De
modo geral, ao contratar um estagiário, a empresa opta por um profissional com
pouca ou nenhuma vivência no mundo do trabalho, mas que está disposto a aprender
e colaborar para o cumprimento de tarefas diárias da melhor maneira. Com um
caminho ainda a trilhar, é comum que esse profissional em formação busque
referências dentro da própria organização logo nos primeiros dias, tirando
dúvidas com profissionais mais experientes. Neste início, cada aprendizado
reflete diretamente em mais confiança para assumir responsabilidades maiores.
Com o passar do tempo, pode vir a tão sonhada efetivação e não são raros os
casos em que ex-estagiários acabem promovidos a cargos de liderança.
Esse
processo, no entanto, não é algo linear. Uma pesquisa realizada recentemente
com universitários de São Paulo aponta que 44% dos entrevistados repensam a
efetivação por falta de identificação com a empresa.
Atualmente, os jovens tem
a atenção voltada principalmente para organizações que desenvolvem suas
atividades a partir de iniciativas voltadas para diversidade cultural e
sustentabilidade. Se antes as pessoas encaravam a escolha profissional como uma
função a ser cumprida pelo resto da vida, hoje elas buscam transformar o mundo
com a atividade que exercem, enxergando nas pequenas atitudes a possibilidade
de grandes mudanças e também priorizam a qualidade de vida. Por isso, também é
natural que eles esperem relações menos mecânicas com gestores, e feedbacks que
influenciem de fato na sua forma de agir. Além disso, para serem bem-sucedidos
na carreira, os jovens acreditam que as universidades deveriam incluir mais
experiências práticas na grade curricular, além de professores que estejam atuando
no mercado de trabalho.
Para
alcançar esse protagonismo na vida profissional, a internet é uma ferramenta ao
alcance das mãos. Diferentemente do que ocorria no passado, o jovem utiliza a
rede mundial de computadores com objetivo de auxiliá-lo a ter controle sobre a
própria trajetória, em uma sociedade que se transforma no ritmo das redes
sociais e aplicativos de celular. Prova disso, é que 9 entre 10 jovens
responderam que têm no smartphone a principal fonte de informações, dos quais
25% se acham muito conectados, o que certamente influencia na visão de mundo
que esses universitários constroem. Por outro lado, isso não impede que o
processo de escolha do curso se baseie na percepção do mercado e passe também
pela opinião de familiares, o que representa uma particularidade interessante.
Em
linhas gerais, o profissional do futuro é conectado, defensor de causas pelas
quais acredita que vale a pena lutar e busca crescer como ser humano a cada
tomada de decisão, principalmente aquelas que dizem respeito ao universo
profissional. Apesar disso, entende que não está pronto e valoriza o estágio
como forma de aprendizado constante. Além de permitir a inserção do jovem
em uma realidade totalmente nova, a missão do CIEE enquanto agente de
integração é possibilitar que empresas e instituições de ensino trabalhem em
conjunto e sejam conscientes do papel a desempenhar.
Luiz
Gustavo Coppola - Superintendente Nacional de Atendimento do CIEE.
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