Nutróloga e especialista em Medicina Integrativa, comenta dados de pesquisa norte-americana e faz alerta sobre a saúde física e mental da geração pandêmica
Se a pandemia do
COVID-19 afetou, de modo geral a vida de adultos por todo o mundo, com as
crianças e adolescentes os efeitos dessa crise são ainda mais visíveis, seja
nos reflexos na saúde mental, como também na física. É o que destaca a
nutróloga e especialista em Medicina Integrativa, Dra. Esthela Oliveira.
"A geração
pandêmica tem vivido diversas situações de estresse nesse último ano e por isso
cabe aos pais e responsáveis ficarem muito atentos a quaisquer sinais que
possam servir de alerta, como alterações de comportamento e na alimentação, por
exemplo", diz a especialista.
Um estudo da
Universidade de Michigam, nos EUA, publicado recentemente na Revista
Pediatrics, trouxe um alerta para o aumento no número de atendimentos de
crianças e adolescentes com transtornos alimentares, como compulsão alimentar,
bulimia e anorexia em clínica e hospitais norte-americanos. De acordo com o
levantamento as hospitalizações entre esse grupo mais que dobraram nos
primeiros 12 meses de pandemia, em relação aos últimos três anos antes do
COVID-19.
Segundo a nutróloga,
em sua clínica, após ser feito um levantamento que comparou o primeiro semestre
de 2020 com o mesmo período de 2021, foi percebido um aumento de 500% nos
atendimentos de adolescentes. "Isso se deve, principalmente, ao fato de
ter aumentado os transtornos de ansiedade neste grupo, muito por causa das
mudanças na rotina escolar, isolamento social e até aumento de conflitos em
casa", explica a Dra.
A especialista afirma
que, como reflexo da saúde mental abalada, esses jovens estão aumentando o
consumo de carboidratos simples e doces, que levam diretamente ao sobrepeso.
"Entre nossos pacientes adolescentes percebemos uma média de ganho de peso
de 5kg nestes últimos meses. Além disso, houve um aumento na resistência insulínica
e nos quadros de pré-diabetes nessa faixa etária", conta a médica.
Outro ponto
interessante, destacado pelo estudo norte-americano e reforçado pela nutróloga
é que a busca pelo diagnóstico e tratamento destes distúrbios alimentares tem
sido postergada, em decorrência do cenário pandêmico. "Os pais demoram
mais para notar as mudanças nos filhos e buscar acompanhamento médico,
acreditando que pode ser só uma fase ou que é melhor esperar a pandemia passar,
mas isso contribui para que os quadros piorem. Por isso, muitos adolescentes
acabam desenvolvendo síndromes metabólicas e transtornos alimentares",
ressalta a especialista em Medicina Integrativa.
A recomendação é
priorizar o acompanhamento médico de crianças e adolescentes, mesmo durante a
pandemia. "Ao notar mudanças deles, vale procurar por especialistas que
podem, juntos, atuar para minimizar feitos psicológicos e nutricionais nocivos,
causados por esse período de pandemia", conclui a Dra. Esthela.
Dra. Esthela Oliveira - Médica nutróloga, especialista em medicina
integrativa, longevidade e body-mind, pós-graduada em nutrologia esportiva e
ortomolecular. Fundadora da Side Clinic, o espaço traz uma visão mais ampla
sobre o cuidado com o paciente, acompanhando-o em todas as suas esferas:
físico, emocional e mental, por meio da associação de técnicas integrativas
como ferramenta para complementar a medicina tradicional.
@draesthelaoliveira
| Side Clinic @sideclinic
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