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quarta-feira, 30 de junho de 2021

Casos de alopecia disparam na pandemia

Atualmente, a alopecia atinge mais de 2 bilhões de pessoas no mundo, segundo informações da Academia Americana de Dermatologia (AAD). Em nosso país, o distúrbio se faz presente em cerca de 42 milhões de brasileiros, conforme dados do último levantamento divulgado pela Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC). A pesquisa também expõe que jovens com idades entre 20 e 25 anos representam 25% dos casos – geralmente relacionados a problemas emocionais e genéticos.

O cabeleireiro e terapeuta capilar Eduardo França aponta que a incidência de casos de alopecia tem crescido bastante nos últimos anos, mas o período de pandemia revelou um contexto ainda mais grave.

“A apreensão, ansiedade e estresse trazidos pela atual crise sanitária provocaram alterações hormonais em uma grande parcela da população. Uma das principais consequências dessas mudanças no organismo foi a queda parcial ou total de fios tanto do couro cabeludo quanto de outras partes do corpo. As queixas deste tipo de problema aumentaram bastante de dois anos para cá e tem gerado muita angústia, sobretudo nas mulheres, que foram as mais afetadas. Além do abalo emocional, a própria covid-19 tem provocado a elevação da perda capilar em pessoas que já passaram pela doença. Isso é muito alarmante. Também tenho presenciado muitos casos como estes”, comenta.

De acordo com Eduardo, o distúrbio pode ser causado por diversos fatores e se manifestar de diferentes formas. “A alopecia acomete homens e mulheres e pode ser impulsionada por características genéticas, processos inflamatórios, patologias sistêmicas e condições incomodas como o hipotireoidismo, hipertireoidismo, lúpus eritematoso, depressão, líquen plano, sífilis secundária e micose no couro cabeludo. O problema ainda pode ser estimulado pelo uso de alguns medicamentos, contato com produtos químicos nocivos à saúde, deficiência de proteínas, ferro, biotina e zinco, reações hormonais pós-parto, situações estressantes e dentre outras ocorrências”, destaca.

Existem cerca de sete tipos de alopecia e as duas mais comuns são a androgenética e a areata. “A androgenética tem início na adolescência, mas só fica aparente por volta dos 40 ou 50 anos de idade. Ela se desenvolve de maneira progressiva, deixando os fios cada vez mais finos. Já a areata pode surgir em qualquer idade, acomete 2% da população e se caracteriza pela formação de falhas de formato arredondado ou oval no couro cabeludo, podendo também atingir os cílios, sobrancelhas e barba”, explica.

Essa última, está relacionada a fatores imunológicos e ainda costuma ocorrer quando uma pessoa passa por situações de grande estresse, que acabam contribuindo para que as células de defesa do corpo ataquem o folículo piloso. A inflamação ao redor do folículo impede que ele produza o pelo e faz com que o mesmo se desprenda do couro cabeludo, resultando no aparecimento de áreas sem a presença de fios.

O diagnóstico pode ser obtido por meio de exames dermatológicos e de sangue que ajudarão a identificar ou descartar possíveis doenças infecciosas ou autoimunes. Em alguns casos será necessária a realização de uma biopsia do local atingido pelo distúrbio. “Outra técnica que também contribui para a análise do contexto capilar de cada pessoa é a tricoscopia. Por meio desse procedimento é possível analisar pequenas estruturas que não são vistas a olho nu”, recomenda.

Segundo Eduardo, a alopecia pode ser controlada e amenizada por meio de diversas terapias capilares, como a ledterapia, ozonioterapia, aromaterapia, microagullhamento, argiloterapia e entre outras.

“Além delas, o problema também pode ser atenuado com a utilização de shampoos antiqueda e o uso tópico de corticoides e antralina. Para casos mais graves é indicada a realização de transplantes capilares. Ainda é essencial lembrar que todos os tratamentos que proporcionem equilíbrio a microbiota do couro cabeludo, ajam na suavização de processos inflamatórios e estimulem o crescimento e fortalecimento da fibra capilar são ótimas alternativas”, ressalta.

Por fim, o terapeuta capilar aconselha que antes de iniciar qualquer tratamento, as pessoas busquem pela orientação de um bom profissional, seja ele tricologista ou dermatologista. “Somente estes especialistas estão qualificados para avaliar a saúde geral de cada indivíduo, fazer o diagnóstico e indicar o método ideal para cada caso”, completa. 


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