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A moeda americana flertando com os R$ 6,00 fez
com que, em média, 20% da safra para outras temporadas já fosse vendida
O dólar, que atualmente gira em
torno de R$ 5,60, perto dos R$ 6,00, tem causado impulsos na venda das safras
de soja não apenas deste ano, como de 2021 também, com a desvalorização cambial
compensando as perdas em bolsa.
De acordo com
Esalq/BM&FBovespa, calculado pelo Cepea, esta oleaginosa está cotada a
menos de US$ 9 o bushel em Chicago – a saca negociada em Paranaguá (PR) supera
R$ 95, com alta acumulada de 6,65% na parcial do mês de março.
Por conta desses baixos preços, de
20% a 33%, a depender da região, o esperado para as próximas temporadas já foi
comercializado, o que aumenta as fixações em reais para o ano que vem.
Em todo o país, algumas regiões têm
maiores percentuais dos seus custos em dólar do que outras, como o
Centro-Oeste. Em Mato Grosso do Sul e Rondônia, há um percentual de custo em
dólares bem maior do que no Sul.
O Mato Grosso está no topo da lista
de estados nos quais a colheita de 2021 está mais adiantada. De acordo com os
dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), 20,27% da
safra estava comercializada até o último dia 9 de março. No mesmo período de
2019/2020, o valor observado era de 2,45%.
Trocas
A valorização do dólar em relação
ao real ajudou no preço das exportações, mas também enfraqueceu e desacelerou a
troca positiva por insumos, isso por conta da desvalorização da soja em dólar e
da valorização internacional de fertilizantes.
Dados apurados pela INTL FCStone
Inc., empresa de serviços financeiros customizados e gerenciamento de
volatilidade, tendo como base o Porto de Paranaguá, no Paraná, demonstram que,
desde o início do ano, o valor em dólar da ureia aumentou 10% e o do MAP, 17%.
Diferentemente do cloreto de potássio (KCl), que teve baixa de 16%. Em reais,
houve aumento de 16% na ureia, de 25% no MAP e queda de 9% no KCl.
Expectativas
Ainda
para o final deste semestre, mais precisamente o início de junho, o que se
espera é que as menores demandas façam as peneiras
vibratórias das produções de soja diminuir o ritmo,
acompanhando a baixa prevista para a movimentação do mercado, já que a
participação dos países mais ativos no momento deve abaixar, podendo gerar um
cenário mais favorável aos produtores de grãos do Brasil.
Rodolfo Milone
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