O
desenvolvimento de um embrião fora da cavidade uterina traz riscos para a
gestante e deve ser diagnosticado o mais breve possível
Uma revisão de estudos
conduzida pela George’s University of London, no Reino Unido, mostrou um
panorama dos efeitos da pandemia de Covid-19 durante a gestação e possíveis
repercussões que a contaminação da gestante pode trazer ao feto.
Segundo o estudo, mais
mulheres grávidas morreram, tiveram complicações ou deram à luz bebês
natimortos durante a pandemia do que em anos anteriores.
Dentre os resultados
maternos e fetais globais que pioraram durante a pandemia, um ponto que chamou
a atenção de especialistas foi o crescimento em quase seis vezes do diagnóstico
de gravidez ectópica no último ano.
“O aumento dos casos de
gravidez ectópica possivelmente está relacionado ao processo inflamatório
provocado pelo coronavírus, dificultando a passagem do óvulo fecundado, que
acaba por se desenvolver fora do útero”, aponta o Dr. Thomaz Gollop, Professor
Colaborador de Ginecologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí.
Este aumento é
especialmente preocupante pelo risco que a gestante corre caso o problema não
seja identificado.
“Se não diagnosticada,
com a evolução da gestação ectópica, pode ocorrer o rompimento da trompa e uma
grave hemorragia”, alerta o Dr. Thomaz.
Gravidez ectópica
A gravidez ectópica é considerada a principal causa de morte materna no primeiro trimestre da gestação, responsável por 9% dos óbitos maternos durante o ciclo gravídico-puerperal.
Segundo um trabalho
apresentado recentemente na Faculdade de Medicina de Jundiaí, a incidência é de
1% a 2% nos países industrializados.
“Após a primeira
ocorrência, a recorrência é de cerca de 15%. Se houver dois ou mais episódios,
essa taxa pode chegar a pelo menos 25%”, explica Rafaela Pescarini Fabricio,
aluna do 6º ano da Faculdade de Medicina de Jundiaí, uma das autoras do
trabalho.
As chances de uma
gravidez ectópica são, portanto, maiores entre mulheres que já tiveram um caso
anterior, mas a maior incidência também está associada a cirurgia tubária
prévia, endometriose, doença inflamatória pélvica, uso de contraceptivo de
emergência e tabagismo.
Diagnóstico e
tratamento
O diagnóstico pode ser feito através de um exame clínico detalhado, exames laboratoriais e muitas vezes já nas primeiras consultas do pré-natal, por meio da ultrassonografia.
Conforme a localização do embrião e o tempo gestacional, algumas
opções poderão ser indicadas, incluindo o tratamento medicamentoso, com
metotrexato, ou cirúrgico, com videolaparoscopia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário