Mari Galindo, fundadora da Nice House, ajuda a desmistificar estigmas sobre a trajetória profissional da Gen Z
Diante de um mercado dinâmico e em constante
mudança, a geração Z (nascidos entre 1995 e 2021) cultiva expectativas e
enfrenta desafios muito diferentes de seus líderes millennials e boomers. “Boa parte dessa ‘galerinha’ já
ingressou ou está se preparando para ingressar no mercado de trabalho”,
comenta Mari Galindo, fundadora da Nice House, plataforma de entretenimento com foco em
vídeos verticais e geração Z.
“Inclusive, Glassdor apontou que o número de profissionais
da Gen Z ultrapassaria o de boomers
(nascidos entre 1945 e 1964) em 2024. Por um lado, enquanto a Gen Z traz em sua
bagagem várias habilidades importantes para o cenário econômico atual,
sobretudo a fluência digital, ambição por experiência e conhecimento e uma
espantosa (no bom sentido) capacidade de adaptação, por outro, sua entrada em
peso no mercado de trabalho preocupa gestores e recrutadores de empresas”,
explica.
Mitos e verdades sobre a Gen Z no
mercado de trabalho
Em janeiro de 2024, o Resume Builder, software que usa inteligência artificial para ajudar pessoas a montarem um bom currículo, publicou dados alarmantes. De acordo com a pesquisa, mais de 30% dos recrutadores simplesmente se recusam a contratar a Gen Z, preferindo candidatos mais velhos; ainda em relação a esse levantamento, 30% dos gestores demitiram seus funcionários mais jovens um mês depois de sua integração à equipe.
A seguir, Mari comenta os principais estigmas
que a geração Z enfrenta no dia a dia profissional. Confira:
1. Falta de compromisso com o
trabalho
MITO. “A
dificuldade de gerir a Gen Z no ambiente de trabalho tem a ver, na maioria dos
casos, com mentalidade da geração - tal qual o modo como ela interpreta a
carreira profissional e, sobretudo, uma tentativa de quebrar os padrões
estabelecidos por gerações passadas, hoje considerados antiquados ou
obsoletos”, explica Mari.
2. A educação recebida em casa
contribui para certas posturas no trabalho
VERDADE. “Algumas
questões comportamentais, durante a entrevista e também no ambiente de
trabalho, tanto positivas quanto negativas, vêm da educação que os jovens
tiveram em casa. Não necessariamente se tratam de características geracionais”,
conta.
3. Os jovens preferem o trabalho
100% remoto
MITO. “A pandemia
de Covid-19 acabou impactando a Gen Z de maneira mais severa. Aqueles que já
procuravam emprego desde 2020 já estavam sendo apresentados ao modelo
home office (ou semipresencial, dependendo do segmento), o que também moldou as
expectativas dos jovens em relação ao mercado de trabalho como um todo. Em
2021, por exemplo, o LinkedIn apontou que 70% da geração Z acredita que um
distanciamento de colegas de trabalho mais velhos e gestores impacta
negativamente a carreira, já que é difícil aprender com eles a distância”,
aponta a fundadora da Nice.
4. Flexibilidade entre profissional
e pessoal é tudo
VERDADE. “O mesmo
estudo do LinkedIn apontado acima também mostrou que 38% dos entrevistados
preferem o modelo híbrido de trabalho, justamente porque os ajuda a manter sua
rotina pessoal e também trocar experiências com os colegas mais experientes”,
complementa.
5. Não dá para mudar a postura da
Gen Z no ambiente de trabalho
MITO. “Existem
meios de contornar as diferenças geracionais, como apostar em mentorias e
outros programas de desenvolvimento para melhorar a etiqueta e o desempenho
desses jovens e até mesmo usar suas ambições para criar oportunidades de
crescimento e inovação. Essas medidas ajudam não apenas a lapidar esse diamante
bruto chamado Gen Z, mas também aprender com ela”, instrui.
Mesmo que, algumas vezes, a contragosto de
recrutadores e gestores, é extremamente importante que as empresas invistam nos
mais jovens. “Ignorar
o potencial que eles possuem não é o ideal para nenhuma empresa - em alguns
anos, eles serão
maioria no ambiente corporativo, ultrapassando até mesmo os millennials em números.
Investir na Gen Z vai além dos benefícios para as empresas; ele é o fator
principal para que tenhamos, hoje e cada vez mais, um mercado de trabalho mais
inclusivo, dinâmico e resiliente”, conclui Mari Galindo.
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