Pesquisar no Blog

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Saúde bucal é uma das mais afetadas pelo tabagismo e cigarros eletrônicos prejudicam mais do que os comuns

Um único cartucho de cigarro eletrônico contém nicotina equivalente a 20 cigarros tradicionais, alerta a dentista Maria Adriana Araújo, às vésperas do Dia Nacional de Combate ao Fumo (29/8)

 

Criado em 1986, o Dia Nacional de Combate ao Fumo será celebrado na segunda-feira, 29 de agosto. Seu objetivo é reforçar as ações de sensibilização da população para os danos causados pelo tabaco – no Brasil, mais de 22 milhões de pessoas fumam. Doenças pulmonares são as mais lembradas quando se pensa nas consequências do tabagismo. Mas a saúde bucal também é bastante afetada e os prejuízos podem ir muito além de causar mau hálito e dentes amarelados e até resultar em um câncer. E nos últimos tempos, há um novo vilão: o cigarro eletrônico, cujos malefícios são ainda maiores.

 

“Infelizmente, o cigarro eletrônico virou moda. Um cartucho de cigarro eletrônico contém nicotina equivalente a 20 cigarros tradicionais. Não existe uma padronização da quantidade de nicotina vaporizada pelos cigarros eletrônicos, nem um controle de qualidade. E o seu vapor pode produzir formaldeído, um álcool muito tóxico que o torna de 5 a 15 vezes mais cancerígeno do que o cigarro comum”, alerta a dentista Maria Adriana Araújo, que é diretora da Amil Dental e especializada em Estomatologia, ramo da Odontologia voltada ao diagnóstico das doenças da boca, e à prevenção e à reabilitação.

 

A ingestão frequente das substâncias ligadas ao consumo de tabaco tem como uma de suas consequências mais graves o surgimento de um câncer bucal. Ele é causado por uma mutação gradual das células sadias da boca quando uma pessoa inala a fumaça. Dados do INCA indicam que o número de casos novos de câncer da cavidade oral esperados para o Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, é de 11.200 casos em homens e de 4.010 em mulheres.

 

Outro problema que o consumo de tabaco pode causar na boca é a gengivite, por levar à diminuição da geração de saliva e por interferir no sistema imunológico, tornando mais difícil para o corpo combater as bactérias que causam as doenças periodontais. “Há, inclusive, estudos e relatos que indicam que um tratamento periodontal pode não ter o mesmo sucesso esperado para um fumante do que para um não-fumante porque o tabagismo dificulta a cicatrização da gengiva e das demais estruturas da cavidade bucal”, destaca Maria Adriana Araújo.

 

O tabagismo também pode afetar os sentidos do paladar (a fumaça do cigarro diminui a sensibilidade das papilas gustativas) e do olfato e atrasar a recuperação após a extração de um dente ou em seguida a qualquer outro procedimento dentário.

 

E causa, ainda, mau hálito e dentes amarelados, o que pode impactar no convívio social e até profissional da pessoa, com a diminuição de sua autoestima. O alcatrão, uma das muitas substâncias químicas dos cigarros, mancha os dentes e os deixa mais escuros e amarelados. E ao inibir a produção de saliva, o fumo também contribui na formação do mau hálito. 

“As pessoas devem parar de fumar o quanto antes, mesmo cientes de que é uma atitude complexa. E recomendo que busquem o apoio de seus dentistas para concretizar isso, eles devem ser vistos como parceiros dessa jornada. Manter a boca e os dentes limpos e saudáveis, como foco na prevenção de doenças graves, pode funcionar como um incentivo diário nesse desafio para buscar um estilo de vida muito mais saudável”, aconselha Maria Adriana Araújo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados