Por muitas gerações a prioridade das mulheres,
mesmo as que trabalhavam, era a família. Atualmente, o desafio é maior, já que
a figura feminina ganha cada vez mais participação no mercado de trabalho,
inclusive em cargos de liderança em organizações de todos os tamanhos e
segmentos. Ao mesmo tempo, cresce também a relevância das mulheres dentro de
casa, sendo elas muitas vezes, responsáveis pelo sustento das famílias.
Conscientes da força desta importante mão de obra
e, principalmente, sabendo que para determinadas atividades a presença feminina
é fundamental, algumas empresas passaram a ser mais flexíveis e dispostas a
negociar condições para que suas funcionárias possam desempenhar, sem culpas,
as atividades de mãe como, por exemplo, horários flexíveis, creche na empresa,
homeoffice, extensão da licença maternidade, entre outros benefícios.
Por outro lado, realmente não deve ser fácil ter
que decidir entre uma proposta tentadora de novo cargo e aumento de salário, em
troca de abdicar de mais tempo com a família, até por isso, justificam-se
pesquisas que comprovam que os salários das mulheres ainda são menores que dos
homens. Isso acontece, pois as empresas têm basicamente quatro “moedas” para
oferecer: dinheiro, segurança, status e aprendizado. Quem gosta mais de dinheiro inconscientemente deixará em segundo plano
as outras moedas, abrindo mão principalmente da segurança que significaria
estabilidade e mais tempo para dedicar à família. Há mais homens ganhando mais
e em cargos de chefia, pois eles, ao contrário das mulheres, culturalmente
priorizam a carreira e colocam a família em segundo plano.
Para aquelas mães que pensam em aliar o
crescimento profissional à dedicação aos filhos, o ideal é avaliar bem qual
moeda de troca ela dará prioridade em sua carreira. Normalmente, a
escolha pela segurança é quase instintiva. Como têm uma sobrecarga muito maior de
tarefas que a dos homens, elas tacitamente aceitam ganhar menos em troca de uma
carreira que lhe dê mais segurança e flexibilidade para suas múltiplas
jornadas. Não há nada de ruim nisso e uma opção não é melhor que a outra,
apenas consequências e tudo tem seu preço.
Já quem está disposta a investir mais tempo na carreira, precisará ter
uma boa retaguarda (cuidadores confiáveis, escola em período integral, por
exemplo) ou então optar por trabalhar por conta própria, situação que pode
definir os horários e jornada de trabalho conforme a idade dos filhos. Não é
fácil ser mãe quando os filhos ainda são pequenos e ter uma vida profissional
intensa, mas é possível, com uma estratégia bem pensada, atingir os
objetivos mais no longo do que no curto prazo, pois afinal os filhos crescem e
carreira continua por décadas.
Eduardo Ferraz -
consultor em Gestão de Pessoas há 25 anos e especialista em treinamentos usando
como base a Neurociência comportamental. Acumula mais de 30.000
horas de experiência prática em empresas de vários segmentos. É
pós-graduado em Direção de Empresas e autor dos livros “Por que a gente é do
jeito que a gente é?”, “Vencer é ser você” e “Seja a pessoa certa
no lugar certo”, pela Editora Gente. Para mais informações,
www.eduardoferraz.com.br ; www.facebook.com/eduardoferrazconsultor
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