Tudo tem uma primeira vez, assim diz o ditado
popular. Não vamos fugir à regra: este será o primeiro Papo Jedi em 14 anos de
AGR Consultores com conteúdo político. Por quê? Porque acreditamos que temos
que nos posicionar. Todos nós. Empresários, colaboradores, profissionais
liberais e todos os brasileiros que não fazem parte da pequena elite* que se
aposenta com benefícios exclusivos e inacessíveis à grande maioria.
Estive em Brasília na semana passada e o que
eu vi por lá, logo ao passar pelas portas do desembargue, foram manifestações
contrárias à reforma da Previdência. As faixas, disseminando mentiras
deslavadas foram um gatilho para uma sensação de revolta crescente. Brasília,
cidade tão distante do “Brasil Real”, onde os políticos se aposentam com
“aposentadoria especial” (seriam eles mais especiais que nós?) de até 100% do
salário, onde ministros comem lagosta com champanhe, liderando a discussão
contra a previdência? Não! Temos que nos unir e começar um movimento de
transparência e clareza de forma a sensibilizar o país inteiro desta urgência.
Grandes Números
A previdência e a seguridade social são
deficitárias em mais de R$290 bilhões de reais. Os argumentos que grupos
contrários usam normalmente são apenas para desviar da verdade: você e eu
pagamos para que eles possam ganhar mais que nós. Não deveríamos ser todos
iguais?
Para entendermos de onde vem o déficit, fiz
uma matemática simples, com dados de dezembro de 2017, que apontam um total de
29 milhões de beneficiários que consomem um déficit anual total próximo de
R$280 bilhões. No pódio, o funcionalismo público, representado por
737 mil beneficiários, 2,5% do total, consome 20% do
déficit. Em segundo lugar, os militares representam 3% do
total de pessoas e consomem 7% do déficit. Finalmente, o setor
privado representa94,5% dos beneficiários e consomem 74%.
Deu para entender por que Brasília está unida contra o Brasil?
Quais os principais argumentos contra
a reforma?
De forma simplista, uns falam que a rigidez
da DRU (desvinculação das receitas da união) deveria ser revista, de forma a
alocar para a conta da previdência a receita alocada em outras rubricas. Mas,
não resolve! Simplesmente porque o bolso é o mesmo. A não existência da DRU deixaria
o Tesouro com déficit pois a receita total não é suficiente.
Mas, e se não tivéssemos corrupção? E, se as
empresas devedoras da previdência pagassem suas dívidas com a Previdência?
Claro que ajuda no momento zero. Porém, ambos os valores somados são da ordem
de R$ 600 bi (R$ 150 bi de corrupção* + R$ 450 bilhões* de dívidas). Ou
seja, cobrem no máximo dois anos de déficit. Lembre-se que o déficit é gerado
de forma recorrente e crescente e esses valores são valores acumulados de
décadas e décadas.
Outros grupos de interesse (nome chique de
quem tem mais a perder do que nós) afirmam que a reforma é contra os pobres e
que a população vai morrer trabalhando para ter direito à aposentadoria. Duas
grandes mentiras. Em primeiro lugar, a nova previdência, ao trazer todos os
brasileiros do setor público e do setor privado às mesmas regras de
aposentadoria traz na verdade mais justiça social. Hoje, os mais pobres mesmo
atingindo a idade mínima, têm que continuar trabalhando, uma vez que a
aposentadoria é pífia, quando comparada ao do funcionalismo público. Como vimos
no gráfico acima, a desigualdade hoje é brutal. Em segundo lugar, a expectativa
de vida do brasileiro hoje é de 83 anos, com pequenas
variações regionais. Ou seja, se nos aposentarmos com 60/65 anos ainda podemos
curtir vários anos de ócio.
A reforma
O Brasil tem muitas elites com interesses
próprios, mas dificilmente com interesses em melhorar o Brasil. Ficou muito
claro na semana passada que, por exemplo, para os políticos o que está em jogo
aqui é poder: as eleições de 2022. A sinceridade do Paulinho da Força ao
afirmar que “se a reforma aprovada for de uma economia acima de R$800 bilhões,
o governo terá dinheiro para investir no crescimento do país, logo o Bolsonaro
será reeleito”, deixa claro que políticos contrários à reforma não querem ver o
Brasil crescer. Não estão nem aí com o Brasil e muito menos com o
brasileiro.
A nova previdência retira os desequilíbrios
entre o público e privado, e some com diversas cláusulas de exceção para determinadas
profissões. Portanto, é nosso entendimento que sim, deverá ser sucedida de
ajustes em alguns salários e planos de carreira. Um bom exemplo, são os
professores. A classe está reclamando com a mudança de idade para 60 anos
(antes 25 anos de trabalho para mulheres e 30 para homens) quando no nosso
ponto de vista deveriam estar lutando por salários melhores ou, por exemplo,
por incluir em seus salários horas fora de sala de aula dedicadas ao preparo de
conteúdo e a correção de provas. Entendemos que enquanto um professor demora
anos de carreira para atingir um salário de R$ 5 mil, elites de “consultores”
do senado, da câmara e outros departamentos têm salários inicias de R$ 12 mil,
sem em muitos casos ao menos trabalharem tempo integral para servir o estado.
Isso tem que ser corrigido, claro!
Corrente a favor do Brasil
Obviamente, nós da AGR não temos a capacidade
de amplificar a campanha de forma tão brilhante quanto o Tutinha da Jovem Pan.
Também, não temos o tamanho de uma B3, o charme do “Seu Silvio” ou a mídia do
Luciano das lojas Havan. Mas, ao apoiarmos claramente a reforma da previdência,
queremos criar uma bola de neve a favor do Brasil!
VAMOS TODOS LUTAR POR UM BRASIL MELHOR!
REFORMA DA PREVIDÊNCIA JÁ!
Ana Paula Tozzi - CEO, e Jéssica Costa, Sócia da AGR
Consultores.
*Dados da Operação
Lava-Jato e dados públicos da dívida previdenciária de empresas
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