Pesquisar no Blog

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

LENTES INTRAOCULARES: ESPECIALISTA ESCLARECE DÚVIDAS MAIS COMUNS


“Bom senso, indicação correta e bem-estar do paciente fundamentam os bons resultados”, afirma oftalmologista do Grupo Opty 


O que são lentes intraoculares e em quais situações elas são recomendadas? Muito utilizadas em cirurgias de catarata, elas também podem ser utilizadas para corrigir outros problemas refrativos associados ao problema. Atualmente, a operação de catarata dispensa internação e é considerada um procedimento de rotina: no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, já são cerca de 600 mil procedimentos por ano.

De acordo com o Dr. Jeferson Lautert, oftalmologista do Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem, empresa do Grupo Opty em Santa Catarina, a cirurgia de implante dessas lentes tem evoluído muito nos últimos anos. “O aperfeiçoamento da técnica, bem como a tecnologia aplicada por meio dos aparelhos específicos, se soma a lentes cada vez mais versáteis e adequadas às necessidades de melhor conforto ao paciente”, afirma.

Diante disso, a qualidade de vida dos pacientes amplia consideravelmente. “Hoje contamos com lentes que corrigem grau de miopia, hipermetropia, astigmatismo, tudo ao mesmo tempo, caso haja associação desses problemas. Além disso, a interação praticamente nula com os tecidos traz muita segurança quanto à possibilidade de inflamação. Praticamente não existe rejeição ao material da lente. Bom senso, indicação correta e bem-estar do paciente fundamentam os bons resultados”, conta o oftalmologista do Grupo Opty. A seguir, o Dr. Jeferson Lautert esclarece as principais dúvidas sobre o assunto.


Lente de contato X Lente intraocular

São chamadas de lentes intraoculares (LIOs) as próteses utilizadas para substituir o cristalino opaco, restabelecendo a visão. Outra conquista dos avanços tecnológicos são as lentes intraoculares que corrigem os graus de refração, possibilitando ao paciente restaurar a visão integralmente em apenas um procedimento cirúrgico. São destinadas ao implante dentro do olho e são constituídas de material biocompatível, adequadas ao contato com os tecidos do olho. Geralmente confeccionadas em material plástico especial, recebem diferentes alterações moleculares e de tratamento de suas superfícies, o que as tornam flexíveis e dobráveis, para serem implantadas por meio de cirurgias com incisões menores. 

Já as lentes de contato estão em contato com as estruturas externas do olho, como a córnea, conjuntiva e filme lacrimal. Existem uma ampla variedade de tipos dentro de duas grandes classificações: as lentes gelatinosas (moles e moldáveis) e as lentes rígidas (lentes duras e não moldáveis). As lentes de contato precisam ser trocadas periodicamente, diferentes das lentes intraoculares, que são permanentes.


Em quais situações são indicadas?

Todo tipo de lente ocular tem a finalidade de proporcionar melhor visão e corrigir os erros refracionais dos olhos. A correção da catarata é a principal indicação para as lentes intraoculares. Quando a catarata (opacidade da lente natural do olho) é retirada, uma lente artificial precisa ser colocada no local para exercer o poder de correção. Caso contrário, o paciente precisaria usar óculos com lentes muito fortes, chamadas popularmente de “fundo de garrafa”.

Outra situação possível é o implante de lentes de câmara anterior. São indicadas quando o paciente, geralmente mais jovem, apresenta um alto grau e não pode ser submetido a cirurgia a laser para deixar de usar óculos. 


Existe alguma contraindicação? São indicadas em qualquer faixa etária?

O implante da lente intraocular pode ser feito em qualquer idade, desde que o paciente apresente dificuldade visual por conta de opacificação da lente natural do olho, a qual precisa ser retirada (catarata). Não existe uma contraindicação absoluta ao implante dessas lentes.


Quais são os modelos existentes atualmente?

Hoje existem diferentes modelos de lentes intraoculares. Eles se dividem principalmente nas lentes monofocais e multifocais. As lentes monofocais ou convencionais apresentam apenas um foco de nitidez. Podem ser pensadas para o paciente enxergar para longe ou para perto, de acordo com a necessidade de cada um. Por exemplo, se o paciente ficar com ambos os olhos implantados com uma lente monofocal para longe, vai precisar usar óculos para perto com objetivo de enxergar nessa distância.

Por outro lado, com as lentes intraoculares multifocais, a energia luminosa que chega ao olho, trazendo a percepção da visão, é dividida um pouco para perto e outro tanto para longe. Isso permite visão de longe e perto ao mesmo tempo, diminuindo em muito a necessidade do uso de óculos após a cirurgia.


Como é realizada a cirurgia?

Sucintamente, a cirurgia começa com anestesia local do olho a ser operado, geralmente uma pequena abertura na córnea (<3mm) e aspiração da catarata por meio de um aparelho chamado facoemulsificador. A catarata é literalmente sugada do interior do olho. Uma vez finalizada essa etapa, a lente intraocular é inserida e entra dobrada dentro do olho. Com o posicionamento ideal, a lente toma sua forma original e ocupa o espaço que antes era preenchido pelo cristalino. Ao final, a pequena incisão é fechada, muitas vezes sem necessidade de pontos. Todo o procedimento tem duração de cerca de 15 minutos. 


Como é o pós-operatório?

O pós-operatório para pacientes que foram submetidos ao implante de lentes intraoculares requer alguns cuidados. O uso de colírios antibióticos e anti-inflamatórios por um tempo determinado é fundamental para uma boa evolução pós-cirurgia. Geralmente, não há dor e, embora algum leve desconforto possa ocorrer, o retorno para as atividades habituais é muito rápido, variando de 2 a 5 dias. Deve-se evitar apertar e coçar os olhos, sob o risco de complicações no pós-operatório.


A colocação de lentes intraoculares evita o uso de lentes corretivas externas?

Mesmo após o implante de lentes intraoculares, pode ser necessária a utilização de óculos naqueles casos de implantes convencionais, ou seja, lentes monofocais que podem deixar algum grau residual pós-cirurgia, ou mesmo para corrigir as diferenças de longe e perto (miopia e hipermetropia). Em outras condições, em que o astigmatismo não é corrigido através de lentes tóricas, pode-se necessitar o uso de óculos corretivos.

Por outro lado, muitos pacientes que optam por lentes mais modernas (multifocais, tóricas) acabam não tendo dependência do uso de óculos para suas atividades cotidianas, tanto para longe quanto para perto. O impacto disso é enorme, visto que, muitas vezes, limitamos nossas atividades por conta do uso de óculos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados