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segunda-feira, 28 de junho de 2021

70% dos funcionários escondem sua sexualidade no ambiente de trabalho, segundo estudo da MindMiners em parceria com a SafeSpace

Entretanto, 50% enxerga de maneira positiva as campanhas de marketing do mês do orgulho LGBTQIA+



Uma pesquisa produzida pela MindMiners em parceria com a SafeSpace mostra que 53% dos respondentes do estudo, que são também funcionários de diversas empresas, enxergam de maneira positiva as marcas e organizações que fazem campanhas de marketing no mês do orgulho LGBTQIA+. 

 

Apesar da visibilidade positiva em relação às ações realizadas em junho, quase 70% dos entrevistados disseram que escondem ou já esconderam sua sexualidade no ambiente de trabalho por medo de sofrer discriminação. Ao se assumirem membros da comunidade LGBTQIA+, 55% responderam que já foram ou são vítimas de discriminação.

 

Para Rafaela Frankenthal, cofundadora da SafeSpace, apenas fazer marketing não é o suficiente para apoiar o movimento LGBTQIA+. “É preciso trabalhar para mudar a cultura interna das empresas. Avaliar se os valores e práticas da organização estão caminhando de acordo com o que as empresas prometem na comunicação externa e nas campanhas de marketing''.

 

Outro dado alarmante é que 64% dos respondentes já testemunharam alguma experiência de discriminação com algum colega no ambiente de trabalho pelo menos uma vez - sendo que 45% dos perguntados já testemunharam mais de uma vez. “Adotar a bandeira do arco-íris, o famoso pride, é uma mobilização significativa. As grandes marcas e companhias têm um papel fundamental nessa discussão, mas é preciso que seja um movimento de dentro para fora. E para isso escutar relatos dos colaboradores e colaboradoras sobre a experiência deles no ambiente de trabalho é fundamental. Temos que colocá-los no centro do debate e não esquecer quem são as pessoas que devem ser protagonistas das ações a favor do movimento”, explica Frankenthal.

 

Para chegar a esses resultados, foram entrevistadas 220 pessoas, todas autodeclaradas LGBTQIA+, entre os dias 7 e 14 de junho de 2021, com recortes de classe social, faixa etária, e região.


 

Marketing LGBTQIA+


Cerca de 40% dos entrevistados não souberam dizer se a cultura interna de suas empresas sustentam os valores a favor do movimento LGBTQIA + que promete durante o mês do Orgulho.

 

Danielle Almeida, CMO da MindMiners, reforça que as empresas precisam trabalhar de forma a tornar essa discussão mais confortável entre os funcionários. Na pesquisa, 35% dos entrevistados destacou ainda se sentir pouco ou nada confortável para tratar sobre ser LGBTQIA+ no ambiente de trabalho. “Construir um ambiente seguro é um primeiro passo para conseguir também desenvolver campanhas mais efetivas, que reflitam verdadeiramente os valores que a marca já possui e coloca em prática internamente”, conta Almeida.

 

Para Rafaela, esse dado mostra como muitas empresas criam ações pontuais e, depois de um tempo, deixam que a temática caia no esquecimento. “Daí a importância das empresas não só levantarem bandeiras de diversidade e da inclusão nas datas comemorativas, e sim carregarem essa  no DNA da organização”, afirma Frankenthal.

 

Mais dados da pesquisa corroboram a afirmação da cofundadora da SafeSpace: 80% dos entrevistados concordam que as empresas se aproveitam da data para levantar uma bandeira de ativismo social como manobra publicitária.

 

O estudo também perguntou aos participantes o que eles acham sobre a venda de produtos comemorativos estampados com a bandeira  LGBTQIA+. Para 42% dos entrevistados, isso não passa de uma tacada de marketing.

 

“O grande perigo de não saber trabalhar a representatividade de forma justa e criativa nas campanhas é conseguir o efeito oposto ao pretendido, podendo gerar impressões negativas para a empresa ou marca”, destaca Almeida.


 

Como virar esse jogo?

 

Para aumentar, de fato, a inclusão de pessoas LGBTQIA+  dentro das empresas, as pessoas entrevistadas acreditam que a ação mais importante é  contratar mais pessoas da comunidade LGBTQIA+. Em segundo lugar, criar políticas e mecanismos anti-assédio e anti-discriminação, e em terceiro lugar participar de mais eventos da comunidade. “Essas são, sem dúvidas,  práticas mais concretas e que contribuem para a evolução verdadeira das empresas"", finaliza a co-fundadora da SafeSpace.

 


 

SafeSpace

https://safe.space/por-que-safespace


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