Sara Silva,
professora do curso de Psicologia da Braz Cubas, explica novo sentimento ligado
aos impactos da tecnologia na rotinaJan Vasek/Pixabay
Com os avanços tecnológicos e as novas necessidades
de mercado, cada vez mais os indivíduos utilizam dispositivos como computadores
e celulares em sua rotina, seja no ambiente de trabalho ou na vida pessoal.
Mas, já é sabido que o uso exacerbado pode ocasionar impactos na saúde física e
mental.
E neste
cenário de uma população hiper conectada, um novo termo vem ficando evidente na
psicologia: a nomofobia.
De acordo
com a professora de Psicologia do Centro
Universitário Braz Cubas, Sara Silva, a nomofobia
é um termo forte no mundo moderno, assim como muitos outros que se originam de
novas tecnologias. “Esse sentimento psicológico faz referência às sensações observadas ‘no modo off-line’,
ou seja, na desconexão ou no medo dela. E a partir disso as pessoas passam a
sentir ansiedade, desconforto, nervosismo, angústia, pânico, além de sintomas
físicos como aperto no peito, taquicardia e suor frio”, cita.
Sara
explica que ainda é difícil definir as causas e efeitos da nomofobia. No momento, parece
é uma combinação de fatores como baixa autoestima, nível elevado de ansiedade e
impulsividade. “Alguns sinais de alerta são:
sempre tem um dispositivo para recarregar a bateria; monitoramento constante do
aparelho para verificação de notificações; celular está sempre ligado,
inclusive em momentos não oportunos como estar na cama próximo a pessoa quando
vai dormir; se o celular fica inutilizável por qualquer razão, surge ansiedade,
angústia e nervosismo; medo de ficar sem conexão,
é o primeiro e último instrumento que a pessoa acessa; limita suas atividades
para locais onde conseguirá ficar conectado.”
A nomofobia
está nos critérios de diagnóstico do Manual de Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-V) de fobia por coisas particulares e específicas. “A
patologia é percebida quando a pessoa afasta ou está sem o objeto e apresenta
sintomas semelhantes aos da síndrome de dependência de substâncias. Por isso,
alguns estudiosos defendem que o termo seja incluído também no DSM-V como uma
entidade diagnóstica por espécie de vício tecnológico”.
Os sintomas
de dependência patológica são identificados quando há: nervosismo, agitação,
ansiedade, taquicardia, angústia, sudorese, tudo em um medo que afeta a saúde e
o dia a dia da pessoa.
Para
auxiliar as pessoas dependentes do celular, a professora de Psicologia da Braz
Cubas elencou algumas dicas para reduzir o uso do aparelho e seus impactos na
rotina.
Confira:
- Limitação do uso de celular.
É possível então limitar o uso dos aparelhos,
principalmente antes de dormir e ao acordar, assim cuidando para um sono de qualidade;
- Não usar o celular durante a
alimentação. Evitar o uso nos horários das refeições para manter uma
alimentação consciente;
- Definir estratégias para
restabelecer o contato com o mundo presencial assim como restabelecer
interações interpessoais e limitar o uso de tecnologias nesses momentos;
- Quando necessário buscar
ajuda especializada com psicólogo e psiquiatra.
Sara finaliza reforçando que é inegável os benefícios da tecnologia. Contudo, é necessário equilibrar seu uso para preservar a saúde. “Não podemos lidar com a tecnologia como extensão de cada um, por isso, o uso consciente e responsável se faz necessário, principalmente, em tempo de pós-pandemia”, pontua.
Centro Universitário Braz Cubas
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