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terça-feira, 30 de abril de 2024

Exame de sangue pode ajudar a prever o risco de apneia obstrutiva do sono


Niveis elevados de homocisteína também estão associados ao surgimento
de doenças coronariana, trombose, enfarte e até avc Freepik

 Estudo conduzido por pesquisadores do Instituto do Sono e da Unifesp revela que as concentrações sanguíneas de um aminoácido chamado homocisteína estão correlacionadas ao surgimento ou agravamento da doença que acomete um terço dos paulistanos 

Dosar os níveis sanguíneos de um aminoácido chamado homocisteína pode ajudar a prever o risco de uma pessoa desenvolver apneia obstrutiva do sono – condição caracterizada por interrupções recorrentes da respiração causadas pelo relaxamento da musculatura da garganta quando se dorme. Esse simples exame de sangue pode ainda ajudar o médico a predizer o risco de agravamento do distúrbio em pacientes já acometidos pela forma leve ou moderada.

A conclusão é de um estudo conduzido por pesquisadores do Instituto do Sono e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com apoio da FAPESP. Os dados foram divulgados em abril no European Archives of Oto-Rhino-Laryngology.

“Ainda não sabemos se é a apneia que causa a elevação da homocisteína no sangue ou se é o nível aumentado desse aminoácido que agrava a apneia. Nossa hipótese é que seja uma correlação bidirecional”, explica Monica Levy Andersen, professora da Unifesp e coordenadora da pesquisa. “Seria interessante que mais médicos, de todas as especialidades, pedissem esse exame no check-up de pacientes acima de 40 anos. É algo simples e que não onera o SUS [Sistema Único de Saúde]. E os resultados poderiam, no mínimo, fornecer mais informações sobre essa correlação”, defende a autora.

A homocisteína já tem sido uma preocupação para os cardiologistas há um bom tempo, já que há fortes evidências de que níveis elevados da substância – acima de 15 micromol por litro de sangue (µmol/l) – podem causar alterações na parede dos vasos sanguíneos e favorecer o surgimento de doença coronariana, trombose, enfarte e até acidente vascular encefálico (AVE), conhecido também como acidente vascular cerebral (AVC).

“A deficiência de vitaminas do complexo B – particularmente B6, B9 e B12 – predispõe a um quadro de hiper-homocisteinemia. Comer alimentos que contêm esses nutrientes ou mesmo a suplementação pode ser uma estratégia para modular os níveis desse aminoácido no sangue”, informa Vanessa Cavalcante-Silva, pós-doutoranda na Unifesp e primeira autora do artigo.

Epidemiologia do sono

Sob a coordenação do professor da Unifesp Sergio Tufik, vem sendo conduzido há mais de 15 anos o Estudo Epidemiológico do Sono (Episono), cujo objetivo é avaliar a qualidade do sono e a influência dos distúrbios de sono na saúde de uma amostra representativa da população da cidade de São Paulo. Dados do Episono 2007, divulgados pelo grupo em outro estudo, apontam que 42% dos paulistanos roncam três vezes por semana ou mais e quase 33% têm apneia do sono.

Além de brigas familiares instigadas pelo barulho na hora de dormir e de problemas de concentração e memória associados ao déficit de sono, a apneia acelera o envelhecimento celular e aumenta o risco de diversas outras doenças, como hipertensão, diabetes e insuficiência cardíaca (leia mais em: agencia.fapesp.br/41898).

Para investigar a correlação entre esse distúrbio e os níveis sanguíneos de homocisteína, a equipe coordenada por Andersen selecionou uma amostra de voluntários do Episono submetidos à avaliação do chamado índice de apneia e hipopneia (IAH). Medido por meio do exame de polissonografia, esse indicador representa o número de eventos respiratórios (obstrução parcial ou total da respiração) registrados por hora e é um dos parâmetros usados para estratificar a gravidade da doença.

“Até cinco eventos por hora é considerado normal. De cinco a 15, apneia leve; de 15 a 30 já é moderada e, acima de 30, apneia grave”, conta Cavalcante-Silva.

Inicialmente, a equipe analisou o IAH de 854 voluntários que participaram do Episono em 2007. Desses, 54,4% não tinham apneia, 24,4% apresentaram um quadro leve, 12,4% moderado e 8,8% grave. Esses participantes também foram classificados de acordo com os níveis de homocisteína no sangue, sendo considerado normal um valor até 10 µmol/l, moderado de 10 a 15 µmol/l e alto acima de 15 µmol/l.

“Ao cruzar os dados, observamos que os voluntários com valor alto de homocisteína também apresentavam um IAH mais elevado. Aqueles acima de 15 µmol/l tinham um aumento médio do IAH de 7,43 quando comparados com os que tinham níveis abaixo de 10 µmol/l”, conta a pós-doutoranda. A influência de fatores como peso, sexo biológico e idade foi corrigida por meio de métodos estatísticos.

Em uma segunda etapa, foram analisados dados de uma reavaliação feita em 2015 com os mesmos voluntários. Como parte do grupo não pôde participar dessa nova fase do Episono, a amostra dessa segunda fase abrangeu 561 pessoas. O índice dos que não apresentavam apneia havia caído para 29,8%. O de participantes com quadro leve subiu para 31,2%, o de moderado para 19,4% e outros 19,6% foram diagnosticados com apneia grave.

“Nesse caso, o objetivo foi descobrir se a homocisteína seria um fator de risco para o desenvolvimento de apneia. Para isso, excluímos os participantes que já tinham a doença em 2007 e analisamos dados dos que, na época, apresentaram sono normal. Nesse subgrupo, observamos que o aumento unitário (1 µmol/l) nas concentrações de homocisteína em 2007 representou um acréscimo de 0,98% no risco de diagnóstico de apneia em 2015”, conta Cavalcante-Silva.

“É um risco baixo, mas existe. O fato é que apresentamos um fator novo, simples de medir e com aplicabilidade clínica e prática”, comenta Andersen. “Seria agora interessante fazer um estudo com outro formato, no qual os participantes sejam avaliados anualmente, para obtermos dados mais abrangentes.”

O artigo Homocysteine as a predictor of apnea–hypopnea index in obstructive sleep apnea: a longitudinal epidemiological study (Episono) pode ser lido: https://link.springer.com/article/10.1007/s00405-024-08614-z.


Karina Toledo
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/exame-de-sangue-pode-ajudar-a-prever-o-risco-de-apneia-obstrutiva-do-sono/51522


Planejamento e realização de investimentos podem maximizar o valor de aposentadorias

De acordo com João Adolfo de Souza, especialista em finanças, com as estratégias certas, é possível seguir prosperando mesmo na terceira idade


A aposentadoria é uma fase que muitos aguardam com ansiedade, vendo-a como uma oportunidade para relaxar e aproveitar os frutos de décadas de trabalho duro. No entanto, a realidade financeira de muitos aposentados pode ser menos confortável do que esperavam ou idealizavam. Mas existem maneiras eficazes de aumentar o valor do benefício, garantindo um estilo de vida mais confortável e seguro. 


Planejamento estratégico

De acordo com João Adolfo de Souza, CEO e fundador da João Financeira e especialista em finanças, o primeiro passo para garantir uma aposentadoria mais robusta é o planejamento. “Muitos benefícios previdenciários são calculados com base nos últimos salários antes da aposentadoria, o que significa que aumentar a renda nos anos finais de trabalho pode ter um impacto significativo no valor do benefício”, revela.

Para os autônomos, onde o emprego atual não contribui suficientemente para a previdência, considerar contribuições voluntárias pode ser uma boa escolha. “A previdência privada, por exemplo, irá aumentar o montante que esses cidadãos receberão após o momento de suas aposentadorias”, pontua.

Muitos aposentados desconhecem que podem receber menos do que o devido. “Revisar os benefícios com a ajuda de um especialista em finanças pode revelar erros ou omissões que, uma vez corrigidos, podem aumentar significativamente o valor da aposentadoria”, declara João.

Vale lembrar que a legislação pode mudar e novos direitos podem ser estabelecidos para categorias específicas de aposentados. Manter-se atualizado sobre essas mudanças ou buscar aconselhamento jurídico é crucial para aproveitar esses ajustes.


Investimentos inteligentes

O especialista acredita que a aposentadoria é um excelente momento para investir, especialmente para aqueles que acumularam uma poupança ao longo dos anos. “Investir em opções de baixo risco e boa rentabilidade pode complementar a renda mensal de um aposentado, facilitando a manutenção de um bom padrão de vida. A diversificação desses investimentos é um movimento essencial para reduzir riscos e aumentar o retorno potencial”, relata.

João alerta que entrar na aposentadoria com o mínimo de dívidas possível é essencial para maximizar os benefícios. “É preciso planejar o pagamento de dívidas bem antes de se aposentar, considerando maneiras de consolidar esses débitos e reduzir as taxas de juros”, pontua.

Aumentar o valor da aposentadoria é uma combinação de planejamento cuidadoso, investimentos estratégicos e uma vigilância constante sobre os próprios direitos e benefícios. “Com as estratégias certas, é possível não apenas sobreviver, mas prosperar durante os anos de aposentadoria. Aproveitar ao máximo essa nova fase da vida depende de decisões tomadas hoje. Portanto, quanto antes começar a planejar, melhor”, finaliza.

 

João Adolfo de Souza - administrador de empresas e atua há quase 20 anos no ramo de finanças. Com mais de 6 milhões de seguidores nas redes sociais, João luta pelos direitos dos aposentados e pensionistas, os ajudando a se libertar das dívidas e a garantir melhorias nos seus benefícios, aprimorando a qualidade de vida dessas pessoas. Atualmente, é CEO e fundador da João Financeira. Para mais informações, acesse o canal no Youtube ou o Instagram.

 

Lei do Bem: como uma boa contabilidade pode ajudar na restituição fiscal?

Todo empreendedor deseja ver seu negócio se tornar uma verdadeira referência inovadora no mercado – mas, atingir esse êxito não é uma tarefa fácil. Para ajudá-los nessa meta, no Brasil, a Lei do Bem é um dos maiores fomentos à inovação empresarial, a qual prevê a concessão de benefícios fiscais àquelas que investem nessa estratégia como parte integral de suas ações. Contudo, existem certos cuidados que precisam ser tomados para pleitear tais vantagens, dos quais se destaca a priorização de uma contabilidade segura e assertiva.

Instituída pela Lei 11.196 de 2005, a Lei do Bem foi criada com o intuito de trazer benefícios fiscais para as entidades corporativas, com foco em viabilizar uma redução na arrecadação de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Mas, sua aplicabilidade vai muito além deste quesito, uma vez que também estimula as empresas a inovações tecnológicas e pesquisas científicas, trazendo redução nos gastos empresariais e uma maior competitividade no mercado.

São consideradas tais inovações, conforme disposto no § 1º do Art. 17º da referida lei, a concepção de um novo produto ou processo de fabricação, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique em melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando em maior competitividade no mercado. Ou seja, se não houver geração de valor à contratante, trata-se apenas de uma invenção.

Em dados divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), apenas em 2022, este mecanismo alavancou R$ 35,74 bilhões no país. Contudo, segundo outra pesquisa realizada pelo FI Group, consultoria especializada em mecanismos de fomento à inovação, das mais de 5.588 empresas elegíveis ao programa, apenas 22% buscaram o programa por mais de cinco anos consecutivos.

Existem diversos fatores que justificam a baixa perenidade das empresas à Lei do Bem, tais como a falta de uma sólida governança de inovação, a impossibilidade de usufruto do benefício pelos negócios que se encontram em prejuízo fiscal e, ainda, a nítida insegurança jurídica brasileira, cujas alterações constantes dificultam a adequação legal pelos empreendimentos e os consequentes equívocos nas prestações acessórias.

Apesar destes empecilhos se mostrarem verdadeiras barreiras para a restituição fiscal, um olhar mais cuidadoso e direcionado à prestação dos serviços contábeis pode reverter esse cenário e contribuir que cada vez mais empresas sejam aproveitadas para obter tais benefícios. Afinal, contar com o apoio de profissionais e, até mesmo, de uma consultoria especializada na área trará uma maior segurança na aplicação de um diagnóstico interno que identifique se o negócio está de acordo com as regras governamentais estabelecidas para pleiteio desta lei.

Na prática, a equipe qualificada nesse aspecto precisará, primeiramente, identificar e descrever os projetos internos elegíveis à Lei do Bem, contabilizando os dispêndios com inovação para que consiga prestar contas ao MCTI, no qual será enviado um formulário (FORMP&D) no ano seguinte à execução destes projetos.

Ainda, se faz necessário que a empresa esteja enquadrada do regime de tributação Lucro Real e tenha lucro tributável no exercício, para obter os benefícios fiscais abrangidos pela lei. Com essa orientação especializada, as ingressantes poderão obter uma ampla gama de vantagens perante sua saúde financeira – incluindo, como exemplo, a exclusão de todos os gastos e despesas incorridos da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, de forma que consigam promover projetos de pesquisa científica e tecnológica e de inovação tecnológica.

Dessa forma, com a referida exclusão, o lucro tributável será menor, trazendo uma redução na arrecadação destes impostos e, ainda, a possível recuperação dos pagamentos por estimativa, via PER/DCOMP de saldo negativo. Tudo isso apenas é possível com um detalhamento contábil minucioso, fornecendo os subsídios necessários para a correta aplicação à Lei do Bem.

Conduzir esse processo não é algo simples, principalmente, considerando as exigências de inscrição e informações a serem prestadas para verificação de aprovação. Por isso, contar com o apoio de uma consultoria contábil especializada dará uma maior segurança nessa trajetória, ajudando não apenas a conquistar essa restituição fiscal, como também em assegurar a perenidade das empresas nesse projeto, de forma que consigam implementar projetos inovadoras que as alavanquem em seu segmento com saúde financeira. 



José Osvaldo Ferreira - sócio contador na ECOVIS® BSP.

Juliana Brunello - especialista em diretos na ECOVIS® BSP.


BSP
https://ecovisbsp.com.br/


Ida de clientes às lojas de shoppings e ruas cai no primeiro trimestre

IMAGEM: Paulo Pampolin/DC
Levantamento da Virtual Gate mostra queda de 8,4% no fluxo de pessoas nas lojas de rua e de 3,1% nas de shoppings em relação a 2023. Setor de perfumaria e cosmético é exceção


Um dos termômetros de como andam as vendas no varejo é o fluxo de pessoas nas lojas, até porque o e-commerce, em expansão, ainda representa cerca de 10% da receita total do setor.

A Virtual Gate, empresa que monitora volume de pessoas em aproximadamente 2 mil lojas espalhadas pelo país - entre elas C&A, Caedu, Sephora, Adidas, Farm, Natura, Constance, Americanas e Veste -, portanto, não tem uma notícia muito boa para os comerciantes. 

No primeiro trimestre deste ano, o fluxo de pessoas nessa amostra de pontos-de-venda caiu 4,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

As lojas de ruas sofreram mais do que as de shoppings. As quedas são de 8,4% e 3,1%, respectivamente, no período.

O setor de perfumaria e cosmético foi o único que registrou aumento no fluxo de pessoas, de 13,5%. As lojas de material de construção já apresentaram a maior retração, de 11,3%.

Outros setores que viram o número de clientes diminuir foram o de móveis, com queda de 8,7%, o de utilidades domésticas, de 3,7% e o de vestuário e calçados, de 3,6%.

Esses dados, de acordo com Heloísa Cranchi, diretora-geral da Virtual Gate, são pistas de desempenho de vendas e um alerta para ações capazes de aumentar a visita de clientes.

“Os números revelam que há consolidação do perfil de consumo. Há mais pessoas em home office e com trabalho híbrido, o que resulta em uma diminuição nas visitas às lojas”, diz.

No ano passado, o fluxo de pessoas em lojas já tinha caído 1,3%, em média, sobre 2022. Nas lojas de rua, a queda foi de 6% e, nas de shoppings, não houve nem crescimento nem queda.

Mais uma vez, as lojas de perfumaria e cosméticos foram no caminho contrário. O fluxo de pessoas nos pontos-de-venda cresceu 26,8%, no período. Outros setores registraram queda.

Os setores que estão mais afetados com visitação e vendas, de acordo com Mauro Francis, presidente da Ablos (associação dos lojistas satélites), são os que atendem as classes B e C.

Eis uma das razões. “As plataformas chinesas viraram as vilãs do varejo brasileiro. Dos grandes magazines aos pequenos lojistas, todos estão sofrendo com a concorrência desleal”, diz.

Por região do Brasil, as lojas do Norte foram as que registraram as maiores perdas de fluxo de pessoas, de 8,3%, no período.

Em seguida vêm as lojas das regiões Sudeste, com queda de 5,4%, Nordeste (2,5%), Sul (2,2%) e Centro-oeste (1,6%), de acordo com a Virtual Gate.


DIVERSIFICAÇÃO DE NEGÓCIOS

Os shoppings estão sofrendo menos do que as ruas com queda de público, diz Heloísa, porque estão investindo em setores, como serviços e entretenimento, como desejam os consumidores.

“Esse movimento nem sempre se reflete em mais vendas, mas incentiva a ida aos shoppings.”

Samuel Macedo, gerente de indicadores da Virtual Gate, diz que o fluxo de pessoas pode voltar a crescer, se houver investimentos em experimentação e em ações diferenciadas das lojas.

A recente inauguração de uma unidade da Sephora no Ribeirão Shopping, em Ribeirão Preto (SP), diz, causou filas para entrada de clientes.

A Alshop, associação de lojistas de shoppings, vê um movimento de alta nas visitas aos shoppings, apesar de os números ainda serem menores do que os de antes da pandemia.

“Os shoppings tem hoje um fluxo da ordem de 350 milhões de pessoas por mês, mas este número já chegou a 400 milhões, que pode ser atingido no final deste ano ou em 2025”, afirma Luís Augusto Ildefonso da Silva, diretor de relações institucionais da Alshop.

Além de o fluxo de pessoas ainda estar aquém do período pré-pandêmico, de acordo com ele, o consumidor passa menos tempo nos centros de compra.

“Antes da pandemia, o consumidor ficava cerca de uma hora e meia no shopping. Esse tempo chegou a cair para 15 minutos e, agora, está entre 40 e 50 minutos, em média”, afirma.

Isso acontece, de acordo com ele, porque o brasileiro se acostumou a fazer mais pesquisa pela internet e já sai de casa sabendo o que e onde comprar o que precisa.

O cenário macroeconômico, desfavorável ao consumo, em sua avaliação, é a causa de um menor público e também de uma menor permanência nos empreendimentos.


FREI CANECA

Um dos shoppings que sofreram com a pandemia, justamente por estar em uma região com fluxo flutuante de pessoas, o Frei Caneca, ainda não atingiu o volume de visitação de 2019.

A média do fluxo de pessoas no shopping era de 620 mil por mês. Em março deste ano, este número chegou a 590 mil pessoas.

“Mas, aos poucos, o número de visitantes está aumentando”, afirma Carlo Zanetti, gerente-geral do Frei Caneca.

No primeiro trimestre deste ano, o fluxo de pessoas no shopping subiu 22% em relação a igual período do ano passado. “A nossa região não perdeu o boom imobiliário.”

O centro de convenções localizado em três andares do empreendimento, sempre ocupado com eventos, também tem contribuído para levar públicos diferentes ao local.

“O nosso centro de convenções talvez seja o que tem mais evento médico do Brasil, além de convenções corporativas. Isso dá uma oxigenada no shopping”, afirma.

Um dos reflexos de que há mais pessoas no empreendimento é a diminuição de espaços vagos.

A vacância no Frei Caneca, que chegou a 1.800 metros quadrados de área, hoje é da ordem de 820 metros quadrados ou 3,2% do total de área bruta locável (ABL).

Em número de lojas, são cerca de 12 espaços disponíveis no momento, de um total de 143 operações do shopping, incluindo quiosques.

Os espaços vagos variam de 28 a 40 metros quadrados, dedicados, especialmente, a lojas de menor porte, de roupas, calçados, bijuterias.

“Estamos atrás de operações que possam agregar valor ao mix de lojas do shopping, que é de vizinhança, e já oferece uma variedade de serviços aos clientes”, diz.


OTIMISMO

Longe de soltar rojões, o primeiro trimestre foi um pouco melhor do que o esperado pelo setor, de acordo com levantamento da Alshop.

As vendas subiram 2,1% em relação a igual período do ano passando, sem considerar a inflação no período, e a expectativa era de um aumento ao redor de 1,5%.

Esse resultado, de acordo com Idelfonso da Silva, levou os lojistas a ter uma expectativa mais positiva para o Dia das Mães, a segunda melhor data de venda do comércio, depois do Natal.

Para Marcos Hirai, consultor de varejo especializado em expansão de redes, existe um certo clima de otimismo nas lojas de shoppings em razão da redução da vacância.

“Há um ano, haviam mais tapumes espalhados pelos empreendimentos do que agora. Alguns shoppings estão até com ocupação plena, com fila de loja para entrar”, diz.

Alguns shoppings consolidados, diz, estão mudando o mix de lojas e se há tapumes é porque estão numa fase de transição, de saída de uma loja para a entrada de outra.

“No ano passado, o shopping queria acabar com os tapumes de qualquer jeito, sem se preocupar com a qualificação do mix. Hoje, já estão numa situação de conforto”, diz.

A preocupação dos centros comerciais no momento, diz, já não é reduzir a vacância e, sim, qualificar o mix para atender as novas demandas dos consumidores.


Fátima Fernandes
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/ida-de-clientes-as-lojas-de-shoppings-e-ruas-cai-no-primeiro-trimestre


64% concordam que a Inteligência artificial se tornou prioridade na agenda de transformação digital em 2024, revela estudo da SBVC

Principais áreas de foco dos investimentos são e-Commerce (69%), CRM (69%) e omnicanalidade (65%).

 

O varejo brasileiro continua acelerando seus investimentos em Transformação Digital e reforçando a digitalização de mais áreas de seus negócios. A 6ª edição do estudo “Transformação Digital no Varejo Brasileiro”, desenvolvido pela SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo) em parceria com o OasisLab, e apoio Cielo mostra que 48% das empresas pretendem investir mais em transformação digital neste ano, sendo que em 46% delas o investimento supera 0,45% do faturamento bruto.

Em 2024, as principais áreas de investimento em transformação digital deverão ser as vendas online (foco de 69% dos varejistas entrevistados), CRM (69%) e omnicanalidade (65%). Para o varejo, os maiores benefícios trazidos pelos investimentos em transformação digital são o aumento da receita da empresa (77%) e o engajamento do consumidor (77%).

 

O estudo faz uma radiografia dos investimentos em transformação digital, da automação e treinamento dos funcionários nas empresas do varejo brasileiro, assim como do uso das ferramentas de inteligência artificial nos pontos de venda. Os números mostram que a transformação digital se tornou prioridade estratégica: para 63% dos entrevistados, o e faz parte do desenvolvimento estratégico, com investimentos e ações definidas. 

“A digitalização no varejo e adoção de diversas tecnologias é a realidade dos negócios. A transformação digital passou a ser uma agenda essencial, estratégica e de garantia de competitividade das empresas.”, afirma Eduardo Terra, Presidente da SBVC. 

Embora as principais áreas de investimento em transformação digital sejam e-commerce, omnichannel e experiência do cliente, seu alcance vai muito além. Mais da metade dos varejistas entrevistados estão incorporando a transformação digital às áreas de operações e infraestrutura, enquanto 31% estão investindo em ações na área logística. “Esses números mostram que a transformação digital tem um impacto amplo nos negócios, impactando as mais diversas áreas do dia a dia das empresas. É uma mudança de mindset que coloca o cliente como foco das ações e muda a maneira como os gestores têm de encarar suas atividades”, analisa Terra. 

De acordo com a análise, a transformação digital do varejo não é apenas uma forma de buscar aumento de produtividade ou crescimento imediato das vendas: 77% dos varejistas entrevistados afirmam que a transformação digital também aumenta o engajamento dos consumidores. “O investimento em transformação digital traz maior envolvimento dos consumidores com a marca. Em um mundo volátil que se depara com crises dos mais variados tipos, os negócios precisam se adaptar à nova realidade digital”, explica Helio Biagi, Co-Fundador do OasisLab Innovation Space. 

Com o avanço da transformação digital dos negócios, também cresce o grau de automação das atividades cotidianas. Atualmente, 32% dos varejistas acreditam estar bastante ou muito automatizados em suas atividades, enquanto 41% se colocam em um estágio mediano nesse processo. “Fornecer serviços melhores, mais rápidos e eficientes se tornou uma necessidade estratégica – e o varejo tem trabalhado forte para dar esse salto de qualidade”, analisa Eduardo Terra. 

Para o presidente da SBVC, os dados do estudo sugerem que a Transformação Digital do varejo está cada vez mais madura. “As mudanças culturais e de comportamento que vieram à tona com a pandemia levaram o varejo a se tornar mais ágil, desenvolvendo times horizontais e se apoiando tecnologia para vencer os desafios internos e externos”. 


Metodologia 

O estudo se baseou em pesquisas exploratórias com os executivos responsáveis pela Transformação Digital nas empresas de varejo. Partindo de uma amostra de 30 dos maiores players do mercado brasileiro, em 8 diferentes segmentos (moda, calçados e artigos esportivos; super, hiper, atacarejo e conveniência; lojas de departamento, artigos do lar e mercadorias em geral; drogarias e perfumarias; foodservice; eletromóveis; material de construção; e outros segmentos), o estudo ouviu empresas de diferentes faixas de faturamento (11% entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão, 41% entre R$ 1 bilhão e R$ 3 bilhões e 48% acima de R$ 3 bilhões anuais) para apresentar um painel claro do desenvolvimento da Transformação Digital do varejo brasileiro.


Inteligência Artificial Generativa revoluciona o setor de turismo

De acordo com Alexandre Rodrigues, co-fundador e CEO da Wizzi, essa solução pode personalizar individualmente a jornada de turistas ao redor do mundo


A tecnologia está transformando inúmeros aspectos da sociedade, e a maneira como as pessoas viajam não é exceção. A Inteligência Artificial (IA) Generativa, por exemplo, está se destacando por remodelar a forma como as viagens são planejadas, executadas e recordadas.


Personalização e planejamento

De acordo com Alexandre Rodrigues, gestor, CEO e cofundador da Wizzi, plataforma de inteligência artificial que oferece sugestões de destinos personalizados e roteiros únicos para cada viajante, com sugestões de voos, hospedagens e passeios agilizam e enriquecem as experiências de uma viagem, a IA generativa combina preferências pessoais com análise de dados detalhada para sugerir atividades, restaurantes, acomodações e pontos turísticos que se alinham diretamente aos interesses do viajante. “Isso elimina a necessidade de pacotes genéricos ao oferecer uma experiência de viagem ajustada exclusivamente às preferências do usuário”, revela.

O planejamento é uma etapa que também exige tempo e pesquisa extensiva. A IA Generativa agiliza esse processo, fornecendo rapidamente informações organizadas e pertinentes. “Este benefício é valioso para pessoas com horários apertados ou que preferem minimizar o esforço da preparação para viagens”, pontua.


Conforto, segurança e novas descobertas

Para o especialista, a redução do estresse é outra vantagem significativa proporcionada pela Inteligência Artificial. “Com acesso instantâneo a informações e recomendações confiáveis, os viajantes podem se sentir mais tranquilos, sabendo que contam com os recursos necessários para qualquer cenário. Assim, desfrutam de suas viagens com menor preocupação”, declara.

Além de auxiliar no planejamento prévio, a IA Generativa também serve como fonte de inspiração para futuras viagens. “A tecnologia sugere destinos e atividades baseadas nas preferências e experiências anteriores dos usuários, promovendo a descoberta de vivências que não foram consideradas anteriormente”, relata.

Alexandre acredita que a Inteligência Artificial Generativa está revolucionando a maneira como o turismo é conduzido, oferecendo personalização avançada e diminuindo o esforço e o estresse no planejamento de viagens. “Com a evolução dessa tecnologia, espera-se que as experiências de viagem se tornem cada vez mais enriquecedoras e personalizadas, redefinindo completamente o turismo ao redor do mundo”, finaliza o fundador da Wizzi.

 

Alexandre Rodrigues -empreendedor e pai. Possui formação em direito e é autodidata em planejamento e investimentos financeiros. Cursou também dois MBA’s, sendo um em Gestão Empresarial e o segundo em Finanças pela FGV. Além disso, é Alumini da Singularity University. Com 20 anos de experiência em administração e gestão, implementa de forma inovadora estratégias gerenciais e organizacionais. No turismo, possui mais de 15 anos de experiência. Para mais informações, acesse o Linkedin.


Wizzi.
Para mais informações, acesse o site
instagram @wizzi_turismointeligente

 

Políticas de planos de saúde atrapalham a autorização e a realização de cirurgias

 De acordo com Rodolfo Damasceno, especialista em estratégias de autorizações cirúrgicas, a pressão para utilizar técnicas menos custosas pode influenciar a eficácia das intervenções cirúrgicas e a satisfação dos pacientes


O papel das seguradoras e convênios é cada vez mais importante na sociedade. No entanto, suas políticas, muitas vezes, têm implicações profundas na acessibilidade e na qualidade do cuidado cirúrgico que os pacientes recebem, com diretrizes que influenciam as decisões médicas e a execução de procedimentos.

Uma das principais formas pelas quais as seguradoras impactam o cuidado cirúrgico é através da definição de quais procedimentos são cobertos e quais são excluídos. Muitas vezes, procedimentos considerados experimentais ou muito novos são deixados de lado, limitando o acesso a tecnologias cirúrgicas inovadoras que poderiam oferecer melhores resultados aos pacientes. 

Além disso, algumas políticas requerem que os pacientes passem por protocolos longos, e muitas vezes ineficazes, de tratamento conservador antes de aprovar um procedimento cirúrgico necessário.


Influência na escolha do médico e do hospital

De acordo com Rodolfo Damasceno, especialista em estratégias de autorizações cirúrgicas, as seguradoras podem impor limitações significativas nas decisões de médicos e hospitais em relação aos pacientes, afetando a qualidade do cuidado cirúrgico. “Essas restrições impedem que muitas pessoas recebam cuidados especializados ou utilizem hospitais com equipamentos mais modernos e técnicas cirúrgicas avançadas, atrasando tratamentos que poderiam ser finalizados com mais agilidade”, revela.

As políticas de seguradoras também exercem uma pressão significativa sobre médicos para que realizem procedimentos com maior rapidez. “O foco em reduzir custos pode levar à escolha de materiais de menor qualidade ou à redução do tempo alocado para cada paciente. Embora a eficiência seja importante, seu excesso pode comprometer a atenção necessária a cada caso”, alerta.


Autorizações e burocracia

Segundo Damasceno, o processo de autorização prévia requerido por muitas seguradoras para procedimentos cirúrgicos é fortemente impactado. “Este processo pode ser frustrante tanto para pacientes quanto para médicos, resultando em atrasos significativos no tratamento e levando a resultados indesejados após a cirurgia”, relata.

Para o especialista, as seguradoras desempenham um papel crucial no sistema de saúde, mas suas políticas podem ter implicações significativas. “É essencial que haja um equilíbrio entre o controle de custos e a provisão de cuidados de alta qualidade. Políticas mais flexíveis e a inclusão de médicos na formulação dessas políticas podem ser passos importantes para minimizar impactos negativos sobre os cuidados cirúrgicos e garantir que os pacientes recebam o melhor tratamento possível”, finaliza. 



Rodolfo Damasceno - Empreendedor com uma década de atuação na área de saúde, Rodolfo possui ampla expertise em estratégias de autorizações cirúrgicas junto às operadoras de saúde. Destaca-se por sua significativa contribuição, destravando mais de 10.000 processos cirúrgicos em um período de 10 anos e auxiliando médicos cirurgiões em diversas especializações. Além de ser o criador do Método RD3x, um impulsionador para a qualidade de vida dos Médicos Cirurgiões que pode triplicar o número de cirurgias autorizadas, o especialista também criou o Método RD+, um processo de consultoria que auxilia diretamente os pacientes que buscam a realização de determinados procedimentos cirúrgicos.
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Dia do Trabalho: o uso do canal de denúncia na segurança ocupacional para prevenir acidentes

 

No cotidiano laboral, a segurança dos trabalhadores permanece sendo um tema abordado por companhias no mundo inteiro. Seja por meio de treinamentos recorrentes, reciclagens e orientações, o assunto se faz presente independente do setor. No entanto, o cenário ainda não está perto de ser otimista. 

Segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (SmartLab), no ano de 2021, diariamente, mais de 1.670 acidentes de trabalho foram notificados e em decorrência deles, sete pessoas morreram por dia. 

Alguns esforços têm sido feitos para a redução desse número. Existem datas de conscientização e engajamento, como o Dia Mundial da Segurança e Saúde, comemorado em 28 de abril, e o 1° de maio, mais conhecido como Dia Mundial do Trabalho.
 

O poder público também é parte importante nessa luta, atuando por meio da Justiça do Trabalho na promoção de iniciativas voltadas ao assunto. Entretanto, cabe às empresas os principais esforços para promover um ambiente de trabalho cada vez mais saudável para seus colaboradores. 

Nesse contexto, a tecnologia emerge como uma aliada poderosa na prevenção de acidentes e na promoção de ambientes laborais seguros. Uma das ferramentas mais eficazes nesse sentido são os canais de denúncia, que oferecem uma plataforma para que os colaboradores relatem problemas relacionados à segurança, desde condições de trabalho inadequadas, até comportamentos inseguros por parte de colegas ou superiores. 

Os canais de denúncia, são uma via de reporte seguro entre a operação e a administração da empresa. Seu principal objetivo é tornar conhecidas situações que possam prejudicar o desenvolvimento do trabalho, permitindo a averiguação e solução dos relatos. 

A integração do tema segurança ocupacional nos canais de denúncia não apenas facilita o processo de reporte, mas também agiliza a resposta e a resolução de problemas. Plataformas on-line e aplicativos móveis permitem que os funcionários relatem incidentes em tempo real, possibilitando uma resposta por parte da equipe de segurança. Além disso, a tecnologia desses meios pode oferecer opções de anonimato, o que encoraja os trabalhadores a denunciarem sem medo de represálias, promovendo uma cultura ética. 

A análise de dados provenientes dos canais de denúncia também é uma maneira poderosa de identificar padrões e tendências que podem indicar áreas de risco ou problemas sistêmicos. Segundo o 9° Estudo Nacional sobre Canais de Denúncias, as categorias “má intenção/ilícitos” e “descumprimento de políticas, normas, procedimentos” representaram 32,93% das denúncias gerais em 2023, sendo essa última líder entre os tipos mais relatados em determinados setores, como o de Construção, por exemplo. 

Além disso, a utilização do canal de denúncias como via de reporte eficaz para casos que ponham a segurança laboral em risco, permite a promoção de ciclos de educação e treinamentos dos funcionários sobre como aumentar a efetividade dos relatos ao denunciar corretamente essas situações. As empresas podem oferecer uma variedade de recursos para o engajamento e acesso fácil à ferramenta, desde cursos on-line interativos até panfletos informativos com QR Code espalhados estrategicamente. 

A utilização dos canais de denúncia para a promoção de um ambiente mais seguro pode ser uma realidade que irá poupar prejuízos financeiros às companhias, auxiliar na construção de um ambiente organizacional mais saudável e, principalmente, salvar vidas. Ao facilitar esse processo de reporte e agilizar a resposta a incidentes, analisando dados para identificar áreas de risco e educando os funcionários, as empresas podem criar locais de trabalho que protejam o bem-estar de seus colaboradores.

 

Pedro César Sousa Oliveira - advogado e consultor sênior de Inteligência Corporativa da Aliant, empresa especializada em soluções para Governança, Compliance, Ética, Privacidade e ESG.


Cem anos do feriado de 1º de Maio no Brasil: país está fora do Top 50 em acidentes, mas operações logísticas preocupam

 

A cada dia são registrados mais de 7 acidentes com empilhadeiras no Brasil
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Todos os dias ocorrem mais de 7 acidentes com empilhadeiras no Brasil.

Ministério do Trabalho lança campanha de prevenção de acidentes com máquinas

 

Há cem anos, o Dia do Trabalho tornou-se feriado no Brasil. A data de 1º de Maio já era celebrada no país desde a década de 1910, mas, em 26 de setembro de 1924, o então presidente Artur Bernardes publicou o decreto nº 4.859, criando o feriado nacional em homenagem aos “mártires do trabalho”. Desde então, o país avançou muito nas pautas trabalhistas, especialmente na prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. Hoje, o Brasil não está entre os 50 países com mais acidentes de trabalho no mundo, mas algumas atividades apresentam alta nos indicadores nos últimos anos, entre elas as operações logísticas.

 

Atualmente, mais de 1 milhão de pessoas sofrem acidentes de trabalho a cada dia, em algum lugar do planeta. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), ocorreram 402 milhões de acidentes não fatais em 2022 e 2,9 milhões de trabalhadores morreram naquele ano, em decorrência de acidentes ou doenças ocupacionais. No total, os acidentes de trabalho geram uma perda global de US$ 4 bilhões por ano, aproximadamente.

 

Entre os 50 países com maior número de acidentes, em termos proporcionais (para cada 100 mil trabalhadores), há 10 representantes da América Latina, sendo três deles entre os líderes: Costa Rica (1ª colocada no ranking da OIT); Colômbia (5ª posição); Argentina (10ª). Já entre os 50 países com mais acidentes fatais (a cada 10 mil ocorrências), nove são da América Latina, com destaque para Porto Rico (2º colocado); Panamá (12º) e Peru (15º).

 

Embora o Brasil não figure nessas listas, as estatísticas evidenciam um grande volume de acidentes em operações em logísticas. Segundo o Ministério Público do Trabalho no Brasil, máquinas e equipamentos são os principais causadores de acidentes de trabalho no Brasil, respondendo por 15% do total em 10 anos (entre 2012 e 2022). Somente este grupo respondeu por 780.000 ocorrências no período – uma média superior a 200 acidentes por dia.

 

Já o Ministério da Saúde do Brasil informa que acidentes com máquinas e equipamentos resultaram em amputações e outras lesões gravíssimas com uma frequência 15 vezes maior do que as demais causas, gerando três vezes mais acidentes fatais que a média geral.

 

Por esse motivo, o Ministério do Trabalho e Emprego lançou, em abril, a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho 2024, com o tema Segurança em Máquinas e Equipamentos. “Se é verdade que máquinas e equipamentos estão provocando, na escala de acidentes, a maioria deles, alguma coisa está errada lá nas plantas [industriais]. Se a gente não atacar esse processo, não há campanha nem sensibilização que resolva se o equipamento está inadequado”, disse o ministro Luiz Marinho, no lançamento da campanha, que continua até dezembro.

 

Entre os profissionais que mais se acidentam com máquinas estão os operadores de empilhadeiras, com cerca de 200 afastamentos por mês, ao longo de 10 anos. Já os profissionais que atuam na armazenagem e movimentação de cargas foram vítimas de 250 acidentes a cada mês.

 

Para completar, entre 2012 e 2022, ocorreram 27.500 acidentes com empilhadeiras no Brasil, uma média de 7,5 a cada dia.  “O risco nessas operações pode ser reduzido em 80% ou até eliminado com um processo de mapeamento dos pontos críticos, seguido de segregação do fluxo de pessoas e máquinas, e complementado por tecnologias de segurança, como sensores de movimentação, sistemas de alerta sonoros e visuais e câmeras embarcadas”, explica Afonso Moreira, diretor da AHM Solution, empresa especializada em soluções de segurança e produtividade na logística.

 

Ele cita como exemplo um sensor que detecta à distância pedestres que estejam usando coletes refletivos, tradicionalmente adotados como equipamentos de proteção individual (EPI). O dispositivo, conhecido como IRIS 860, dotado de laser infravermelho, emite um alerta sonoro quando a empilhadeira se aproxima de uma pessoa com colete refletivo ou de áreas demarcadas com fitas refletivas.

 



Mais informações em: https://www.ahmsolution.com.br/

Advogado critica agências de consultoria que garantem aprovação de vistos para os EUA

 

De acordo com Daniel Toledo, especialista em Direito Internacional, é fundamental que os solicitantes realizem uma pesquisa cuidadosa para aumentar suas chances de sucesso


A obtenção de um visto EB-2 é uma meta cobiçada por muitos profissionais que desejam levar suas carreiras para os Estados Unidos. Este tipo de visto, destinado a indivíduos com habilidades excepcionais ou graus avançados de conhecimento, apresenta uma série de critérios e desafios que são cruciais para quem busca aprovação. 

Segundo dados disponíveis no site oficial do Serviço de Imigração dos EUA, a taxa de aprovação para os vistos EB-2 está em 58%. 

De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, esse número contrasta drasticamente com alegações de algumas agências de consultoria que afirmam taxas de sucesso próximas a 100%. “A disparidade sugere que essas alegações são falsas e exageradas”, revela


Expectativas vs realidade

Toledo acredita que os escritórios de advocacia mais conceituados em imigração reportam taxas de sucesso na faixa de 80 a 86%. “Isso é significativamente mais alto do que a média oficial, indicando uma eficácia superior na preparação de processos de visto. Entretanto, ainda fica evidente que ninguém pode garantir uma aprovação de 100%. Os solicitantes devem estar cientes de que cada caso é único e dependente de inúmeros fatores”, alerta.

As taxas de aprovação dos vistos EB-2 podem variar significativamente dependendo de cada situação. Profissionais com habilidades excepcionais em ciências, artes ou negócios, por exemplo, podem enfrentar um ambiente competitivo diferente daqueles com credenciais acadêmicas avançadas. “Compreender essas nuances é vital para que os solicitantes estejam mais próximos dos critérios exigidos”, declara.

As políticas de imigração dos Estados Unidos estão em constante transformação, o que pode afetar diretamente as taxas de aprovação. “Mudanças na administração ou nas políticas adotadas podem facilitar ou complicar o processo para os candidatos”. pontua o especialista em Direito Internacional.

As taxas de aprovação do visto EB-2 mostram que, apesar de existirem profissionais e escritórios que alcançam resultados impressionantes, a média permanece abaixo das expectativas infladas divulgadas online. “É fundamental que os solicitantes realizem uma pesquisa cuidadosa e escolham profissionais de imigração qualificados para aumentar suas chances de sucesso no complexo sistema de imigração dos EUA”, finaliza.

 


Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Para mais informações, acesse o site. Toledo também possui um canal no YouTube com mais 240 mil seguidores com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB Santos, professor honorário da Universidade Oxford - Reino Unido, consultor em protocolos diplomáticos do Instituto Americano de Diplomacia e Direitos Humanos USIDHR.


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