“Bom senso, indicação correta e bem-estar do paciente
fundamentam os bons resultados”, afirma oftalmologista do Grupo Opty
O
que são lentes intraoculares e em quais situações elas são recomendadas? Muito
utilizadas em cirurgias de catarata, elas também podem ser utilizadas para
corrigir outros problemas refrativos associados ao problema. Atualmente, a
operação de catarata dispensa internação e é considerada um procedimento de
rotina: no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, já são cerca de 600 mil
procedimentos por ano.
De
acordo com o Dr. Jeferson Lautert, oftalmologista do Hospital de
Olhos Sadalla Amin Ghanem, empresa do Grupo Opty em Santa Catarina, a
cirurgia de implante dessas lentes tem evoluído muito nos últimos anos. “O
aperfeiçoamento da técnica, bem como a tecnologia aplicada por meio dos
aparelhos específicos, se soma a lentes cada vez mais versáteis e adequadas às
necessidades de melhor conforto ao paciente”, afirma.
Diante
disso, a qualidade de vida dos pacientes amplia consideravelmente. “Hoje
contamos com lentes que corrigem grau de miopia, hipermetropia, astigmatismo,
tudo ao mesmo tempo, caso haja associação desses problemas. Além disso, a
interação praticamente nula com os tecidos traz muita segurança quanto à
possibilidade de inflamação. Praticamente não existe rejeição ao material da
lente. Bom senso, indicação correta e bem-estar do paciente fundamentam os bons
resultados”, conta o oftalmologista do Grupo Opty. A seguir, o Dr. Jeferson
Lautert esclarece as principais dúvidas sobre o assunto.
Lente
de contato X Lente intraocular
São
chamadas de lentes intraoculares (LIOs) as próteses utilizadas para substituir
o cristalino opaco, restabelecendo a visão. Outra conquista dos avanços
tecnológicos são as lentes intraoculares que corrigem os graus de refração,
possibilitando ao paciente restaurar a visão integralmente em apenas um
procedimento cirúrgico. São destinadas ao implante dentro do olho e são
constituídas de material biocompatível, adequadas ao contato com os tecidos do
olho. Geralmente confeccionadas em material plástico especial, recebem
diferentes alterações moleculares e de tratamento de suas superfícies, o que as
tornam flexíveis e dobráveis, para serem implantadas por meio de cirurgias com
incisões menores.
Já
as lentes de contato estão em contato com as estruturas externas do olho, como
a córnea, conjuntiva e filme lacrimal. Existem uma ampla variedade de tipos
dentro de duas grandes classificações: as lentes gelatinosas (moles e
moldáveis) e as lentes rígidas (lentes duras e não moldáveis). As lentes de
contato precisam ser trocadas periodicamente, diferentes das lentes
intraoculares, que são permanentes.
Em
quais situações são indicadas?
Todo
tipo de lente ocular tem a finalidade de proporcionar melhor visão e corrigir
os erros refracionais dos olhos. A correção da catarata é a principal indicação
para as lentes intraoculares. Quando a catarata (opacidade da lente natural do
olho) é retirada, uma lente artificial precisa ser colocada no local para
exercer o poder de correção. Caso contrário, o paciente precisaria usar óculos
com lentes muito fortes, chamadas popularmente de “fundo de garrafa”.
Outra
situação possível é o implante de lentes de câmara anterior. São indicadas
quando o paciente, geralmente mais jovem, apresenta um alto grau e não pode ser
submetido a cirurgia a laser para deixar de usar óculos.
Existe
alguma contraindicação? São indicadas em qualquer faixa etária?
O
implante da lente intraocular pode ser feito em qualquer idade, desde que o
paciente apresente dificuldade visual por conta de opacificação da lente
natural do olho, a qual precisa ser retirada (catarata). Não existe uma
contraindicação absoluta ao implante dessas lentes.
Quais
são os modelos existentes atualmente?
Hoje
existem diferentes modelos de lentes intraoculares. Eles se dividem
principalmente nas lentes monofocais e multifocais. As lentes monofocais ou
convencionais apresentam apenas um foco de nitidez. Podem ser pensadas para o
paciente enxergar para longe ou para perto, de acordo com a necessidade de cada
um. Por exemplo, se o paciente ficar com ambos os olhos implantados com uma
lente monofocal para longe, vai precisar usar óculos para perto com objetivo de
enxergar nessa distância.
Por
outro lado, com as lentes intraoculares multifocais, a energia luminosa que
chega ao olho, trazendo a percepção da visão, é dividida um pouco para perto e
outro tanto para longe. Isso permite visão de longe e perto ao mesmo tempo,
diminuindo em muito a necessidade do uso de óculos após a cirurgia.
Como
é realizada a cirurgia?
Sucintamente,
a cirurgia começa com anestesia local do olho a ser operado, geralmente uma
pequena abertura na córnea (<3mm) e aspiração da catarata por meio de um
aparelho chamado facoemulsificador. A catarata é literalmente sugada do
interior do olho. Uma vez finalizada essa etapa, a lente intraocular é inserida
e entra dobrada dentro do olho. Com o posicionamento ideal, a lente toma sua
forma original e ocupa o espaço que antes era preenchido pelo cristalino. Ao
final, a pequena incisão é fechada, muitas vezes sem necessidade de pontos.
Todo o procedimento tem duração de cerca de 15 minutos.
Como
é o pós-operatório?
O
pós-operatório para pacientes que foram submetidos ao implante de lentes
intraoculares requer alguns cuidados. O uso de colírios antibióticos e
anti-inflamatórios por um tempo determinado é fundamental para uma boa evolução
pós-cirurgia. Geralmente, não há dor e, embora algum leve desconforto possa
ocorrer, o retorno para as atividades habituais é muito rápido, variando de 2 a
5 dias. Deve-se evitar apertar e coçar os olhos, sob o risco de complicações no
pós-operatório.
A
colocação de lentes intraoculares evita o uso de lentes corretivas externas?
Mesmo
após o implante de lentes intraoculares, pode ser necessária a utilização de
óculos naqueles casos de implantes convencionais, ou seja, lentes monofocais
que podem deixar algum grau residual pós-cirurgia, ou mesmo para corrigir as
diferenças de longe e perto (miopia e hipermetropia). Em outras condições, em
que o astigmatismo não é corrigido através de lentes tóricas, pode-se
necessitar o uso de óculos corretivos.
Por
outro lado, muitos pacientes que optam por lentes mais modernas (multifocais,
tóricas) acabam não tendo dependência do uso de óculos para suas atividades cotidianas,
tanto para longe quanto para perto. O impacto disso é enorme, visto que, muitas
vezes, limitamos nossas atividades por conta do uso de óculos.
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