Mariana Kobayashi, cofundadora da Tech do Bem, elenca os principais pontos que devem ser levados em consideração para reverter um cenário alarmante no país
A transformação
digital está remodelando o cenário empresarial global, e o Brasil não é
exceção. No entanto, empresas brasileiras enfrentam desafios específicos que
podem dificultar esse processo: o Índice de Transformação Digital Brasil
(ITDBr), da PWC, mostrou que a média das empresas participantes, em 2023, ficou
em 3,3, um número que mostra quão baixa está a transformação digital.
Ainda de acordo
com a ferramenta, há um senso de urgência para a formação e contratação de
novas competências digitais, avaliado em 3,4, um resultado aquém do esperado. O
ITDBr também classificou as principais barreiras para a transformação digital
no Brasil, que incluem a resistência cultural à mudança, infraestrutura
tecnológica deficiente e falta de habilidades digitais.
"A
transformação digital no Brasil é uma jornada contínua que exige uma visão de
longo prazo e adaptabilidade constante," afirma Mariana Kobayashi,
co-fundadora da Tech do Bem. "As
empresas precisam entender que não se trata apenas de implementar novas
tecnologias, mas de criar um ambiente que permita a evolução constante."
E como
lidar com essas barreiras?
De acordo com
Mariana, para solucionar essas questões, sugerem-se propostas como
desenvolvimento de experiências de aprendizagem inovadoras, como hackathons,
microlearning e trilhas de aprendizagem gamificadas personalizadas, para
desenvolver proficiência digital e soft skills necessárias. “É
crucial estabelecer uma cultura de aprendizado perpétuo, onde colaboradores em
todos os níveis estejam constantemente se atualizando e experimentando novas
ferramentas e métodos”, complementa.
A seguir, a
cofundadora da Tech do Bem lista cinco dicas importantes para que as empresas
possam investir na transformação digital. Confira-as:
1. O
estímulo à inovação é mais importante do que a inovação em si
A especialista
sugere uma abordagem prática: "Empresas podem, por exemplo, implementar um
'laboratório de inovação', onde equipes multidisciplinares se reúnem
regularmente para explorar novas tecnologias e suas aplicações práticas. Isso
não apenas mantém a organização na vanguarda, mas também cultiva um espírito de
curiosidade e adaptabilidade essencial para o sucesso a longo prazo na era
digital", diz Mariana.
2.
Programas de mentoria reversa reduzem o gap geracional
Para ela, uma
estratégia poderosa e frequentemente negligenciada é a implementação de um
programa de mentoria reversa. Neste modelo, colaboradores mais jovens ou com
maior proficiência digital são pareados com líderes seniores para compartilhar
conhecimentos sobre novas tecnologias e tendências digitais.
“Isso não apenas
acelera a alfabetização digital em todos os níveis da organização, mas também
promove uma cultura de aprendizado mútuo e quebra barreiras hierárquicas. Por
exemplo, um executivo de marketing pode aprender sobre análise de dados em
redes sociais com um analista júnior, enquanto compartilha sua experiência em
estratégia de negócios. Esta abordagem fomenta a inovação, melhora a
comunicação intergeracional e cria um ambiente onde todos se sentem valorizados
por suas contribuições únicas”, completa.
3.
Mais maratonas de aprendizagem ativa
“Hackathons,
inovathons e ideathons são exemplos disso, eles oferecem uma imersão intensiva
em projetos reais, permitindo que os colaboradores apliquem e desenvolvam
habilidades digitais em um ambiente colaborativo e orientado a soluções. Essas
iniciativas fomentam a inovação, a resolução de problemas e o trabalho em
equipe, sem falar na capacidade de estimular o processo criativo e a oratória”,
ensina.
4. Pense
em adaptar as experiências de aprendizagem à sua equipe, nunca o contrário
“O microlearning é
uma estratégia eficaz para integrar o aprendizado tecnológico à rotina
profissional. Esse tipo de experiência adapta-se perfeitamente ao ritmo
acelerado do ambiente corporativo, oferecendo módulos curtos e focados que
podem ser consumidos nos intervalos do dia a dia. Essas abordagens não só
melhoram a proficiência digital, mas também cultivam uma mentalidade de
inovação contínua, essencial para a transformação digital bem-sucedida",
analisa.
5.
Equilibre inovação e gestão de riscos
“Adotar uma
abordagem de inovação aberta, na qual ideias externas são testadas em pequena
escala antes da implementação em larga escala, é essencial para equilibrar
inovação e aversão ao risco. Implementar uma estratégia de gestão de riscos
eficaz para identificar, avaliar e mitigar potenciais riscos associados à
inovação ajuda a garantir que a empresa possa experimentar e adaptar-se sem
comprometer sua estabilidade”, finaliza Mariana Kobayashi.
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