Envelhecimento não precisa ser motivo para
isolamento e diminuição de atividades
A população acima dos 60
anos está crescendo e a maioria quer continuar na ativa, decisão que previne
muitos males atribuídos ao envelhecimento, como Alzheimer, depressão, entre
outros. Ao menos é o que explica a psicóloga Salma Cortez.
Segundo o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Brasil o percentual de
pessoas com 60 anos ou mais na população passou de 12,8% para 14,4%, entre 2012
e 2016. Houve crescimento de 16% nessa faixa etária, passando de 25,5 milhões
para 29,6 milhões e a expectativa é a de que, até 2055, o número de pessoas com
mais de 60 anos supere o de brasileiros com até 29 anos.
Por conta da idade, o
cuidado com a saúde deve aumentar. O risco de cair em uma depressão nessa fase
da vida é grande, mas para a psicóloga Salma Cortez, é tudo uma questão de
manter a mente ativa. "Há quem diga que a terceira idade é um grande
vazio. Não consigo ver nada mais errôneo para se dizer, principalmente se
considerarmos que há sempre um desafio para cada fase da vida e desenvolver a
sabedoria com certeza é um deles para a maturidade", afirma a
especialista.
A preocupação com a
qualidade de vida está presente em todas as idades. Para a psicóloga, na
terceira idade não pode ser diferente. "O que determina nossa qualidade de
vida depois dos 60 não é em nada diferente daquela ao longo de toda a nossa
vida: a consciência de que o importante é a forma como nos relacionamos com as
múltiplas realidades que nos cercam, que tipo de sentido lhes atribuímos, com
que tipo de atitude escolhemos para lidar com elas, que estado de espírito
desencadeiam em nós. Isso, na verdade, é um exercício de toda uma vida".
Outros fatores, além da
saúde mental, também contribuem para fugir da depressão, como a alimentação
adequada, exercícios físicos regulares, atividades mentais, conversas com
amigos, etc. "Há, na minha visão, um conceito que considero fundamental
para ser vivenciado na terceira idade: a generatividade - busca por conquistas,
a partir da consciência de que podemos deixar pegadas que as gerações vindouras
poderão seguir com segurança", explica Cortez.
É muito importante que o
idoso entenda seu papel em uma sociedade ativa e assuma essa função de
propagador de ensinamentos e sabedoria. Segundo a especialista, essa é a grande
tarefa para a terceira idade: gerar, com criatividade, assistência e cuidados
para as gerações vindouras, ampliar o alcance social, defendendo o futuro.
"Basta a sensação de que se é capaz de fazer algo que tenha muito sentido
e engrandece a nossa vida para gerar vida neuroquímica em nós. Há estudos
demonstrando que este tipo de sensação impacta inclusive na capacidade de
sentir orgasmo durante a relação sexual, mesmo na terceira idade", explica
Salma.
Os estímulos nessa fase
não precisam ser diferentes. "Deve sempre haver certa tensão entre o
patamar que estamos e onde queremos chegar, de modo que o desafio nos
movimente. Qual o seu desafio agora? O que você gostaria de ter feito e nunca
teve tempo? Estas são perguntas que devem ser feitas em todas as fases de nossa
vida para que também tenhamos um senso de realização ao chegarmos na terceira
idade", diz Cortez.
"O grupo de pessoas
na terceira idade está alcançado níveis de importância econômica, vitalidade e
produtividade inéditas na história da humanidade. Não é este o momento de se
subestimar! Lembre-se sempre de uma coisa: seu corpo será tão rígido quanto
seus pensamentos, sua apatia e seus preconceitos, independentemente de sua
idade", finaliza a especialista.
Salma
Cortez - formada em psicologia
pela USP, mestre em Reiki e membro da SBDOF (Sociedade Brasileira de Dor
Orofacial). Terapeuta especializada em tratamento da DTM, desenvolvimento da
qualidade de vida e aprofundamento
do autoconhecimento por meio dos Florais Joel Aleixo e da EFT (Emotional
Freedom Techniques).
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