ásia. É uma doença zoonótica em que o ser humano pode ser infectado em contato com os animais. Os mais idosos certamente recordam-se da temida Varíola (Smallpox) que foi erradicada como infecção humana em 1980 e que se apresentava com lesões semelhantes à agora chamada varíola do macaco. 

Os Orthopoxvirus são grandes DNA vírus (200-400nm) envelopados, que se replicam no citoplasma celular do hospedeiro e três são as principais espécies que podem infectar o homem. O Cowpox (vaccínia vírus), comum no gado, infectando o homem quando em contato com as feridas dos animais infectados, causando lesões mais comumente nas mãos. Dessa espécie foi feita a vacina contra a Varíola Humana e a primeira vacina a ser descoberta e utilizada, por esse motivo ganhando o nome de Vacina. A Smallpox (Varíola Humana), já erradicada como mencionada acima; e a atual preocupação Monkeypox (Varíola do Macaco) que, apesar do nome, pode ter outros hospedeiros, como roedores, outros primatas não humanos e cães de pradaria. É uma doença endêmica nas regiões Oeste e Central da África e que nos últimos meses vem apresentando aumento do número de casos e infecções relatadas fora da área endêmica, o que gera o alerta. 

A partir de maio deste ano, mais de 350 casos foram confirmados em 23 países, principalmente na Europa: Inglaterra (106), Portugal (96), Espanha (51), Alemanha (5), França (7), Itália (5), Bélgica (4), Áustria e Dinamarca (1), além de países como Austrália (2), EUA (14), Canadá (26), Argentina (2), entre outros. No Brasil, temos três casos suspeitos aguardando confirmação. 

A transmissão acontece por contato próximo, por meio de gotículas inaladas ou por contato com mucosas após o contato direto com as lesões dos doentes ou mesmo com objetos contaminados, como exemplo lençóis, toalhas ou roupas dos pacientes. 

Após ocorrer o contágio, ocorre a disseminação do vírus pelo organismo (viremia) e replicação no sistema retículo-endotelial. Ocorre nova viremia e os vírus chegam à pele, dando início ao exantema cutâneo. O período de incubação pode variar de 5 a 21 dias, com média de 6 a 12 dias. Os sintomas podem ser divididos em duas fases: A primeira, chamada de período febril, inicia-se entre os cinco primeiros dias de sintomas com febre, dores pelo corpo, dor de cabeça, fraqueza, perda de apetite e linfadenopatia (ínguas) principalmente no pescoço, submandibular e sublingual. A segunda fase, também chamada fase de erupção, que acontece geralmente após 1 a 3 dias do inicio da febre, aparecem lesões de pele na cabeça, evoluindo para tronco e membros, não poupando órgãos genitais e mucosas, nem mesmo região palmar e plantar, apresentando-se inicialmente como máculas (lesões planas) que tornam-se pápulas (lesões nodulares), seguido de vesículas (lesões com conteúdo liquido), tornando-se pústulas (lesões com secreção purulenta), que se rompem e formam crostas que secam e caem, completando o ciclo da doença. Essa fase pode levar de 2 a 3 semanas. Somente após a queda de todas as crostas é que o doente deixa de transmitir a doença. 

Em casos mais graves e em pacientes imunossuprimidos, gestantes e crianças, a doença pode se apresentar com complicações por infecções secundárias de pele, broncopneumonias, lesões oculares, encefalite e gastrintestinais. 

O diagnóstico é feito pela coleta de material das lesões com exame RT-PCR. Existem outros testes menos utilizados. As drogas antivirais para tratamento são muito eficazes, porém ainda pouco disponíveis. 

A população mais atingida é a de crianças e adultos jovens. Corrobora para isso a vacina para Varíola Humana, que pode proteger em até 85% dos casos. Como a vacinação foi suspensa no final de década de 1970, as principais faixas etárias suscetíveis são os menores de 50 anos. Contudo, a transmissão homem-homem é baixa e é necessário o contato próximo prolongado menor que 1 metro do doente ou contato com as lesões de pele ou objetos e roupas contaminadas, dificultando assim a chance de uma nova pandemia. Além disso, os indivíduos doentes devem ser mantidos em isolamento durante todo período da doença até a queda da última crosta. Já os contactantes dos doentes devem ser vacinados até quatro dias após a exposição, fazendo o bloqueio da transmissão e desenvolvimento da doença. A vacina não está disponível e por isso não está recomendado a vacinação universal. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já solicitou a produção em escala para suprir a necessidade para realização do bloqueio vacinal. 

A prevenção é eficaz com uso de máscaras e lavagem das mãos. Os profissionais devem utilizar vestuário adequado, semelhante ao utilizado na pandemia de Covid-19 ao entrar em contato com pacientes.

 

Marcelo Eichholzer de Oliveira - professor de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR).


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