A
discussão em torno das atualizações das normativas para a telemedicina é uma
das novidades que impactaram o universo da saúde e que ainda muito se tem
debatido. Muito se tem discutido sobre a eficiência deste recurso, mas o fato é
que, assim como a tecnologia muito tem agregado em outras áreas de nossas
vidas, mesmo na própria medicina, ela com certeza pode preencher lacunas que,
dependendo apenas de atendimentos físicos, impactam a vida do paciente.
O
principal valor da telemedicina não é substituir a interação presencial, mas
preencher todo aquele intervalo de tempo entre as consultas e garantir que o
paciente irá sempre retornar. A partir dela, podemos agilizar processos
urgentes, encurtar distâncias, otimizar o tempo, além de conseguir atender
regiões precárias e de pouco acesso à medicina avançada. Em um país com 210
milhões de habitantes e apenas 500 mil médicos, não há dinheiro que resolva a
dificuldade de acesso à saúde.
Porém,
há uma dúvida que precisa ser solucionada antes de qualquer outra: temos uma
base sólida para atender remotamente os pacientes da melhor maneira possível?
Pensando
em atendimento remoto, precisamos analisar principalmente a questão da proteção
de dados do paciente. No último ano, entrou em vigor a Lei Geral de Proteção de
Dados (LGPD) para estabelecer regras sobre a privacidade
de todos os cidadãos, além de ter reorganizado a maneira como empresas
lidam com dados privados. Esse é o principal ponto de atenção. A partir do
momento em que uma consulta é realizada remotamente, na casa de um médico ou
qualquer outro lugar fora de um hospital ou clínica, como os dados do paciente
seriam protegidos? Como garantir a transmissão segura de informações, sem que
haja vazamento de dados ou até mesmo a perda deles?
Hoje,
já existem empresas especializadas em telemedicina que possuem fortes programas
de proteção de dados para um melhor atendimento ao paciente. A normativa
estabelece que os dados e imagens dos pacientes devem trafegar na internet com
infraestrutura que assegure guarda, manuseio, integridade, veracidade,
confidencialidade, privacidade e garantia do sigilo profissional das
informações. Esse é um dos principais pontos de atenção que precisam ser
estudados antes de a telemedicina começar a funcionar de fato em nosso país.
A
regularização da telemedicina tem tudo para ser um grande avanço para o nosso
país - a medicina precisa ser escalável, precisa estar disponível para todos. A
aplicação correta desta nova prática - com a segurança e a proteção de dados
dos pacientes garantidas - é o que definirá o sucesso. Afinal, muitas
complicações da saúde humana e mesmo de vidas podem estar diretamente
relacionadas ao nível de exposição indevida de informações.
Luciana Soldá - Head da
Proxismed, empresa referência em jornada de relacionamento em saúde por meio de
produtos que compõem um Medical Call Center Omnichannel.
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