Criado em 1999 por sex shops britânicos, o Dia do
Orgasmo é comemorado em 31 de julho e foi criado para estimular o debate sobre
o tema, que ainda é considerado tabu.
De acordo
com a ginecologista Flávia Fairbanks, membro da Comissão Nacional Especializada
em Sexologia da FEBRASGO, o orgasmo pode ser descrito como o “ponto máximo do
prazer, desencadeado pela liberação da tensão sexual que foi acumulada durante
as preliminares.”
Os
benefícios do orgasmo entram em campo tanto no aspecto biológico quanto no
psicológico.
No caso dos
homens, ao ser seguido de ejaculação, pode ser fator importante para a
reprodução. Assim como acontece com o sexo masculino, para as mulheres, as
sensações de prazer trazem um sentimento de bem-estar e permitem que a pessoa
esteja mais aberta a novas experiências.
Dessa
forma, é compreensível o porquê desse momento ser desejado por muitos. No entanto,
não são todos que o atingem.
Segundo um
estudo feito pelo Prosex (Projeto de Sexualidade da Universidade de São Paulo),
no ano passado, metade das mulheres brasileiras não tem orgasmo nas relações
sexuais. Isso acontece, pois essa reação depende não só de fatores físicos, mas
também psicológicos. As mulheres precisam estar bem consigo mesmas e abertas a
atingir esse ponto durante a atividade sexual.
“Muitas
mulheres, principalmente as modernas, estão acostumadas a terem sempre o
controle da situação e não se permitem relaxar durante a relação. Isso impacta
do ponto de vista emocional”, declara Flávia. Além disso, a frustração de não
atingir o ápice nas primeiras vezes é porta de entrada para um ciclo que torna
cada vez mais difícil atingir o orgasmo.
Outro fator
muito discutido é a existência do ponto G, que seria uma zona localizada na
vagina, que estimulada poderia levar ao orgasmo.
De acordo
com a ginecologista, o tal ponto misterioso não existe. “Biologicamente
falando, não há nenhuma área anatômica. O que acontece é que quando estimulado,
o órgão sexual feminino retém sangue e fica mais sensível, levando a mulher ao
orgasmo com mais facilidade.”
A partir
disso, o conhecimento do próprio corpo é essencial para que a mulher possa
identificar seus pontos de prazer e guiar a parceria sexual para os lugares que
devem ser estimulados.
Além do
mais, de acordo com Flávia, é ideal que se tenha paciência e que se demore mais
durantes as preliminares. “Esse momento é muito importantes porque a excitação
feminina pode ser um pouco mais demorada do que a do homem, as preliminares
funcionam justamente para que se tenha um tempo adequado para a excitação”.
A ginecologista ainda aponta como solução para a
falta de orgasmo, a ajuda de especialistas na área que podem esclarecer o
problema e até guiar a pessoa para uma terapia sexual adequada e que, ao final,
pode ter bons efeitos. “Não garanto que depois da terapia a pessoa vai ter
orgasmo em todas as relações sexuais, mas de fato torna a vida sexual mais
prazerosa”, comenta Flávia.
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