Avanços
no diagnóstico e incorporação de novos tratamentos trazem esperança no enfrentamento da doença
A ciência tem avançado a passos largos nas alternativas terapêuticas para o câncer de pulmão, doença que em 90% dos casos no mundo tem como origem o tabagismo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mesmo diante de um arsenal poderoso de condutas que podem atuar
no enfrentamento da neoplasia, ainda existem desafios que precisam ser vencidos
ao longo dessa trajetória. De maneira otimista, a Dra. Mariana Laloni,
oncologista da Oncoclínicas São Paulo, comenta estratégias que têm se mostrado
bastante promissoras. “Tivemos inúmeros avanços na detecção da doença, no
diagnóstico molecular, nas técnicas cirúrgicas, nas técnicas de radioterapia e
também na incorporação de novos tratamentos alvos para o câncer de pulmão”.
Contudo, a médica explica ainda que as técnicas devem ser
avaliadas caso a caso para os pacientes oncológicos. “A indicação depende,
principalmente, do estadiamento, tipo, do tamanho e da localização do tumor,
além do estado geral do paciente”.
Sintomas e tipos mais comuns do câncer de pulmão
A grande maioria dos pacientes com câncer de pulmão tendem a
apresentar sintomas ligados ao aparelho respiratório. Por isso, é importante
ficar em alerta caso haja tosse, falta de ar e dor no peito. “Outros sintomas
inespecíficos também podem surgir, entre eles perda de peso e fraqueza.
Contudo, quando a doença é sintomática, geralmente, se encontra em uma fase
mais avançada. Por isso, é muito importante que os programas incluam a cessação
do tabagismo e estratégias de rastreamento da população de alto risco, como
tabagistas e ex-tabagistas. A atenção aos primeiros sintomas é essencial para
que seja realizado o diagnóstico precoce da doença, o que contribui amplamente
para o sucesso do tratamento”, explica a oncologista da Oncoclínicas.
Já quanto aos tipos da neoplasia, os dois principais são: o
carcinoma de pequenas células e o de não pequenas células “O
carcinoma de não pequenas células corresponde a 85% dos casos e se subdivide em
carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células. O tipo
mais comum no Brasil e no mundo é o adenocarcinoma e atinge 40% dos doentes”,
complementa.
Desafios
No Brasil, segundo o Instituto Nacional do
Câncer (INCA), é estimado que em 2022 cerca de 30.200 casos da doença sejam
diagnosticados. Apesar dos dados não serem novidade, os tumores pulmonares
ainda lideram o ranking das doenças oncológicas que mais matam todos os anos,
segundo a OMS.
Para Mariana, o grande desafio é a integração do tratamento para
o paciente oncológico. “Integração
no sentido fornecer acesso a todos os pacientes a um diagnóstico molecular
adequado, com uma velocidade rápida para fazer as melhores escolhas na
combinação do tratamento cirúrgico, sistêmico (baseados na adoção de medicações
via oral ou intravenosa, como a quimioterapia) e radioterápico”, comenta.
A médica comenta ainda que o diagnóstico
molecular possui grande importância e pode auxiliar nas investigações alvo de
interesse, gerando resultados mais precisos. “Com uma altíssima performance e
redução do tempo de análise, é possível identificar mutações ou
alterações genéticas e criar estratégias para que o tratamento se inicie o mais
rápido possível. Isso nos abre novas frentes para o enfrentamento da doença e
traz perspectivas de um futuro promissor”, finaliza Mariana Laloni.
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