Veja o que diz a dermatologista
Luciana Garbelini
A
quarentena pressupõe dias em casa e menor contato com o sol. Mas se engana quem
pensa que doenças de pele como o melasma podem piorar apenas durante períodos
consideráveis de exposição aos raios ultravioleta. Por
isso, a dermatologista Luciana Garbelini, da Clínica Luciana Garbelini de São
Paulo, explica mais sobre o quadro e ressalta algumas atitudes que levam a sua
piora mesmo estando em casa ou em ambientes fechados.
Condição
que afeta as mulheres com mais frequência, mas também pode ser visto em homens,
o melasma é uma alteração da pigmentação da pele exposta ao sol que se
caracteriza pelo surgimento de manchas acastanhadas. Essas marcas costumam
acometer a face e geralmente aparecem na maçã do rosto, testa, buço ou queixo.
Porém, a Dra.Luciana destaca que também pode haver ocorrência extrafacial,
embora raro, com acometimento dos braços, pescoço e colo. “Outra característica
além da coloração é que as manchas são simétricas”, acrescenta.
Não
há uma causa definida para o melasma, como explica a dermatologista. “Muitas
vezes esta condição está relacionada ao uso de anticoncepcionais hormonais, à
gestação e, principalmente, à exposição solar.” Luciana também ressalta que o
fator desencadeante mais prevalente é a exposição à luz ultravioleta (solar) e,
até mesmo, à luz visível (lâmpadas, computador e celular). “A predisposição
genética também influencia no surgimento do melasma, já que pelo menos 40% das
mulheres relata outro familiar, mãe ou irmã, com a mesma condição”, comenta a
médica.
Durante
o período da quarentena e a mudança de rotina, é possível que muitas pessoas
tenham alterado a disciplina de cuidados com a pele, tanto em relação ao uso
dos tratamentos com cremes clareadores (diurnos e noturnos), como com o uso do
protetor solar. Esta é uma das principais formas de cuidado quando se fala de
melasma. Além do mais, o protetor cor de base tem proteção superior e pelo fato
de estar em casa nem todos optam por essa escolha. “Deve ser repassado a cada
quatro horas e em casa a maioria desconsidera essa necessidade.” Só esse
pequeno cuidado já pode ajudar muito.
Dra.Luciana
ainda aponta para pesquisas mais recentes sobre o tema que consideram que o
estresse físico e emocional tenham influência em manifestações inflamatórias da
pele como o melasma. “Sendo, nesse momento, um fator relevante a ser
considerado”, explica a doutora.
Para
que os sinais não piorem é importante o acompanhamento médico e durante esse
período manter os cuidando e a mesma rotina de tratamento que estava em
andamento. “Usar protetor solar com cor de base mesmo dentro de casa e repassar
a cada três ou quatro horas. Evitar o sol e fontes de calor (forno ou fogão,
sauna, banho muito quente). Não se arriscar em tratamentos caseiros e
milagrosos,” finaliza.
Dra. Luciana Garbelini - Dermatologista
Formada pela Universidade de Santo Amaro. Residência médica em Dermatologia na
Universidade de Santo Amaro, Pós-graduada em Estética Avançada no Instituto
Superior de Medicina. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
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