A economia interna e o poder de compra dos brasileiros recuperaram a
dinâmica de crescimento do setor a partir da combinação de diversos fatores,
como estabilidade da moeda, oferta de crédito e investimentos em
infraestrutura, assim como privatizações e exportações de commodities, que
aceleraram a implantação de inovações tecnológicas nas áreas de implementos
rodoviários e suspensões dos veículos comerciais nos últimos 20 anos.
Por um lado, o crescimento exponencial do agronegócio e da mineração –
sobretudo com produtos de grande vocação exportadora, como o complexo soja –
demandou veículos de carga com maior produtividade, uma vez que a já saturada
infraestrutura rodoviária nacional não acompanhou essa evolução. Por outro
lado, os investidores da malha ferroviária brasileira recém-privatizada
apresentaram uma nova possibilidade tecnológica de atender a crescente demanda
por transporte de carga, por meio da maior integração entre os modais.
As inovações tecnológicas avançaram a partir de 1998, com a publicação
da Resolução 68/98, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que
regulamentou uma nova combinação de veículo de carga (CVC) com a elevação do
Peso Bruto Total Combinado (PBTC), de 45 para 74 toneladas, sendo responsável
por transformar intensamente o tipo padrão de implementos rodoviários em
circulação no País, bem como suspensões utilizadas em veículos de carga.
Tal resolução provocou intensa renovação da frota brasileira por
equipamentos anteriormente proibidos e/ou inexistentes, como o bitrem e o
rodotrem. A partir de então, mudanças na legislação promoveram a criação de
novas CVCs, bem como a alteração de tais tecnologias, o que demandou
flexibilidade e agilidade para a implantação e a absorção das inovações
tecnológicas.
Hoje outras tendências podem gerar impactos tão significativos como o
visualizado a partir do final dos anos 1990. Uma delas é a recente ampliação do
PBTC para 91 toneladas no Brasil, já regulamentada pela Resolução Contran
663/17, que deve representar um novo marco de alteração no padrão de CVCs
utilizadas por grande parte do mercado, sobretudo os direcionados ao transporte
de commodities minerais e agrícolas.
Com o incremento dos limites legais de carga ao longo das décadas,
acompanhado pela elevação da massa transportada, a indústria deve estar atenta
a trazer produtos e componentes amplamente testados, certificados e dotados de
rigoroso controle de uso. Assim, usuários poderão ampliar a produtividade e
obter reduções significativas de seus custos fixos, gerando maior
competitividade ao produto e ao transporte do País.
Esses e outros assuntos serão discutidos no 10º Colloquium Internacional
SAE BRASIL de Suspensões e Implementos Rodoviários & Mostra de Engenharia,
dias 23 e 24 de maio, no Hotel Intercity Premium, em Caxias do Sul, RS.
Especialistas e formadores de opinião no setor participarão de painéis e
apresentarão trabalhos técnicos, centrados em mostrar tendências que contribuam
para a inovação tecnológica do transporte rodoviário no País.
Claude Domingues Padilha - gerente de
Marketing e Gestão de Rede da Randon S.A. Implementos e Participações e
chairperson do 10º Colloquium Internacional SAE BRASIL de Suspensões e Implementos
Rodoviários & Mostra de Engenharia.
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