Sair da rotina e retomar ao “velho normal” não será uma atividade fácil para as escolas. Neuropsicopedagoga Georgya Correa explica como todos juntos podem superar essas adversidades.
Cada vez
mais pessoas estão sendo vacinadas contra a Covid-19 no Brasil. Porém, crianças
e adolescentes ainda não receberam a imunização, além de muitos professores não
terem recebido a segunda dose. Outros educadores, que são do grupo de risco,
também seguem afastados do trabalho “presencial”. Tudo isso tem levado a um
grau de preocupação expressivo, e ainda há o surgimento da variante Delta do
coronavírus.
Diante
deste cenário ainda incerto, algumas escolas retomaram as aulas presenciais com
algumas medidas sanitárias para manter o distanciamento físico entre todos os
envolvidos nas atividades acadêmicas. Porém, conforme explica a
neuropsicopedagoga Georgya Correa, esta retomada não pode ser imediata, e sim
algo gradativo, pois ainda há lacunas para serem preenchidas: “É algo novo, daí
é comum que exista muitas dúvidas ainda pela frente. É preciso considerar que
os estudantes acabaram acostumando a essa rotina de ficar em casa durante todo
este tempo e agora é preciso trazer algo novo para superar essa barreira. Nós
temos a tendência de se acostumar com o que vivemos e sair daquela rotina não é
algo fácil, daí é comum vir uma carga de sentimentos negativos junto com tudo
isso. Mas, os professores e os alunos podem descobrir uma nova maneira de
entreter, divertir e retomar o prazer da aula. Mesmo que tudo seja novo para
todo mundo e seja um caminho repleto de descobertas para todos os envolvidos”.
Sair do
lugar comum não é uma tarefa das mais fáceis. Após pouco mais de um ano em
casa, é preciso que a escola esteja pronta para este recomeço, onde a criança e
o adolescente deixará de lado os hábitos que teve durante este período e terá
que se readaptar para este recomeço. “Não vai ser algo rápido e fácil, daí a
importância de um acompanhamento terapêutico para reconstruir essa ponte entre
a instituição de ensino e o aluno novamente”. Outro detalhe essencial que deve
ser considerado é a retomada da rotina na vida da criança e do adolescente: “É
preciso mudar os hábitos, e fazer com que ele tenha novamente a disciplina de
obedecer aos horários como antes. Durante este período todo, certamente o
horário de sono e alimentação foram todos mudados, então reorganizar isso é
essencial”.
Vale
lembrar que o diálogo dentro de casa será primordial antes de voltar ao normal,
ressalta a neuropsicopedagoga: “A criança se acostumou com uma outra rotina,
agora os pais devem explicar a importância da retomada das atividades, explicar
que aquilo que ela viveu foi uma fase que agora deve passar por esse processo
de transição”.
Não vai ser
fácil, mas ainda assim será necessário um dia retomar à rotina, detalha
Georgya: “Os professores também estão num processo de reaprendizagem. Eles
precisam descobrir como lidar com essas metodologias ativas, o ensino híbrido,
esse uso mais forte da tecnologia, além de encontrar maneiras novas de dar suas
aulas, estudar métodos novos para despertar a atenção do aluno novamente, além
de cuidar de si e deles em relação aos cuidados sanitários. Vai ser um período
de muito questionamento e dúvidas por partes dos estudantes sobre o que virá
por aí. Além disso, não se pode deixar o aluno disperso por conta dos
protocolos que dificultam a interação, como o distanciamento durante a aula.
Não haverá ainda os contatos físicos como antes, então tudo isso precisa ficar
claro antes de retomar como era antigamente. É um processo de readaptação que
será necessário, mas que aos poucos voltará a ser o ideal para todos. Todos em
parceria devem trabalhar juntos para que todas essas dificuldades sejam
devidamente superadas”, completa.
MF Press
Global
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