O ultrassom é o exame mais realizado
durante o pré-natal – e não poderia ser diferente. Fazendo uso de ondas sonoras
de alta frequência, inaudíveis para os ouvidos humanos, o equipamento permite
visualizar as condições em que o bebê está se desenvolvendo e, principalmente,
diagnosticar anomalias anatômicas ou ainda defeitos congênitos. De acordo com
Victor Bunduki, especialista em medicina fetal e ultrassonografia do Centro de Diagnósticos
Brasil (CDB Premium), quando o exame detecta
cardiopatias e doenças do tórax, podem ser realizadas intervenções ainda no
ambiente intrauterino, como transfusões de sangue, derivações (ventriculares,
renais), punções de líquido amniótico com finalidade terapêutica etc. –
embora o feto portador de malformação cardíaca grave deva nascer em um
centro de referência provido de UTI neonatal, cardiologistas pediátricos e
cirurgiões cardíacos, já que desse atendimento depende a sua sobrevida.
Mesmo sendo tão importante para a saúde
da mãe e do bebê, dados do IBGE revelam que 40% dos brasileiros vêm ao mundo
sem que a gestante tenha passado por todas as consultas e exames do
pré-natal. Na opinião de Bunduki, quatro
exames seriam o mínimo necessário durante uma gestação normal. “O primeiro exame
é muito útil para confirmar a gestação, identificar o local da implantação e
determinar a idade gestacional. O segundo, também chamado de morfologia do
primeiro trimestre, mede a ‘translucência nucal’. O terceiro exame morfológico
confirma a idade gestacional, avalia o crescimento e, principalmente, a
morfologia fetal. Já o quarto tem o objetivo de avaliar o crescimento, a
quantidade de líquido e a placenta – além de revisar a morfologia. Isso tudo
pode ser realizado também no segundo trimestre, mas existem patologias típicas
do terceiro trimestre que podem levar a alterações de líquido e da placenta”.
Quem determina os pedidos de exame é o
obstetra da paciente, de acordo com as características da gestação. “O
ultrassom não tem qualquer contraindicação tanto para a mãe quanto para o feto.
A partir da quinta semana depois da última menstruação, é possível enxergar o
embrião pelo ultrassom transvaginal – ou, ainda, a partir da sexta semana via
supra púbica. É nessa fase que, apesar de o embrião medir poucos milímetros,
podemos identificar e ouvir seus batimentos cardíacos”, diz o especialista.
Ainda no primeiro trimestre de gravidez
é possível realizar o exame de translucência nucal, como diz Bunduki. “Trata-se
de um exame de rastreamento de alterações genéticas (cromossomopatias) como a
Síndrome de Down, por exemplo, em que a região da nuca do bebê é medida. Em
bebês que têm alterações cromossômicas, essa medida pode estar aumentada. O
exame não tem finalidade diagnóstica, mas seleciona as pacientes que teriam
indicação de estudo do cariótipo, colhido por punção do líquido amniótico, ou
ainda a pesquisa de DNA fetal no sangue materno – exame que vem ganhando
importância por não ser invasivo para o feto”.
Outras malformações estruturais podem
ser detectadas pelo ultrassom. A hidrocefalia, que é o acúmulo de fluido
cérebro-espinhal nas cavidades ventriculares do cérebro, é uma das mais
recorrentes, bem como distúrbios do sistema nervoso central e alguns tipos de
malformações cardíacas. A taxa de detecção do ultrassom gira em torno de
90% na identificação de problemas estruturais. Já o sexo do bebê poderá
ser confirmado por volta do quarto mês de gravidez. “Apesar de o sexo ser
definido no momento da concepção, o órgão genital se desenvolve entre nove e
doze semanas de gravidez. Portanto, entre a 14ª e a 16ª semana, dependendo da
posição do bebê, é possível identificar o sexo da criança”, diz o médico.
Exames um pouco mais sofisticados, como
o ultrassom 3D, 4D e Doppler, também são indicados para checar eventuais
problemas. “O ultrassom com Doppler é indicado para avaliar a circulação da mãe
para o bebê e para checar o fluxo nos vasos internos do bebê. É importante nos
casos de diabetes, hipertensão e retardo de crescimento fetal, por exemplo. Já
o ultrassom 3D nos permite enxergar as estruturas fetais em três dimensões,
melhorando muito a visão da anatomia de superfície, principalmente do rostinho
do bebê. Também é muito útil como complemento do ultrassom convencional em caso
de diagnóstico de malformações. No 4D, além das imagens bastante reais, também
é possível acompanhar os movimentos do bebê”, afirma Bunduki.
Fonte: Dr. Victor Bunduki - médico obstetra,
especialista em medicina fetal e ultrassonografia do Centro de Diagnósticos
Brasil (CDB Premium), em São Paulo – www.cdb.com.br
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