A transformação digital tem sido escancarada como
um tema recorrente em muitas empresas dos mais diferentes portes e segmentos.
As organizações que estão entrando nesse processo têm notado a importância de
terem bons profissionais para liderarem essa inserção no digital, com
conhecimento e experiência para guiá-las pelos caminhos mais sustentáveis nessa
jornada. Entretanto, tenho notado uma persistente e preocupante quantidade de
erros cometidos na busca por esses líderes que, se não forrem corrigidos, irão
comprometer seriamente a execução dessa jornada de transformação.
Na minha opinião de especialista em recrutamento
desses profissionais, acredito que um bom líder de transformação digital deve
atuar em duas frentes principais. A primeira, enxergando necessidades ou
oportunidades de negócio baseadas em uma mudança de mentalidade e incorporação
da cultura digital. A segunda, na adoção de novas tecnologias que facilitem o
dia a dia da organização. Por mais que essas características estejam claras na
grande maioria dos casos, o anseio por esse profissional é tão grande que elas
acabam passando despercebidas por executivos e pelo próprio RH durante as fases
dos processos seletivos.
Por outro lado, também é preciso que a empresa
esteja preparada para a chegada de um líder dessa área, dispondo de todos os
elementos necessários para que ele possa conduzir seu trabalho, como abertura
cultural e planejamento alinhado. Caso contrário, posso afirmar que as
consequências negativas serão enormes. Um estudo feito pela consultoria
McKinsey comprova essa ideia. Os dados mostram que esses erros fazem com que
70% dos programas de transformação digital em larga escala falhem.
Com base em minha experiência e, observando essa
crescente dificuldade, consegui identificar e listar os erros mais comuns que
vejo sendo cometidos. Conheça a seguir os cinco principais:
#1 Falta de clareza sobre o que é transformação
digital: muitas empresas visualizam e relacionam este
processo ao uso exclusivo da tecnologia, ou ainda pertencente à área de
negócios ou marketing. Esse é um pensamento equivocado e simplista, já que na
realidade, a transformação digital é uma mudança cultural que precisa ser abraçada
por toda a organização. Essa correta definição é fundamental para atrair um bom
profissional e para que ele possa construir e executar a estratégia almejada.
#2 Falta de conhecimento de cultura corporativa: quais são
os desafios culturais a serem superados e os objetivos desejados? São perguntas
essenciais que, infelizmente, não vejo com muita frequência serem respondidas
com clareza por diversas empresas. O conhecimento da cultura corporativa é o
primeiro passo para que o profissional esteja alinhado com as expectativas do
CEO e para que, a partir disso, consiga identificar e traçar o melhor caminho a
ser percorrido.
#3 Barreiras culturais: Já
presenciei inúmeros casos em que o planejamento e implementação da
transformação digital tiveram que ser aprovados por todos os diretores de uma
organização. Isso traz perdas irreparáveis na agilidade dessa mudança. Ou seja,
sem a quebra dessas barreiras culturais e burocráticas, será muito difícil dar
andamento a este processo.
#4 Baixo investimento: a falta de
uma definição clara do orçamento disponível para a jornada de transformação
digital é um dos maiores erros que uma empresa pode cometer. Além de atrapalhar
a visão e o planejamento do líder, também irá dificultar a atração desses
profissionais que, ao assumirem a posição, se sentirão frustrados ao carregarem
as expectativas nas costas de transformar a empresa com pouco ou nenhum
investimento.
#5 Ausência de parceiros estratégicos: a
transformação digital pressupõe a mudança do perfil do profissional ou, a
efetiva criação de novas posições dentro da organização – muitas com trilhas de
carreira relativamente novas no mercado ou que evoluem rapidamente. Por isso,
contar com o auxílio de consultorias especializadas no recrutamento e seleção é
uma estratégia valiosa, dando todo o suporte necessário ao RH para que consiga
lidar com essas novas demandas.
Um líder desta área tem a função primordial de
auxiliar a empresa a construir uma estratégia eficiente e assertiva para essa
jornada. Esse profissional pode ter experiência nas mais diversas áreas
corporativas – tecnologia, marketing, negócios. Na prática, essas origens podem
trazer resultados diferentes, dependendo do segmento da organização.
Portanto, toda empresa deve ter claro qual o nível
de maturidade de digitalização que possui hoje e, principalmente, onde deseja
chegar. Mas, além disso, deve ter certeza do tipo de profissional que está
buscando para conduzir sua transformação digital. Líderes que já tenham
conduzido esse processo em negócios de segmentos semelhantes trarão insights
preciosos e mais adequados às necessidades da sua organização.
Você acredita que sua empresa está preparada para
ter um líder de transformação digital?
Diego Barbosa - gerente da Yoctoo e formado em Administração de Empresas. Possui sete anos de experiência no recrutamento para áreas de tecnologia. Além disso, tem vasto conhecimento na contratação de talentos em toda a América Latina.
Yoctoo
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