Mais de 24 milhões
de mulheres empreendem no Brasil e 44% delas iniciaram seus negócios por
necessidade
As mulheres sempre estiveram em busca de ter mais
espaço no mercado de trabalho. De acordo com a última pesquisa divulgada pelo
Sebrae, mais de 24 milhões de mulheres empreendem no Brasil, sendo que 44%
delas iniciaram seus negócios por necessidade. Atualmente, 34% das empresas
abertas e 48% dos microempreendedores individuais (MEI) existentes no país são
delas.
Na próxima quinta-feira, dia 19 de novembro, é comemorado
o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. A data, que foi criada pela
Organização das Nações Unidas (ONU), tem o objetivo de incentivar e valorizar a
entrada das mulheres no mundo dos negócios, estimulando a abertura de novas
empresas, impulsionando o crescimento econômico e mudando a realidade de muitas
mulheres em diversas regiões do planeta.
A presença feminina já é uma realidade em espaços
que antes eram negados, mas apesar das mulheres estarem presentes em diversos
setores, ainda há um longo caminho a ser percorrido, é o que afirma Pâmela
Basso, empreendedora e especialista em Negócios Digitais. “Historicamente, as
mulheres sempre empreenderam por necessidade em áreas ditas femininas e, hoje,
todas as áreas são femininas, não existe mais esta divisão”, afirma.
Segundo a especialista, as mulheres são
empreendedoras natas porque sempre buscam soluções para os problemas, além de
serem muito intuitivas e inovadoras. “Vemos um avanço em mercados ‘masculinos’,
como o financeiro, fintechs, tecnologia (20% são mulheres neste mercado) e
muitos outros. Quando vemos mulheres como a Luiza Trajano, do Magazine Luiza,
por exemplo, vemos como elas podem ser protagonistas da sua história e que
empreendem, com suas características e vocações, e trazem com isso um grande
poder de representatividade”, ressalta Pâmela.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres ainda recebem 20,5% menos que os
homens e dedicam oito horas a mais nos afazeres da casa, mesmo tendo um nível
maior de escolaridade. Se ampliarmos a análise ainda por cor ou raça,
observa-se que é feito mais por mulheres negras (39,6%) e pardas (39,3%), do
que por brancas (33,5%). “Somente este número já representa fortemente um dos
desafios enfrentados pelas mulheres na carreira. No país a jornada feminina é
mais sobrecarregada que a dos homens, menos remunerada e pouco reconhecida”,
explica a empreendedora.
Estudos de transformação social mostram que
investir e educar as mulheres e meninas de um país traz um retorno mais alto
para o desenvolvimento local do que qualquer outra forma de investimento,
também conhecido como The Girl Effect. Uma vez que se faz necessário ampliar o
acesso à educação em todos os níveis, quando falamos de educação empreendedora,
a falta também se reflete no quesito de networking, uma vez que as mulheres têm
uma probabilidade menor de conhecer pessoas que tenham aberto algum negócio.
Transformando isso em dados, 42% dos homens são mais propícios a conhecerem
alguém que tenha começado a empreender nos últimos dois anos, comparado com
apenas 27% de mulheres.
Empreendedorismo por paixão e vocação
A história de empreendedorismo de Pâmela Basso
cruza com a de muitas mulheres que tem vocação por empreender no Brasil. Tendo
como exemplo seu pai, Pâmela entrou de cabeça no mundo dos negócios em 2007,
quando montou a sua primeira agência de comunicação. Infelizmente o negócio não
prosperou, mas ela não desistiu. “Quando era pequena estava com ele (pai) o
tempo todo no trabalho. Ele sempre tinha uma alternativa para qualquer
problema. Isso me motivou a buscar sempre soluções, principalmente na minha
jornada como empreendedora”, lembra.
No outro ano, em 2008, fundou a agência TON
Marketing e Digital, que em 12 anos de atuação já atendeu mais de 200 organizações
públicas e privadas. Mas ela não parou por aí. Em 2017, a especialista em
Negócios Digitais entrou no ramo varejista e fundou, junto com a sua irmã, a
ANIA Store, marca de acessórios femininos e infantis, presente em 11 canais de
vendas online, dentre eles os maiores players do Brasil. Logo depois, também se
tornou embaixadora no Sul do grupo “Mulheres no E-commerce”, que apoia mais de
16 mil mulheres no mercado do digital.
No outro ano, em 2018, recebeu o diagnóstico tardio
de autismo do seu filho mais novo e teve a oportunidade de empreender de outra
forma, por propósito, fundando a startup de negócio social Oi Caixinha. A
startup é o primeiro Clube do Brincar especializado em crianças com deficiência
do Brasil, com o propósito de conectar pais e crianças atípicas – com autismo e
síndrome de Down – por meio do lúdico e do brincar.
Neste ano, com a pandemia ocasionada pela COVID-19,
resolveu expandir ainda mais seus conhecimentos no empreendedorismo e co-fundou
o Empreenda Tech, o primeiro Hub de soluções em negócios digitais, oferecendo
mentorias e uma trilha de conhecimento para inclusão e transformação digital
para micro e pequenas empresas. “Só será possível incentivar outras mulheres
empreenderem se nos unirmos e buscarmos em outras mulheres maior força de
representatividade e união”, comenta Pâmela Basso, empreendedora e especialista
em Negócio Digitais.
Negócio social muda forma de empreender e impacta
socialmente às mulheres
O negócio social não pode ser identificado como uma
Organização sem fins lucrativos (ONG), nem Terceiro Setor e nem como um setor
da economia tradicional. A especialista Pâmela Basso explica que com a startup
Oi Caixinha mudou a sua visão como empreendedora. Segundo ela, no negócio
social o foco já não é mais o lucro e sim faturamento para a sustentabilidade
do negócio e, desta forma, impactar mais pessoas com o trabalho realizado.
“Quanto mais faturamento eu tenho, mais eu consigo investir em desenvolver
atividades, metodologias. Hoje trabalhamos com crianças com autismo e síndrome
de Down, mas queremos ampliar para crianças com outros tipos de deficiência”,
explica Basso, que ressalta que “o único futuro possível é ter negócios mais
éticos para ter uma sociedade mais ética e garantir nossa existência aqui no
planeta. Visar impacto e menos lucro para todos e sim mais lucro social.
Inclusive voltado a mulheres”.
Pâmela Basso - empreendedora e especialista em
Marketing e Tendências de Consumo e atua há mais de 15 anos como estrategista
de marketing e desenvolvimento de negócios digitais. É sócia-fundadora da
Agência Ton Marketing e Digital, co-fundadora da ANIA Store, fundadora da
startup social Oi Caixinha, co-fundadora do Empreenda Tech e embaixadora no Sul
do Movimento Mulheres no E-commerce. Além disso, é instrutora do Programa de
Varejo Digital do Sebrae e professora no curso de Gestão de Mídias Sociais do
Centro Europeu. Em 2020, foi selecionada entre as 10 Mulheres Inovadoras do
Paraná pelo INOVA MAIS, pela RIC Record. Mais informações sobre Pâmela Basso,
entre em contato pelo Instagram @pamibasso ou pelo Linkedin
/www.linkedin.com/in/pamelabasso.