"Os perfis dos envolvidos nesses cenários precisam ser compreendidos”, alerta psicóloga
A prática do bullying corresponde aos atos de violência física e/ou psicológica, de forma intencional e contínua, cometidos verbal ou fisicamente contra uma determinada vítima. De acordo com uma pesquisa realizada no ano de 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 23% dos brasileiros já sofreram as agressões vindas, principalmente, de companheiros de sala de aula. Psicólogos e terapeutas educacionais reforçam a importância da compreensão do problema e da criação de estratégias de combate às agressões.
O bullying torna-se um grande desafio para as escolas do século XXI, visto que, a partir das agressões, uma sequência de problemáticas vêm à tona. Para a coordenadora do curso de Psicologia do UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau Teresina, Dayane Arrais, a situação precisa ser compreendida e prontamente resolvida, a fim de evitar as consequências da hostilidade. "O bullying tornou-se um problema sério de saúde pública, com graves consequências no íntimo familiar. Logo, é imprescindível reconhecer as várias particularidades das agressões, desde o ambiente, quem participa, até o histórico dos indivíduos envolvidos. Pois, se não remediada, esses casos podem chegar a crises de ansiedade, autoestima em níveis baixos, distúrbios alimentares, de personalidade, psicológicos, depressão e, de forma mais trágica, as tentativas de suicídio”, pontua Dayane.
Em relação aos ambientes recorrentes dessas agressões, a psicóloga Dayane Arrais reforça os diferentes contextos e cenários para além das escolas, como igrejas, templos religiosos, clubes, empresas ou mesmo em casa. Dayane ainda alerta para que as medidas não se limitem aos casos em ambiente escolar como única fonte de análise. "Os perfis dos envolvidos nesses cenários precisam ser compreendidos para, então, traçarmos estratégias de prevenção. O intimidador sente-se amparado, em grande parte dos casos, por certo tipo de contrato social dos grupos, a fim de portar-se agressivo. Em contrapartida, a vítima tem menos resguardo no que se refere ao apoio contra os ataques. E, por não conseguir reagir, acaba sendo ainda mais agredido. Para além disso, em uma visão mais ampla, é preciso ter ciência da criação desses jovens e compreender essa questão como pertinente a todos os envolvidos, sejam pais ou responsáveis, sejam diretores ou professores. Todos precisam compreender e todos precisam agir preventivamente”, finaliza Dayane Arrais.
Os agressores podem estar
sendo vítimas de violências em alguma variante em seu núcleo pessoal. Por isso,
o envolvimento de psicólogos e/ou assistentes sociais é essencial a fim de que
apontem caminhos para interromper um ciclo de agressões.
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