No mês da Mulher
médico reforça a importância de dar voz à Endometriose
Março é o mês da mulher, que
vem para reforçar a essência da sensibilidade, da feminilidade e do
empoderamento feminino, e falando em poder, não podemos deixar de falar sobre
uma realidade muito presente e pouco falada, a Endometriose. A doença acomete
aproximadamente 180 milhões de mulheres em todo o mundo, fazendo com que a
força feminina seja enaltecida, já que suas portadoras são verdadeiras
guerreiras. Pensando nisso, o mês também foi escolhido para representar o mês
de conscientização desta realidade, visando a transmissão de informações,
aumentando os índices de diagnósticos precoces e reduzindo as questões de
preconceito e estigmatização.
A Endometriose é uma doença
inflamatória crônica que acomete o sistema reprodutor feminino. De acordo com o
Dr. Patrick Bellelis, especialista no assunto, a causa da doença ainda é
incerta, a teoria mais aceita é sobre a menstruação retrógrada, onde o
endométrio, tecido que reveste o interior do útero, sofre alterações durante o
ciclo menstrual para que o óvulo fertilizado possa se implantar. Caso não
ocorra a fecundação, o endométrio descama e o óvulo é eliminado através da
menstruação. Em alguns casos, as células endometriais podem migrar pelo sentido
oposto e cair em outros órgãos da pelve, como trompas, ovários, intestino e
bexiga, permitindo a implantação deste endométrio e levando à formação de focos
de Endometriose.
É muito comum que pessoas e
profissionais leigos sobre o assunto não compreendam a doença como deveriam,
não dando devida atenção e importância para as dores físicas e emocionais que
são causadas às mulheres. O diagnóstico da Endometriose muitas vezes é tardio,
quando a esta apresenta-se em grau avançado. De acordo com a Associação
Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva, estima-se que em
média leva-se 7 anos para a detecção da doença, quando esta já comprometeu a
qualidade de vida da mulher.
Para o médico especialista Dr.
Patrick Bellelis, a conscientização sobre a Endometriose é essencial para que
os diagnósticos sejam cada vez mais precoces, minimizando os impactos da doença
na vida da mulher e de todos ao seu redor. "Já vivenciei histórias de
muitas pacientes que já se sentiram prejudicadas, seja na escola, no trabalho
ou nas relações pessoais, por isso, ressalto a importância dos médicos
valorizarem as queixas dessas mulheres, principalmente os sintomas que se
destacam, a investigação do quadro clínico apresentado é mandatória"
ressalta o ginecologista.
A mulher não se torna menos
mulher ao conviver com a Endometriose, pelo contrário, esta se torna um exemplo
a ser seguido. "O que acontece, é que por causa dos fortes sintomas da
doença, a mulher acaba perdendo a qualidade de vida, o que pode desencadear o
abalo emocional e da autoestima, por este motivo, quero encorajar as mulheres
que passam por isso a vencerem essa situação, ao contrário do que muitos
pensam, a Endometriose NÃO é uma doença maligna, existem tratamentos eficazes e
que devolvem a leveza para a vida dessas mulheres. Fora isso, exames
ginecológicos e a observação de sinais que o corpo manifesta são fatores
essenciais para a garantia da saúde da mulher" destaca o profissional.
Cólicas intensas não são
normais e merecem reconhecimento, a mulher portadora da Endometriose não
precisa sentir dor, ela precisa de tratamento adequado. Portanto, não deixe de
realizar exames periodicamente e caso seu corpo manifeste sinais além dos
habituais, consulte seu médico Ginecologista e relate todos os sintomas
apresentados. Preze por sua saúde!
Dr. Patrick Bellelis - graduado
em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC. Residência médica pela Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo. Possui título de Especialista em
Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação
Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO. Doutorado em Ciências
Médicas pela Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Especialização em
Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo. Faz parte da diretoria da SBE
(Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva)
desde a sua fundação e, atualmente, é Diretor de Sede da sociedade. Médico
Assistente do Setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e
Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo desde 2010. Professor do Curso de Especialização em Cirurgia
Ginecológica Minimamente Invasiva – Pós- Graduação Latu Senso, do Instituto de
Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês desde 2011. Professor do Instituto
de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica – IRCAD –
do Hospital de Câncer de Barretos, desde 2012. Atualmente Dr. Patrick é membro
da CNE (Comissão Nacional Especializada) de Endometriose da FEBRASGO -
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
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