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sábado, 9 de março de 2019

Dia Mundial do Rim: campanha liga sinal de alerta para avanço da doença renal crônica


  
Considerada problema mundial de saúde pública, insuficiência já atinge uma em cada dez pessoas no mundo; no Brasil, mais de 126 mil dependem de hemodiálise


          A doença renal crônica atinge 10% da população do planeta e é considerada atualmente um problema de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, mais de 126 mil pessoas fazem diálise, dependem de máquinas para substituir os rins, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Celebrado desde 2006, o Dia Mundial do Rim chama a atenção para o crescimento das estatísticas e estimula os cuidados com a saúde renal. A data é celebrada em toda quinta-feira de março. Neste ano, será no dia 14, com ações em diversos países. No Brasil, a campanha já ganhou adesão de personalidades, entre elas, o cantor Leonardo.

          Um dos principais desafios para conter o avanço da doença renal crônica é que ela é “silenciosa” em suas fases iniciais e, na maioria dos casos, só é diagnosticada quando as funções dos rins já estão severamente comprometidas. “As pessoas podem perder até 90% da capacidade renal antes de identificarem os sintomas. Quando a doença é descoberta no começo, o tratamento com medicamento e mudanças no estilo de vida podem estacionar o processo ou retardar sua progressão, evitando a necessidade de hemodiálise ou transplante”, afirma o médico nefrologista Bruno P. Biluca, da Fenix Alphaville.

          Todas as pessoas, em qualquer idade, estão sujeitas a desenvolver a insuficiência renal, mas o risco é maior depois dos 50 anos, para os hipertensos, diabéticos, obesos e aqueles que têm histórico da doença na família, explica o especialista. “A informação e a prevenção ainda são os melhores remédios para preservar a saúde dos rins, por isso, a importância de campanhas como as que são realizadas no Mês do Rim. Ainda é muito pequeno o número de pessoas que fazem exames de urina e sangue anualmente e esses testes, simples e muito acessíveis, já são suficientes para identificar que há algo errado com os rins”, diz Biluca. O médico esclarece as principais dúvidas sobre as doenças renais, seus sintomas, prevenção e tratamento:



O que é a doença renal crônica?
A insuficiência renal crônica é a perda lenta e gradual do funcionamento dos rins, órgãos responsáveis pela produção de urina, pelo equilíbrio químico do organismo e pela eliminação do excesso de líquidos e sais minerais do corpo. Os rins também ajudam a controlar a pressão arterial, participam da formação dos glóbulos vermelhos do sangue e dos ossos.

Quais são os fatores de risco?
A diabetes e a hipertensão são os principais fatores de risco para a doença renal crônica. Juntas, essas doenças estão ligadas a pelo menos 60% dos casos de pacientes em diálise no País. Outro fator importante é a obesidade. Os obesos têm muito mais chances de ter pressão alta e níveis elevados de glicose no sangue, e a possibilidade de desenvolverem DRC é oito vezes maior. Idosos e pessoas com histórico de doença renal na família também estão no grupo de risco. O uso indiscriminado de anti-inflamatórios e o fumo contribuem para desencadear problemas renais.

Como identificar que há algo de errado com os rins?
A doença renal crônica, em geral, é assintomática nos seus estágios iniciais e alguns sinais podem ser confundidos com outros problemas, como a dor nas costas, inchaço nas pernas, fraqueza, náusea e vômitos. Na dúvida, o melhor é consultar um médico. Outros sintomas são alterações na cor da urina (mais escura ou avermelhada), urina com espuma ou com odor forte, dificuldade de urinar, queimação ou dor quando urina e urinar muitas vezes, principalmente à noite e em pequenas quantidades.

Como é feito o diagnóstico?
Dois exames indicam alterações no funcionamento dos rins, o de urina tipo 1 e a dosagem de creatinina no sangue. Apesar de muito simples e acessíveis, a maioria das pessoas ignora a importância de fazer essa investigação regularmente. Assim como a mamografia e o exame de próstata são realizados anualmente para diagnosticar precocemente o câncer, esses testes devem ser incluídos na rotina de saúde.

A insuficiência renal crônica tem cura?
Ainda não há cura para a doença renal crônica, que é progressiva e irreversível. O diagnóstico precoce aumenta as chances de estabilizar a perda das funções renais, retardar sua progressão, diminuir os sintomas e evitar outras complicações, como problemas no coração, nos ossos e anemia. No estágio inicial, o tratamento é conservador, com o uso de medicamentos, adoção de uma dieta adequada, controle de doenças associadas e mudanças no estilo de vida. Quando a doença atinge fases mais avançadas, é preciso fazer hemodiálise (filtração do sangue por uma máquina) ou transplante.

É possível prevenir?
A saúde dos rins está diretamente ligada à saúde do organismo em geral e a adoção de um estilo de vida mais saudável ajuda a proteger o órgão de lesões. Isso inclui a prática de exercícios físicos regularmente e uma alimentação equilibrada e o mais natural possível, evitando produtos industrializados, o excesso de sal, açúcares e gorduras, e reduzindo o consumo de carne vermelha. Para se proteger dos fatores de risco, é importante fazer o controle da pressão arterial, colesterol e glicose.  Outras dicas são manter o corpo sempre hidratado, não fumar ou usar medicamentos sem indicação médica.



A DOENÇA RENAL EM NÚMEROS

1 a cada 10
Pessoas sofrem com problemas renais crônicos no mundo

126.583
Pessoas em tratamento dialítico no Brasil

40 mil
Novos pacientes em hemodiálise no País em 2017

1 em cada 5
Homens e uma em cada quatro mulheres entre 65 e 74 anos tem doença crônica no mundo

R$ 2,2 bilhões
Foram gastos pelo SUS com tratamento de substituição da função renal (TRS) em 2015, cerca de R$ 200 milhões com transplante e R$ 2 bilhões com diálise.

Fontes: Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) e Jornal Brasileiro de Nefrologia


SAIBA MAIS
O Dia Mundial do Rim foi instituído pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) e pela Federação Internacional de Fundações Renais (IFKF) em 2006 e é celebrado sempre na segunda quinta-feira de março. A cada ano, é escolhido um tema para as ações. Nesta edição, será “Saúde dos Rins para Todos” e o objetivo é reduzir o impacto da doença renal.


 
Foto: Reprodução
O cantor sertanejo Leonardo em cena de vídeo da SBN sobre a campanha do Dia Mundial do Rim 2019







Bruno P. Biluca - médico nefrologista: prevenção e diagnóstico
precoce são fundamentais contra aumento das estatísticas


Fenix Alphaville

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