Especialista
explica a importância dos cuidados com a saúde emocional e também da
alimentação para manter um bom funcionamento de todo o corpo
O conceito de saúde definido pela Organização
Mundial da Saúde é: um estado de completo bem estar físico, mental e social e
não somente a ausência de enfermidades. Muitas mulheres acreditam que o cuidado
com a saúde envolve apenas a visita ao ginecologista uma vez por ano para
realizar os exames preventivos, que são de suma importância, porém não garantem
sozinhos longevidade ou qualidade de vida.
A maior parte das pessoas ao pensar em saúde e
qualidade de vida se esquece, por exemplo, da saúde mental e emocional. Segundo
Cíntia Pereira, ginecologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, a
visita ao ginecologista envolve aspectos que vão muito além da ginecologia em
si e que se refletem na sua saúde física, emocional e em suas relações
familiares, no trabalho e na sociedade como um todo. “Uma pessoa com saúde
emocional debilitada pode comprometer vários setores da sua vida: tem
dificuldade em manter relacionamentos, desempenhar funções no trabalho e, até
mesmo, cuidar dos filhos. Esse abalo emocional pode também prejudicar a saúde
física da mulher colaborando para o surgimento de doenças alérgicas,
infecciosas, autoimunes e até o câncer, além de favorecer comportamentos de
risco como o sedentarismo, a qualidade nutricional ruim, o abuso de álcool,
cigarro e drogas”.
Um estudo sobre saúde mental divulgado pela OMS em
2011 apontou que depressão é uma questão grave de saúde pública em todas as
regiões do mundo. O estudo, conduzido em 30 países revelou que a ocorrência de
transtornos mentais é duas vezes maior em mulheres. No Brasil, a pesquisa foi
realizada no estado de São Paulo e apontou que 20% das mulheres apresentam
episódios depressivos pelo menos uma vez ao longo da vida. “Uma das
justificativas para isso seria o acúmulo de responsabilidades sociais e
expectativas no papel feminino que se intensificaram no último século, e embora
representem conquistas importantes, trouxe ao universo feminino um
desdobramento entre o passado e o contemporâneo num acúmulo de tarefas e
expectativas que muitas vezes a levam a um colapso emocional”, explica a
ginecologista.
Já a ansiedade, segundo a OMS, atinge 1 a cada 3
pessoas no mundo, o que representa 4% da população global. Entre as mulheres,
42% sofrem desse transtorno, que é definido pela Organização como sentimento
constante de preocupação, de incapacidade, frustração e medo, pode
manifestar-se fisicamente com náuseas, taquicardia ou “aperto” no peito, dor no
estômago, problemas no sono, dificuldade de manter a concentração, entre
outros.
A especialista explica ainda que a observação
desses transtornos de natureza mental também deve ser avaliada na conversa com
o ginecologista, que muitas vezes é o único veículo de comunicação dessa mulher
e que pode, assim, indicar cuidados que vão muito além dos exames periódicos.
Alimentação e Atividade Física
Outro aspecto de grande importância na abordagem da
saúde da mulher é seu estado nutricional e a realização de atividades físicas.
Em uma visita ao ginecologista, o médico pode fazer o diagnóstico de distúrbios
alimentares, como obesidade, anorexia ou bulimia ou mesmo comportamentos
nutricionais, que se refletem no perfil metabólico e agravam doenças como
diabetes, cardiopatias, hipertensão e hipercolesterolemia.
Mais uma vez, cabe ao especialista um olhar atento.
“As pacientes que passam no Hospital São Camilo com a equipe de ginecologista
recebem não só a orientação para uma boa dieta rica em frutas, vegetais,
leguminosos, peixes, fibras, vitaminas, sais minerais, antioxidantes, beber
água, mas também são aconselhadas a mudar a atitude alimentar podendo receber
um atendimento multidisciplinar com diversos especialistas, como nutricionista,
nutrólogo, cardiologista, geriatra ou mesmo um psiquiatra”, explica Cíntia.
A atividade física também faz parte das atitudes
que são necessárias para que a mulher mantenha sua saúde em dia como um todo
garantindo uma melhor qualidade de vida e longevidade maior. No mundo
contemporâneo onde desde muito jovens as mulheres assumem uma rede de
compromissos entre trabalho, estudo, família e entretenimento, é comum ouvir o
discurso que justifica a vida sedentária: “a falta de tempo”. “Nos
últimos anos, as pesquisas médicas apontam que boa parte da falta de saúde tem
relação íntima com a falta de atividade física. Podemos observar que pessoas
ativas são mais autoconfiantes, menos deprimidas e estressadas, apresentam
maior vigor físico resistindo mais às doenças, mantém um peso dentro da
normalidade e apresentam uma pressão arterial e frequência cardíaca em níveis
mais baixos que uma pessoa sedentária. Além disso, pessoa ativa tem maior
volume de oxigênio pulmonar, o que facilita suportar atividades de longa
duração com mais facilidade, melhora a postura e combate os maus hábitos como
cigarro, álcool e outras drogas”.
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