Sem
acompanhamento, a asma é mais perigosa na velhice. As crises da doença podem
gerar complicações e até levar ao óbito
Tosse, catarro e crises de falta de ar são sintomas
comuns a diversas doenças pulmonares. A asma está entre as mais conhecidas
delas e uma das que mais atingem os brasileiros: são 6,4 milhões de brasileiros
com a condiçãoi. Por ser uma doença crônica e não ter cura,
acompanha o paciente durante toda a vida e exige tratamento constante, o que
leva a enormes desafios na gestão da saúde pública. Para os pacientes com asma
na terceira idade, as crises podem ser ainda mais perigosas.
A asma é uma doença crônica e inflamatória, tendo
na maioria dos casos uma relação direta com alergia, e que pode provocar sérios
impactos sobre a vida do paciente, tais como dificuldade para dormir, fadiga,
diminuição do nível de atividades e falta no trabalho. Com o envelhecimento, a
doença se torna persistenteii e mais difícil de ser tratada. O
pneumologista da Residência de Clínica Médica do Hospital Universitário de
Taubaté, Dr. José Roberto Megda Filho, explica que "é natural que os pulmões
tenham sua capacidade de respiração um pouco reduzida ao envelhecer, pois o
pulmão envelhece e a capacidade respiratória começa a diminuir após os 40 anos
de idade. Além disso, com o passar dos anos, temos um maior tempo de exposição
à poluição atmosférica e outras substâncias".
Segundo as projeções do IBGE, 1 em cada 4 pessoas
terá mais de 65 anos em 2060iii. O conhecimento da doença e de seus
sintomas é um dos primeiros passos para que as pessoas estejam atentas aos
sintomas de doenças crônicas nessa faixa etária. A asma costuma ser mais
difícil de ser diagnosticada à medida que a pessoa envelhece, porque os
sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças pulmonares e até
cardíacas. Os pacientes idosos vão mais ao hospital e têm maior número de
internações, além de permanecerem por mais tempo nos leitosii. O
especialista ressalta que os asmáticos em idade avançada costumam sofrer com
outras doenças, o que pode dificultar o diagnóstico e tratamento.
Quando as doenças crônicas não
são diagnosticadas e tratadas adequadamente, elas podem levar a internações e
até ao óbito. Os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) de
2015iv apontam que as enfermidades crônicas não transmissíveis foram
a causa de cerca de 72,6% das mortes no Brasil. O número de mortes por asma é
muito maior entre os idososv. A Iniciativa Global para Asma (GINA)vi
determina que a doença não está controlada quando o paciente apresentar
sintomas mais de duas vezes por semana, ter problemas para dormir, utilizar
medicamento de resgate mais de duas vezes por semana e ter limitações na rotina
devido à asma.
"Se a pessoa se queixa de tosse, chiado no
peito e cansaço com frequência, é importante procurar um especialista para ter
o diagnóstico correto. No caso dos pacientes que já foram diagnosticados, a
consulta ajuda a verificar se o tratamento deve ser modificado" reforça o
Dr. Megda. "Como especialista, minha função é explicar os riscos da falta de
tratamento e dar todos os passos para fazer esse tratamento constante".
Para identificar a asma, o exame mais indicado é a espirometria, também chamada
de teste do sopro.
Um dos tipos de tratamento
para asma é broncodilatador, fundamentais para o alívio dos sintomas. O
pneumologista explica que o tiotrópio é um deles: "Esse medicamento pode
reduzir em 21% o risco de exacerbações da asma. Contudo, é importante ressaltar
que o tratamento da doença deve ser de prevenção e controle, não apenas em
momentos de crises, como a maioria dos pacientes faz".
Boehringer Ingelheim
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