Edição especial do Vigitel 2018, sobre trânsito,
mostra ainda que homens e mulheres apresentam prevalências semelhantes na
associação celular e direção, 19,6% e 18,8%, respectivamente
No mês de
conscientização de segurança no trânsito (Maio Amarelo), o Ministério da Saúde
chama atenção de condutores de veículos que usam celular ao dirigir. Dados do
primeiro relatório do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) voltado especificamente para o
trânsito, apontam que 19,3% dos motoristas das 26 capitais brasileiras e do
Distrito Federal admitiram usar o celular enquanto dirigem. A pesquisa Vigitel
2018 – Comportamento no Trânsito mostra ainda que homens e mulheres apresentam
prevalências semelhantes na associação celular e direção, 19,6% e 18,8%,
respectivamente.
Os dados chamam
atenção especialmente quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que usar
o celular durante a condução de veículo aumenta em quatro vezes as chances de
se envolver em um acidente. Entre as capitais, por exemplo, as maiores
prevalências para o uso de celular e direção, para adultos maiores de 18 anos,
foram observadas em Belém (24%), Rio Branco (23,8%) e Cuiabá (23,7%), enquanto
as menores foram observadas em Salvador (14,1%), Rio de Janeiro (17,1%) e São
Paulo (17,2%).
De acordo com o
relatório do Vigitel 2018 – Comportamento no Trânsito, as maiores prevalências
de relatos de uso de celular durante a condução de veículos foram observadas
entre indivíduos com maior escolaridade (12 anos de estudo ou mais), 26,1%, e
adultos jovens (25 a 34 anos), 25,0%.
Os dados são parte
do primeiro relatório do Vigitel, com resultados específicos para a população
de condutores de veículos motorizados. Os indicadores do estudo incluíram
também multa por excesso de velocidade, blitz de trânsito, teste do bafômetro e
condução de veículo motorizado após consumo de bebidas alcoólicas.
SOBRE O VIGITEL
Desde 2006,
implantado em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito
Federal, o Vigitel monitora a frequência e a distribuição dos principais
determinantes das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e de lesões no
trânsito, por meio de inquérito telefônico. O Vigitel compõe o Sistema de
Vigilância de Fatores de Risco de DCNT do Ministério da Saúde e, junto com
outros inquéritos, como domiciliares Pesquisa Nacional de Saúde e a Pesquisa
Nacional de Saúde do Escolar, vem ampliando o conhecimento sobre as DCNT e as
causas externas no País.
Além de atualizar a
frequência e a distribuição dos principais indicadores relacionados a
comportamentos no trânsito para o ano de 2018, a publicação descreve a evolução
anual de alguns indicadores desde 2012. Com isso, o Ministério da Saúde cumpre
a tarefa de monitorar os principais fatores de risco para ocorrência de lesões
no trânsito, contribuindo para a formulação de políticas públicas que promovam
a melhoria da qualidade de vida da população brasileira. Os resultados desse
inquérito subsidiam o monitoramento de fatores de risco prioritários no
Programa Vida no Trânsito (PVT)
PROGRAMA VIDA NO TRÂNSITO
Desenvolvido pelo
Ministério da Saúde, em parceria com estados e municípios, o Programa Vida no
Trânsito (PVT) se apresenta como a principal resposta do setor saúde aos
desafios da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ações pela
Segurança no Trânsito, cuja meta é reduzir 50% dos óbitos por lesões de
trânsito entre 2011 a 2020 e também para a meta 3.6 dos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável – ODS.
Lançado em 2010, em
cinco capitais, e expandido em 2014 para as demais, o PVT vem auxiliando
governos federal, estaduais e municipais na adoção de medidas para prevenir as
mortes e lesões graves no trânsito e promover a mobilidade segura. Trata-se de
um programa intersetorial que busca, a partir de evidências e análises
integradas de dados produzidas localmente, subsidiar intervenções nos âmbitos
da segurança viária, fiscalização, educação e atenção às vítimas. O programa
foca em fatores de risco (tais como álcool, velocidade, uso de equipamentos de
proteção, uso de celular) e grupos de vítimas mais vulneráveis como pedestre,
ciclista e motociclista.
Atualmente, o PVT
está implantado em 55 municípios, sendo todas as capitais, com exceção do Rio
de Janeiro, e mais 29 municípios, com uma abrangência de 50,9 milhões de
habitantes no país.
No Brasil, entre
2010 e 2018, houve redução de 32% nestes óbitos, todos os estados apresentaram
redução de óbitos, segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade
(SIM) do Ministério da Saúde. No ano de 2018, a taxa de mortalidade por lesões
de trânsito foi de 14,8 óbitos por grupo de 100 mil habitantes e em 2010, a
taxa do país era de 21,8 óbitos a cada 100 mil habitantes. Em algumas capitais,
a redução foi superior a este percentual, de modo que cinco delas já alcançaram
a meta global de redução de 50% dos óbitos por lesões no trânsito: São Paulo
(-72,5%); Aracajú (-57,8%); Fortaleza (-51,2%); Recife (-50,4%); Rio Branco
(-50,0%); enquanto outras estão próximas de alcançar esta meta: Goiânia
(-49,9%); Maceió(-49,2%); Porto Velho (-49,2%); Boa Vista (-44,8%); Belo
Horizonte (-44,7%); Salvador (-43,0%); e Macapá (-42,0%). Em números
absolutos, em 2018 foram registrados 32.655 óbitos por lesão de trânsito
no país, enquanto em 2010 o total de óbitos foi de 42.844.
Natália Monteiro
Agência Saúde
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