Uma a cada 36 crianças é autista, segundo levantamento divulgado pelo CDC
Em março deste
ano, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), uma agência do
Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, divulgou um
relatório que revela uma mudança na prevalência do Transtorno do Espectro
Autista (TEA): em 2020, nos Estados Unidos, 1 em cada 36 crianças foi
identificada como autista. Esse é o número mais recente do órgão.
"Ainda existe
uma defasagem muito grande nos dados sobre autismo no Brasil e no mundo. Os
últimos números publicados pela OMS, em 2010, revelavam que havia cerca de 2
milhões de autistas no Brasil, a população total no país é de 200 milhões de
habitantes, o que significa que 1% da população estaria no espectro"
afirma Kenny Laplante, fundador e CEO da healthtech Genial Care, especializada
nos cuidados com crianças autistas. O Censo Escolar do Brasil registrou um
aumento de 280% no número de estudantes com TEA (Transtorno do Espectro
Autista) matriculados em escolas públicas e particulares apenas no período
entre 2017 e 2021.
Os indícios de
autismo em crianças podem ser detectados nos primeiros meses de vida. Isso se
deve aos marcos do desenvolvimento infantil, que são fases normais nas quais se
espera que a criança vivencie, aprenda e se desenvolva. Esses marcos são
estudados e definidos por especialistas em desenvolvimento infantil. “É
fundamental lembrar que cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento e
abordagens únicas de aprendizado. Além disso, nem sempre um atraso no
desenvolvimento quer dizer que a criança tenha autismo. O que a família pode
observar são os sinais típicos do autismo na infância, que principalmente
afetam o desenvolvimento social e a comunicação”, destaca Kenny.
O que é preciso saber sobre autismo na infância?
“No autismo, o
diagnóstico é feito pelo médico e também pelo neuropsicólogo, avaliando
aspectos do comportamento da criança”, explica a Head of Clinical Ops,
Thalita Possmoser, da healthtech Genial Care. “Para se chegar ao diagnóstico
final e fechar o laudo, são utilizados instrumentos de medida/avaliação
validados cientificamente”.
Existem muitos aspectos importantes a serem considerados sobre o autismo na infância. Reunimos, entre tantas informações essenciais que podem ajudar a compreender melhor o autismo em crianças, sete coisas que é preciso saber sobre autismo na infância. Confira:
1) Definição de Autismo: o Transtorno
do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica que afeta o
desenvolvimento da criança, principalmente nas áreas de comunicação, interação
social e comportamento. O autismo é um espectro, o que significa que pode
variar amplamente em termos de gravidade e sintomas.
2) Sinais de Autismo: os sinais de
autismo em crianças podem variar, mas geralmente incluem dificuldades na
comunicação, como atrasos na fala ou na linguagem, dificuldades em manter
conversas e expressar emoções. Também pode envolver comportamentos repetitivos,
interesses restritos e desafios na interação social, como dificuldade em fazer
amigos.
3) Diagnóstico de TEA: o diagnóstico do
autismo é feito por profissionais especializados, com base na observação dos
sintomas e no histórico do desenvolvimento da criança. Um diagnóstico precoce é
fundamental para garantir que a criança receba a intervenção e o suporte
adequados.
4) Cada criança é única: cada
criança com autismo é única, e suas experiências e desafios variam. É
fundamental respeitar e valorizar sua individualidade. O respeito pela
neurodiversidade é uma parte importante da compreensão do autismo na infância e
ao longo da vida.
5) Intervenção precoce: a intervenção
precoce é crucial para ajudar as crianças com autismo a desenvolver habilidades
de comunicação, sociais e comportamentais.
6) Aceitação e inclusão: a sociedade
está cada vez mais consciente da importância sobre a inclusão de crianças com
autismo. Escolas e comunidades devem trabalhar para criar ambientes inclusivos
onde todas as crianças tenham a oportunidade de aprender e crescer.
7) Apoio familiar: o autismo pode ser desafiador para as famílias, e é importante que os pais e cuidadores recebam apoio e recursos para entender e lidar com as necessidades de seus filhos com autismo.
É importante
ressaltar que o autismo não é uma doença, e sim uma condição do
neurodesenvolvimento e, por isso, não existe cura. As intervenções em crianças
autistas devem ser feitas por uma equipe multidisciplinar, transdisciplinar e
interdisciplinar, juntamente a uma orientação parental, para dar suporte às
pessoas cuidadoras, com orientações e treinamentos para lidar com possíveis
comportamentos desafiadores no cotidiano, além de salientar a importância de
manter o autocuidado e cuidar da saúde mental de quem cuida.
“O acompanhamento
adequado traz diversos benefícios para a criança. O objetivo de uma intervenção
com qualidade é promover autonomia. Ou seja, melhora nos comportamentos
desafiadores e maior independência. Também é positivo para os pais e
cuidadores, com o protagonismo na evolução da criança, menos sobrecarga e mais
descanso, com suporte e acompanhamento”, conclui Thalita.
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