Estimativas da SBD
apontam que doença deve atingir 24 milhões até 2045
A endocrinologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), Carla Torres Carvalho, ressalta que o diabetes é uma doença causada por falta da insulina ou da sua ação. O corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose como fonte de energia. O diabetes ocorre quando a quantidade de insulina é insuficiente ou há dificuldade na sua ação para o controle do excesso de glicose adquirida nos alimentos. A doença pode ter caráter hereditário e também ser adquirida por maus hábitos de alimentação e sedentarismo.
A especialista ressalta ainda que existem dois tipos de diabetes. No tipo 1, que é autoimune, o pâncreas perde a capacidade de produção adequada de insulina. Apesar de também ser verificada em adultos, é mais comum em crianças e está ligada a questões genéticas. Já no tipo 2, que é encontrado com maior frequência em pessoas com sobrepeso, há a produção da insulina, porém sua ação é dificultada pela obesidade, gerando a chamada resistência insulínica e, por consequência, o diabetes.
O diagnóstico da doença é realizado por meio de exames laboratoriais que medem o nível de glicose no sangue. Porém, por ser uma enfermidade que demora a apresentar sintomas, na maioria das vezes as pessoas só descobrem o problema quando os níveis glicêmicos estão muito elevados, podendo causar um problema mais grave como um acidente vascular cerebral, por exemplo.
Alimentação
A endocrinologista explica que prestar atenção aos alimentos ingeridos no dia a dia é o primeiro passo para o controle e prevenção do diabetes. "Existem comidas que são ricas em açúcar, mas das quais a maioria das pessoas nem se dá conta, como os refrigerantes e sucos de caixinha, por exemplo", comenta a dra. Carla.
A médica do Seconci-SP ressalta que o importante é sempre evitar os excessos. As frutas são excelentes alternativas de sobremesa para os trabalhadores, principalmente àqueles que que possuem o hábito de ingerir produtos industrializados, mas quando consumidas excesso também podem trazer aumento da glicemia. "Existem frutas como a manga, a banana, o mamão papaia e a lichia que possuem um teor elevado de frutoses (açúcar das frutas), por este motivo recomenda-se o consumo moderado", destaca a médica.
Outro ponto destacado pela médica é a atenção quanto à ingestão dos sucos destas frutas porque, quando estão em estado líquido, a frutose é absorvida mais rapidamente pelo organismo. Por isso, principalmente entre os diabéticos que precisam evitar os picos de glicemia, é melhor o consumo moderado da fruta inteira.
A especialista comenta ainda que existe um mito de que os alimentos integrais, como pães e massas, são totalmente livres de açúcar, o que não é verdade. De acordo com a endocrinologista, apenar de uma quantidade reduzida, estes alimentos possuem açúcar em sua fórmula e precisam ser consumidos com equilíbrio.
A boa notícia, ressalta Carla, é que existem alimentos ricos em 'fibras funcionais', como a chia, a linhaça dourada e a casca de maracujá, que ajudam a reduzir a absorção da glicose. "O ideal é acrescentá-los nas refeições do dia a dia, porque além de ajudarem na saciedade, auxiliam na diminuição da absorção do açúcar pelo corpo", explica.
A médica salienta que o
diabetes não tem cura, mas a partir de uma mudança de hábitos alimentares, com
a diminuição da ingestão de açúcares e gorduras saturadas, aliada à prática de
atividade física, é possível equilibrar os níveis glicêmicos e ter uma vida
normal.
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