Pesquisar no Blog

sexta-feira, 7 de março de 2025

O futuro do varejo de moda: como superar desafios e crescer no novo cenário


O setor de moda no Brasil, reconhecido por sua vitalidade e criatividade, enfrenta uma série de desafios que exigem adaptação e inovação. A globalização e a digitalização ampliaram as possibilidades, mas também impuseram novas complexidades ao mercado. 

De acordo com um estudo da Wake, que mostra um dado da SBVC, o segmento de moda, calçados e artigos esportivos faturou R$ 92,5 bilhões em 2023, representando 8,2% das receitas das 300 maiores empresas do varejo brasileiro. Um estudo da Opinion Box indica que o Brasil ocupa a 9ª posição no mercado global de moda e acessórios, com 46% dos consumidores gastando entre R$ 100 e R$ 300 mensais na categoria e 66% preferindo compras online. A demanda por uma experiência de compra fluida e integrada cresce, mas, de acordo com o Relatório Varejo 2024 da Adyen, 63% dos clientes esperam poder comprar online e devolver na loja física, enquanto 56% desejam alternar entre os canais de venda, algo que 60% das empresas ainda não oferecem de forma eficiente. 

A concorrência se intensifica com a entrada de marcas internacionais e a expansão do comércio digital. O aumento da taxação de importados trouxe um novo equilíbrio competitivo para as empresas nacionais, mas a diferenciação é essencial para garantir relevância. Nesse cenário, o marketing de influência e a aposta em qualidade superior têm sido estratégias eficazes para atrair consumidores dispostos a investir em produtos diferenciados. 

Além disso, há alguns outros fatores determinantes para o sucesso das empresas, como os gastos operacionais. Desde a aquisição de matéria-prima até a logística reversa, a gestão eficiente dos custos é crucial para manter a lucratividade. Com um mercado cada vez mais exigente, a digitalização da cadeia de suprimentos e o uso de análise de dados são diferenciais competitivos. 

A logística também se apresenta como um desafio constante. O Brasil, devido à sua extensão territorial, ainda enfrenta dificuldades estruturais. O aumento dos investimentos em infraestrutura pode melhorar esse cenário, mas as empresas precisam se preparar para otimizar seus processos, principalmente no e-commerce, onde prazos curtos são fundamentais. 

Diante desses desafios, algumas tendências se destacam como oportunidades para o setor:

  • Automação e Inteligência Artificial (IA): ferramentas como robótica para controle de estoque e atendimento automatizado ao cliente aumentam a eficiência operacional e melhoram a experiência de compra;
  • Análise de dados: a coleta e uso estratégico de dados permitem previsões mais precisas, personalização de ofertas e campanhas de marketing mais eficazes;
  • Novos meios de pagamento: o PIX, já utilizado por 76,4% da população brasileira, segundo o Banco Central, se consolida como a forma de pagamento mais popular, superando cartões e dinheiro. Além disso, modelos de pagamentos invisíveis – que são realizados de forma automática ou recorrente, como os utilizados pela Uber, por exemplo, eliminam a necessidade de interação direta do usuário, tornando o processo ainda mais fluido e eficiente;
  • Social Commerce: plataformas como WhatsApp, Instagram e TikTok, tendências já consolidadas na China, por exemplo, para vendas diretas já é uma realidade e continuará crescendo, reforçado pelo papel dos influenciadores digitais;
  • Sustentabilidade: a rápida rotatividade de tendências, característica do ultra fast fashion, levanta questões sobre o impacto ambiental e a sustentabilidade. Com consumidores cada vez mais conscientes, práticas como economia circular e produção sustentável serão diferenciais importantes para a fidelização do público e a valorização da marca.

A adoção de modelos de economia circular, reutilização de materiais e tecnologias como inteligência artificial e blockchain traz maior eficiência e transparência à cadeia produtiva. Essas iniciativas não apenas atendem às demandas dos consumidores conscientes, mas também reforçam a competitividade das marcas no mercado.

O varejo de moda brasileiro vive um momento de transformação. A compreensão aprofundada das tendências de consumo e a implementação de estratégias inovadoras são fundamentais para o crescimento sustentável e a consolidação das marcas no novo cenário do setor.

 


André Viana - Diretor comercial da Wake



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados