Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista |
Ontem, o estado americano do Alabama aprovou
uma lei que proíbe o aborto em praticamente todos os casos. Mas, a gravidez
ectópica ficou fora da proibição. Entenda o que é essa condição e os riscos
dela
O
Senado do Alabama, nos Estados Unidos, aprovou nesta terça-feira (14) uma lei
que proíbe o aborto em praticamente todos os casos, inclusive estupro e
incesto. As únicas exceções são para situações em que a mãe tem risco de morrer
durante a gravidez ou que o bebê apresente sérias anomalias, além da gravidez
ectópica.
Com
tanto rigor, que chegou a chocar o mundo todo – afinal, até o estupro e o
incesto ficaram fora do rol de permissões para o aborto – por que a gravidez
ectópica consta na lista de condições permitidas para o aborto? “Porque a
gravidez ectópica é uma gravidez que ocorre fora do útero. Quando ocorre na
trompa ou no ovário, ela romperá esse órgão e deixará o feto exposto na
cavidade abdominal, causando hemorragia interna e levando a mulher ao óbito. Na
gravidez ectópica, é necessário interromper a gestação pelo risco de morte
materna”, explica a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e
mastologista, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de
São Paulo (Sogesp) e do corpo clínico do hospital Albert Einstein.
Ela
explica que o procedimento realizado pode ou não ser cirúrgico e, dependendo do
tamanho do saco gestacional, perde-se até mesmo a trompa. “Em sacos
gestacionais ainda pequenos, de até 3,5cm, com embrião menor que 5cm ou Beta
HCG menor que 5 mil como critérios, utilizamos o método de metotrexate, em
injeções intramusculares nas pacientes. Essas injeções interrompem a gravidez
sem necessidade cirúrgica. Porém, quando a gravidez está avançada, o
procedimento cirúrgico se faz necessário”, a médica explica.
É
importante frisar que a gravidez ectópica não tem qualquer possibilidade de ser
revertida para uma gravidez uterina, ou seja, não existe um método cirúrgico
capaz de transferir o saco gestacional da trompa para a cavidade uterina.
“Qualquer tentativa de remoção desse material romperia a placenta e se perderia
o embrião”, diz a Dra. Mariana.
Também
não se sabe o que causa a gravidez ectópica. Porém, ela é mais comum em quem já
teve o problema anteriormente e o risco é aumentado em pacientes que usam o DIU
como método contraceptivo.
Dra.
Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE
Masto: 42874. RQE GO: 71979.
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