Estudo KATHERINE avalia terapia em pacientes com o tipo HER2 positivo
que possuem doença residual
Estudo de
fase III KATHERINE, com foco em câncer de mama HER2 positivo em estágio
inicial, demonstra redução de 50% no risco de reincidência ou óbito em
pacientes com doença residual, ou seja, aquelas que ainda apresentavam doença
nas mamas ou axilas após tratamento neoadjuvante (antes da cirurgia). A
pesquisa, que compara o medicamento trastuzumabe entansina à terapia padrão,
foi apresentada na 41ª edição do San Antonio Breast Cancer Symposium,
tradicional evento da área, com publicação simultânea na revista New England
Journal of Medicine.
Segundo o
estudo, após três anos, 88,3% das pessoas tratadas com esta molécula não
apresentaram recorrência do câncer de mama, comparadas a 77%
das pessoas tratadas com trastuzumabe.[1] A terapia melhorou a
sobrevida sem doença invasiva independentemente de alguns
critérios como: agressividade do receptor hormonal; comprometimento de
linfonodos; e tratamento prévio direcionado para HER2.[1] O perfil
de segurança da droga foi coerente com o observado em estudos anteriores, sem
novos sinais de segurança ou inesperados.[1,2,3]
“Com cada
avanço na redução da recorrência da doença, nos aproximamos um pouco mais da
meta de ajudar todas as pessoas com câncer de mama inicial a terem o máximo de
oportunidades de cura”, afirma a Dra. Sandra Horning, diretora médica e de
desenvolvimento global de produtos da Roche. “Esperamos poder submeter os
resultados do estudo KATHERINE às autoridades de saúde logo que possível”.
A meta do
tratamento do câncer de mama inicial é dar às pessoas a maior qualidade de vida
possível, o que pode envolver uma abordagem terapêutica abrangente, incluindo
tratamento antes e depois da cirurgia.[4;5] Embora tenha havido
avanços importantes nessa meta, muitas pessoas ainda têm recorrência da doença
em longo prazo.[6] O tratamento neoadjuvante, que é administrado
antes da cirurgia, tem como finalidade diminuir os tumores e ajudar a melhorar
o resultado cirúrgico[5;7;8] e, por isso, é considerado fundamental
no cuidado da doença. Já a terapia adjuvante, administrada após a cirurgia, tem
finalidade de eliminar qualquer célula cancerígena remanescente no corpo para
ajudar a reduzir o risco de reincidência do câncer. [5]
Sobre o
estudo KATHERINE [9]
O KATHERINE
é um estudo de fase III, internacional, multicêntrico, aberto, randomizado, com
dois grupos, que avalia a eficácia e a segurança dos medicamentos Kadcyla®
(trastuzumabe emtansina) e Herceptin® (trastuzumabe) como terapia adjuvante em
pessoas com câncer de mama inicial positivo para HER2 que tenham doença
residual invasiva patológica na mama e/ou nos linfonodos axilares após a
terapia neoadjuvante com Herceptin® e quimioterapia.
Sobre
Kadcyla® (trastuzumabe entansina)
É um
conjugado anticorpo-medicamento (ADC) projetado para aplicar uma quimioterapia
potente diretamente nas células cancerosas HER2 positivo, com possível
limitação do dano aos tecidos sadios.[2;3] O produto combina duas
propriedades antineoplásicas vinculadas por um ligante estável: as propriedades
específicas contra HER2 do trastuzumabe (princípio ativo do Herceptin®) e o
agente quimioterápico DM1. [10] Kadcyla® é o único ADC aprovado para
uso em monoterapia em 104 países, incluindo EUA e União Europeia, para
tratamento de pessoas com câncer de mama metastático positivo para HER2 que
tenham recebido previamente Herceptin® e quimioterapia à base de taxano,
separados ou combinados. A Roche tem um contrato de licença da tecnologia de
Kadcyla® com a ImmunoGen, Inc.
Roche
Referências
[1] Geyer, et al.
Estudo KATHERINE. Apresentado no SABCS; 4-8 de dezembro de 2018, San Antonio,
TX, EUA. Resumo nº GS1-10.
[2] Hurvitz SA, et
al. J Clin Oncol. 2013;31(9):1157-63.
[3] Verma S, et
al. N Engl J Med. 2012;367(19):1783-91.
[4] Scharl A, et
al. Geburtshilfe Frauenheilkd. 2015;75(7):683-91.
[5] Johns Hopkins.
Neoadjuvant and Adjuvant Chemotherapy. [Internet; citado em 29 de novembro de
2018]. Disponível em: http://www.hopkinsmedicine.org/breast_center/treatments_services/medical_oncology/neoadjuvant_adjuvant_chemotherapy.html.
[6] Slamon D, et
al. Estudo BCIRG 006. Apresentado no: SABCS; 6-10 de dezembro de 2015, San
Antonio, TX, EUA. Resumo nº S5-04.
[7] Abt NB, et al.
JAMA Surg. 2014;149(10):1068-76.
[8] Kaufmann M, et
al. Ann Surg Oncol. 2012;19(5):1508-16.
[9]
ClinicalTrials.gov. A Study of Trastuzumab Emtansine Versus Trastuzumab as
Adjuvant Therapy in Patients With HER2-Positive Breast Cancer Who Have Residual
Tumor in the Breast or Axillary Lymph Nodes Following Preoperative Therapy
(KATHERINE). [Internet; citado em 29 de novembro de 2018]. Disponível em: https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT01772472.
[10] Junttila TT,
et al. Breast Cancer Res Treat. 2011;128:347–56.
[11] Wolff AC, et
al. J Clin Oncol. 2013;31(31):3997-4013.
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