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quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Cânceres Ginecológicos: conhecimento, prevenção e tratamento


Os cânceres ginecológicos são aqueles que afetam os órgãos do sistema reprodutivo feminino. Conhecer os tipos, os métodos de prevenção, e os tratamentos adequados é essencial para enfrentar e evitar esses tumores.

No Brasil, as estatísticas mostram que os cânceres ginecológicos são um crescente desafio de saúde pública:


  • Câncer de Colo do Útero: É o segundo câncer que mais mata mulheres de 20 a 49 anos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que em 2024 serão diagnosticados aproximadamente 17.000 novos casos de câncer de colo do útero. Também de acordo com o INCA, todos os dias, cerca de 19 mulheres morrem no Brasil devido ao câncer de colo do útero, ou seja, a cada duas horas pelo menos uma mulher morre no país por essa doença. Se considerarmos todo o continente americano, são mais de 35 mil mortes por ano, sendo 80% delas nos países latinos. A principal causa é a infecção persistente pelo HPV (papilomavírus humano). Cerca de 99% dos casos são causados pelo HPV, mas a boa notícia é que a vacina contra esta infecção, recomendada para meninas e meninos de 9 anos a 14 anos e adultos até 45 anos, tem mostrado eficácia na redução da incidência deste câncer.
  • Câncer de Ovário: Com uma taxa de incidência menor comparada ao câncer de colo do útero, o câncer de ovário ainda assim é uma preocupação que não pode ser ignorada. O INCA estima que em 2024 haverá mais de 7.000 novos casos no Brasil. É a terceira neoplasia ginecológica mais comum, mas é a segunda em taxa de mortalidade. Isso se dá porque este câncer frequentemente é diagnosticado em estágios avançados, pois os sintomas são menos específicos e muitas vezes confundidos com outras condições. Sua ocorrência pode estar associada à Síndrome Hereditária de Mama e Ovário, onde alterações em genes como o BRCA pode aumentar a chance de desenvolver esses tumores. Por isso, pessoas com histórico familiar de câncer de ovário e de mama devem conversar com seu médico sobre seus fatores de risco, a fim de desenvolver estratégias personalizadas de prevenção e acompanhamento.
  • Câncer do Endométrio: É o tipo mais comum de câncer no útero, ocorrendo na parte interna do órgão. Atinge principalmente mulheres acima dos 50 anos de idade, mas pode ocorrer em pessoas mais jovens. No Brasil, de acordo com o INCA, são esperados cerca de 11.000 novos casos para 2024. Os principais fatores de risco modificáveis para este tipo de câncer são sobrepeso e obesidade, por isso manter-se ativo e controlar o peso são aliados na prevenção do câncer de endométrio. Este tipo de câncer tem uma taxa de sobrevida alta, o que significa dizer que as chances de cura são elevadas, quando detectado precocemente. Por isso, atenção aos sinais e aos sintomas é importante: todo sangramento persistente fora do período menstrual ou após a menopausa deve ser avaliado pelo médico.
  • Câncer Vaginal e Vulvar: Menos frequentes, esses tipos de câncer têm incidências menores, mas não menos importantes. Dados recentes indicam que há aproximadamente 1.000 novos casos de câncer vaginal e 1.200 de câncer vulvar por ano no Brasil. Esse tipo de câncer tende a ocorrer em torno dos 70 anos de idade, e os principais fatores de risco são a infecção pelo HPV ou pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana), tabagismo e histórico pessoal de câncer de colo do útero.


Prevenção e rastreamento

A prevenção é o primeiro passo para combater os cânceres ginecológicos, que são um conjunto de doenças que afetam os órgãos reprodutivos femininos, como o colo do útero, ovários, útero, vulva e vagina. A prevenção desses tipos de câncer envolve uma combinação de estratégias, incluindo medidas de estilo de vida e exames de rastreamento.

Algumas medidas que podem ajudar a diminuir o risco de desenvolvimento de cânceres ginecológicos são:

  • Vacinação contra o HPV: a infecção pelo HPV (papilomavírus humano) é responsável por 99% dos casos de câncer de colo do útero, sendo o segundo câncer que mais mata mulheres de 20 a 49 anos. A vacina contra o HPV é uma ferramenta fundamental na prevenção do câncer de colo do útero, assim como a realização de exames preventivos e o tratamento de lesões pré-cancerígenas. O Brasil disponibiliza, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina quadrivalente contra o HPV para meninas e meninos de 9 a 14 anos. Na rede privada, pessoas de 9 a 45 anos podem tomar a vacina nonavalente, que, além de proteger contra os quatro tipos de HPV contidos na vacina quadrivalente, protege contra mais cinco tipos de HPV com alto risco para câncer, oferecendo até 90% de proteção contra o câncer de colo de útero.

É importante ressaltar que o vírus também pode causar outros tipos de câncer, como o de vulva e o de vagina, sendo o HPV responsável por 25% e 70% dos casos respectivamente.

  • Exames regulares:
    • Papanicolau: ferramenta importante para a detecção precoce do câncer de colo do útero, o exame de Papanicolau consiste em coletar células do colo do útero para análise em laboratório, buscando alterações que possam indicar um risco aumentado de câncer. O exame deve ser realizado a cada três anos ou conforme orientação médica.
    • Teste de DNA: consiste na análise das células do colo do útero para verificar se há presença do DNA do HPV. Esse tipo de exame pode ser mais sensível na detecção de alterações cervicais pré-cancerosas e cancerosas em comparação com o Papanicolau. De maneira geral, é recomendada a triagem desses dois tipos de exames em mulheres com 30 anos de idade ou mais.
  • Consciência dos sintomas: É importante estar atento a qualquer alteração nos órgãos reprodutivos, como sangramento vaginal anormal, dor ou desconforto pélvico, inchaço abdominal, coceira ou lesões genitais anormais. Caso ocorram, é fundamental procurar um médico especialista para avaliação.
  • Consulta de Rotina: É muito importante que a mulher visite seu ginecologista regularmente. Exames de imagem e a avaliação de sintomas que possam surgir são cruciais para a detecção precoce de cânceres ginecológicos.
  • Estilo de Vida: Adotar hábitos saudáveis como uma dieta equilibrada, prática regular de exercícios, controlar o peso e evitar o tabagismo reduz o risco de diversos tipos de câncer.


Tratamento

A cada ano, mais de 30 mil brasileiras são diagnosticadas com algum tumor ginecológico. Contudo, graças ao avanço da ciência e da tecnologia, a taxa de sobreviventes do câncer aumentou mundialmente, e a estimativa é que teremos um aumento de 24% até 2032. As estratégias para o tratamento do câncer podem ser as mais variadas, e combinadas entre si. A estratégia é definida de forma personalizada para cada paciente, levando em consideração o tipo, o estadiamento e as características do tumor. Um fator em comum, muito importante em todas as estratégias de tratamento é o tempo. Atrasar o tratamento pode resultar em prejuízo em seu resultado, aumentando o risco de mortalidade pelo câncer. Por isso, independente de qual seja a melhor indicação de tratamento, é muito importante assegurar que ele seja iniciado o mais rápido possível.

As principais estratégias para tratamento dos cânceres ginecológicos, são:

  1. Cirurgia: é um tratamento local que tem como objetivo remover tumores e, em alguns casos, os órgãos afetados. A cirurgia é uma abordagem frequentemente empregada, especialmente em estágios iniciais, com altas chances de cura. Pode ser indicada de forma isolada ou combinada com algum outro tratamento.
  2. Radioterapia é outra forma de tratamento local, pode ser indicada após a cirurgia para aumentar o controle local da doença. Esta modalidade de tratamento utiliza radiação direcionada ao tumor para eliminar células tumorais.
  3. Quimioterapia: é uma forma de tratamento sistêmico que atua de forma inespecífica, promovendo a eliminação de tumores através de um mecanismo onde células tumorais que se multiplicam rapidamente são levadas à destruição.
  4. Terapia Hormonal: é uma forma de tratamento sistêmico direcionada a tumores que apresentam receptores hormonais, especiamente o receptor de estrógeno. Pode ser usada em alguns casos de câncer de endométrio para bloquear os efeitos pró-crescimento que o estrógeno pode apresentar.
  5. Terapias Alvo: Compreendem uma classe de tratamento sistêmico em que as drogas são direcionadas para alguma característica específica da célula tumoral. Um exemplo é o tratamento voltado para o câncer de ovário de pacientes com mutação no gene BRCA, onde a terapia alvo é capaz de provocar a morte das células através da inibição de uma molécula chamada PARP, resultando em controle da doença.
  6. Imunoterapia: Este tipo de tratamento sistêmico se baseia em reestabelecer a função do sistema imune contra o tumor. Durante o crescimento tumoral, as células cancerígenas desenvolvem a habilidade de fugir do sistema imunológico. As imunoterapias modernas garantem que a imunidade antitumoral seja re-habilitada e as células imunes voltam a destruir as células tumorais. Esse tipo de tratamento pode ser empregado em alguns casos de tumores de endométrio e de colo do útero.


Informação e Empoderamento

O conhecimento é uma ferramenta poderosa para a prevenção e tratamento de cânceres ginecológicos. Foi pensando nisso que a MSD anunciou nesse ano a atriz e apresentadora Giovanna Ewbank como nova embaixadora da campanha sobre o tema. Giovanna é destaque por abordar os mais diversos temas de forma descontraída, além de ser uma forte representante de pautas de diversidade e do universo da maternidade. Sobre a sua participação na campanha como voz ativa na disseminação de informação de qualidade sobre a prevenção contra o HPV, a atriz comenta: “É muito importante para mim poder comunicar sobre um tema tão importante que é a saúde feminina e, especialmente, de uma doença que pode ser eliminada. Como mulher e mãe, tenho o compromisso de levar conteúdo relevante e estou muito feliz com o convite e suporte da MSD nesta jornada”.

 

MSD no Brasil


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