Atividades são grandes aliadas na
preservação da saúde física e mental durante esse período
O distanciamento social
imposto pela pandemia do novo coronavírus é fundamental para proteção da
população idosa que é a mais ameaçada pela covid-19. Mas há um componente
fundamental a respeito desse distanciamento que é preciso ficar atento para
preservar o bem estar das pessoas com mais de 60 anos: o cuidado com a saúde
física e mental.
Ficar longe das pessoas
tem um impacto muito grande tanto o corpo como na mente dessa população, mas
existem várias formas de suprir a falta de contato com outras pessoas e a
quebra abrupta da rotina.
De acordo com a
psicóloga, especialista em Gerontologia, membro da diretoria da Sociedade
Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Valmari Aranha, a falta de
contato com novos assuntos que não seja sobre a pandemia, tem uma significativa
importância cognitiva que pode ser abalada em função do isolamento e da falta
de interação com outras pessoas. “Com o distanciamento social os idosos acabam
interagindo e conversando menos, pois ficam o tempo todo dentro de casa, muitos
isolados do restante da população, o que acaba se refletindo na diminuição do
contato com diferentes assuntos”, afirma.
Por isso, algumas
estratégias como incluir jogos, especialmente de tabuleiro que envolvam outras
pessoas, como dama, xadrez, bingo, os clássicos Banco Imobiliário, Imagem e
Ação e Master, ou até mesmo jogos de cartas e palavras-cruzadas ajudam a
melhorar a função cognitiva. “Jogos são uma forma de trabalhar o foco e forçam
a prestar atenção em uma única atividade, o que ajuda a trabalhar a memória e
funções cerebrais que são importantes para o dia a dia”, explica a psicóloga.
Atividades como ouvir
música, e nas quais a pessoa se distraia também são muito úteis, pois fazem com
que o idoso ocupe a mente com outras coisas. No caso das atividades físicas
elas ainda trazem o benefício de possibilitar que o idoso se mantenha em forma,
além da melhora do humor decorrente da liberação da endorfina que gera energia
e motivação. É possível realizar algumas atividades físicas simples dentro de
casa como caminhadas curtas, levantar e sentar da cadeira algumas vezes e subir
e descer nas pontas dos pés com algum apoio, lembrando a importância de sempre
contar com o apoio de um especialista.
Tecnologia
e aprendizado
O uso da tecnologia na rotina
dos idosos também é uma excelente estratégia para suprir essa necessidade nesse
momento, pois ficando em casa é necessário haver um estímulo extra para criar
situações interativas.
Ela pode estar presente
tanto nos jogos eletrônicos, como ser uma ferramenta de aprendizado, servindo
mais uma vez como um importante exercício de apoio cognitivo. Além disso, é uma
oportunidade para quem não tem familiaridade aprender a lidar com as
tecnologias digitais, o que ajuda na melhora da autoestima, pois aprender uma
nova atividade o faz se sentir apto a cuidar da própria vida e é mais um
conhecimento acumulado.
“Diferentemente dos
jovens, que aprendem coisas novas a toda hora, as pessoas mais velhas precisam
se planejar e criar situações para aprender. Por isso, mais do que possibilitar
o contato com outras pessoas e ajudar a combater a solidão, o aprendizado de
novas tecnologias serve de estímulo e de reforço para a autoestima e
consequentemente evita adoecimentos emocionais. explica Valmari Aranha.
A especialista alerta ainda que é preciso respeitar
os gostos, aptidões e a história de vida de cada um, pois a população idosa é
heterogênea e não existe uma regra comum. “É preciso saber escolher atividades
que despertem o interesse e que façam parte da realidade dela. Um contador
provavelmente vai gostar de atividades com números. Um idoso que sempre
praticou esportes, talvez se interesse por um jogo que envolva mais atividade
física, como a prática de game, por exemplo, Nintendo Wii e Xbox”, conclui.
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