Para
o mundo ocidental e religioso cristão o Natal, celebrado no dia 25 de
dezembro, é a festa mais comemorativa e representativa. Segundo os
historiadores, as festividades acontecem há mais de 1.600 anos.
A
palavra “natal” significa “nascimento”. No caso do cristianismo, mais
especificamente “o nascimento de Jesus Cristo”, considerado “o presente de Deus
para o mundo”. Para os cristãos, Jesus é o protagonista do Natal, todas as
festividades giram em torno de sua pessoa, seu nascimento é comemorado em todos
os contextos da cristandade. No ambiente da cristandade, alguns símbolos
são identificados, como os presentes, uma forma de lembrar o presente de Deus;
Jesus Cristo enviado ao mundo na forma de uma criança; o presépio, que
representa a história do nascimento de Jesus por meio de imagens, e os magos
que seguiram a estrela-guia e foram conduzidos para o local em que Jesus
nasceu.
Outro
referencial é a família. Jesus nasceu de (e em) uma família, por isso a
característica de uma festa familiar no período do Natal.
A
data do Natal foi reconfigurada pela igreja cristã a partir do século
III para incentivar os pagãos que estavam sob o domínio do império romano para
que comemorassem o nascimento de Jesus de Nazaré. Com o passar do tempo o
cristianismo tem no Natal seu principal referencial.
No
entanto, milhões de pessoas ao redor do mundo não comemoram o Natal, são
os religiosos que não fazem parte da cristandade, como por exemplo, as pessoas
que seguem o Judaísmo, Islamismo, Hinduísmo, Xintoísmo e outros grupos, como
ateus, agnósticos, humanistas e religiões que não são derivadas do
cristianismo.
Cabe
ressaltar que os judeus não comemoram o Natal mas celebram o
Chanukiá, denominada “festa das luzes”. A festa tem com oito dias de duração e
a cada noite é acendida uma vela de um candelabro montado especificamente para
a ocasião. A tese principal do Chanukiá é “espalhar a luz”, sendo que o
candelabro deve ser acesso na direção de uma janela ou porta para clarear as
ruas que vivem nas trevas.
A
comemoração do Hanukah (também conhecido como Festival das Luzes – Hanukkah tem início
após o pôr do sol, do 24º para o 25º dia do mês judaico de Kislev, o nono mês
do calendário hebraico, coincidindo com os meses de novembro ou dezembro do
calendário gregoriano, que é o que utiliza-se comumente). Durante o
Chanukiá são servidas panquecas de batata e roscas com geleia. Não há troca de
presentes, entretanto, as crianças costumam ganhar dinheiro à meia-noite.
Os
ateus não acreditam na existência de Deus e não comemoram o Natal, apenas
celebram essa data como uma experiência comercial para comprar e vender
produtos.
Os
islâmicos não celebram o Natal. Para o povo muçulmano, o profeta Maomé foi
quem deu sequência aos ensinamentos de Jesus. As festas religiosas mais
importantes para os muçulmanos são o Eid Al Fitr, ("Celebração do fim do
jejum"), celebrado no primeiro dia do mês de Shawwal, o décimo mês
do calendário islâmico. Em algumas sociedades muçulmanas essa celebração é
também conhecida como a "Doce Celebração" ou a "Pequena
Celebração" depois do Ramadan (mês do jejum). Além disso, há o dia
de Eid Al Adha, também
conhecido como Grande
Festa ou Festa
do Sacrifício. Trata-se de um festival muçulmano que sucede a
realização da peregrinação a Meca. Essas festas são sagradas e comemoradas pela
comunidade islâmica, mas não com o intuito de comemorar o Natal.
Para
o Budismo, o Natal é algo espiritual, ou seja, os budistas veem
Jesus como um “Bodhisattva”, um ser elevado que ama a humanidade e faz
sacrifícios por ela. A data mais importante é o Visakha Bucha, comemoração
do nascimento, iluminação e morte de Buda. Geralmente, a festa acontece em
maio, em dia de lua cheia, segundo o sexto mês lunar.
Por
sua vez, para o Espiritismo não existe uma norma declarada a respeito
do Natal, portanto, não há dogmas. As obras kardecistas não fazem menção à
data e os espíritas a celebram como julgarem apropriado. “Amor e
união” são os verdadeiros significados doNatal. Esses valores estão
intimamente ligados à doutrina espírita.
Para
os praticantes da religião do Hinduísmo, existe o Diwalli (Festa das Luzes) uma
das mais importantes festas hindus, que dura cinco dias, e tem basicamente o
mesmo significado do Natal cristão. Durante o Diwali, celebrado
entre as famílias uma vez ao ano, as pessoas estreiam roupas novas, dividem
doces e lançam fogos de artifício.
A
influência cristã decorrente das festividades natalinas acaba contagiando o
mundo inteiro, conceitos como paz, igualdade e justiça são destacados a partir
da figura de Jesus que nasceu e viveu como um ser humano, demonstrando a
possibilidade de uma vida de paz e justiça para todos.
Feliz Natal para
todos.
Cícero Bezerra - coordenador do curso de Teologia
Bíblica Interconfessional do Centro Universitário Internacional Uninter.
Nenhum comentário:
Postar um comentário