Dr. Marcus
Vinícius Gimenes, médico-cirurgião e CEO da cuidar.me, traz alguns pontos de
atenção para evitar dores de cabeças futuras e, assim, garantir a melhor
proteção possível
Um estudo divulgado pelo Instituto de Estudos de
Saúde Suplementar (IESS) revela que a pandemia fez com que o plano de saúde se
consolidasse como o terceiro item dentro da lista de prioridade entre os
brasileiros, ficando atrás apenas da casa própria e da educação. Apesar de ter
se tornado um serviço altamente procurado nos últimos anos, as dúvidas
referentes à opção ideal de cobertura para cada pessoa ou família também
aumentaram na mesma proporção.
A agência responsável por regularizar e definir
todas essas diferentes coberturas dos planos privados é a ANS (Agência Nacional
de Saúde Suplementar). Porém, é essencial que o público saiba quais são e como
funciona cada uma delas para que o beneficiário tenha conhecimento dos
benefícios e contribuições que tem direito, promovendo mais segurança e
bem-estar neste momento tão importante.
Para sanar as principais dúvidas sobre o assunto,
explico os tipos de cobertura dos planos de saúde atuais, como eles funcionam e
a melhor opção para cada caso.
Quais são as coberturas
existentes?
O primeiro ponto de atenção é saber que quando
falamos sobre cobertura do plano de saúde, nos referimos à segmentação
assistencial, que funciona como uma espécie de divisão de serviços. Atualmente,
o mercado trabalha com três tipos de cobertura: ambulatorial, hospitalar e
completo. Dessa forma, é preciso, antes de tudo, entender a diferença de cada
uma delas.
No plano ambulatorial o beneficiário garante a
cobertura a consultas em clínicas e consultórios, exames, terapias e outros
procedimentos ambulatoriais (curativos, retirada de pontos, pequenas cirurgias,
primeiros-socorros), ou seja, que não precisem de uma estrutura hospitalar.
Além disso, o cliente tem direito aos atendimentos de emergência durante as
primeiras 12 horas. Após esse período, a cobertura hospitalar fica sob
responsabilidade do segurado.
Já o plano hospitalar oferece cobertura para
situações urgentes e que se faz necessário ter uma cobertura assistencial.
Podemos citar ocasiões de urgência como: internação com número ilimitado de
dias, inclusive na UTI (Unidade de Terapia Intensiva); cirurgias eletivas e
emergenciais; e procedimentos como quimioterapia, radioterapia e transfusões.
Vale ressaltar ainda que a opção pelo plano hospitalar ainda traz a
possibilidade de contar com a assistência obstétrica, além da internação e o
parto em si. O recém-nascido também tem direito à cobertura do plano por até 30
dias após o nascimento, garantindo mais segurança tanto para o pós-natal quanto
para a saúde e segurança do bebê.
Por último, como o próprio nome já dá a entender, o
plano completo traz a cobertura total, oferecendo atendimento tanto
ambulatorial quanto hospitalar e, possivelmente, obstétrica. Como consequência
dessa proteção mais robusta, esse tipo de plano acaba sendo o que gera maior
custo para os interessados.
Como escolher a cobertura
ideal?
Tendo em vista essas opções disponíveis e o que
cada uma delas oferece, o próximo passo é avaliar de maneira detalhada a opção
que se encaixa melhor com as necessidades do beneficiário e sua família.
Pensando nisso, destaco alguns pontos que são fundamentais nessa análise.
Quando uma pessoa busca por um plano de saúde, a
principal preocupação deve passar pela rede credenciada, que inclui as
clínicas, laboratórios e os hospitais. Até porque, é o prestador de serviço de
saúde que vai fazer o atendimento efetivo no momento de necessidade. Nesse
sentido, é imprescindível que o beneficiário procure identificar quais são as
unidades que estarão disponíveis no plano e buscar referências para garantir um
suporte ideal quando for necessário.
Outro ponto que merece a atenção é a análise sobre
a área de abrangência do plano. Por exemplo, se o cliente não possui o costume
de se locomover de maneira constante dentro do território brasileiro, não vale
a pena escolher um com abrangência nacional. Isso porque uma opção de
abrangência regional já daria a segurança necessária e traria um custo menor.
O bem-estar também é uma das avaliações mais
importantes no momento de contratar um plano de saúde. Nesse caso, a acomodação
que será disponibilizada na necessidade de uma internação é um fator relevante
no processo de decisão. Para quem busca maior privacidade e o direito a um
acompanhante durante a internação é ideal buscar por planos de apartamento -
diferentemente da enfermaria, onde o paciente divide o espaço com outras
pessoas.
Sem dúvida, todos esses pontos são fundamentais
antes do interessado efetivar a contratação do plano de saúde. Obviamente,
ninguém gosta de antever a possibilidade de precisar passar por cirurgias ou um
atendimento de emergência. No entanto, vale lembrar que é justamente nesse tipo
de situação que lembramos a importância de contar com um plano de saúde capaz
de atender todas as nossas expectativas. Ou seja, somente fazendo esse processo
de uma maneira assertiva, conseguimos evitar dores de cabeças futuras e, assim,
garantir a melhor proteção possível.
Dr. Marcus Vinicius Gimenes - CEO da cuidar.me,
healthtech especializada em planos de saúde mais baratos. Médico cirurgião
cardíaco formado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), possui mais
de quinze anos de experiência na área da saúde.
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