Muitas vezes silencioso, câncer bucal atinge cerca de 15 mil
pessoas ao ano, sendo a incidência predominante em homens acima de 50 anos
Uma
afta insistente é um sintoma que pode até passar despercebido, mas na
realidade, pode representar um forte alerta para o tumor de cavidade oral,
câncer de boca. Sangramento repentino, feridas, machas brancas ou qualquer
lesão desse tipo que permaneça por mais de 15 dias na boca deve ser investigado
com atenção.
De
acordo com Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil é o terceiro país com
mais ocorrências, cerca de 15 mil casos por ano. O câncer de cavidade oral
tem mais incidência em homens acima de 50 anos e costuma ocorrer na parte
posterior da língua, mas outras regiões como o assoalho bucal, lábios, as
bochechas, gengivas, glândulas salivares, amígdala e o céu da boca também podem
ser afetadas.
Por
ser uma doença que apresenta sintomas sutis, é preciso sempre estar atento aos
primeiros sinais. Além de feridas que não cicatrizam, manchas brancas ou
vermelhas, nódulos na região, dor e dificuldade para mastigar ou engolir são
outros sintomas que podem “ Higiene oral cuidadosa e consultas regulares ao
dentista tem importância fundamental para o diagnóstico precoce do câncer de
boca, uma vez que esse tipo de câncer é silencioso e, muitas vezes, indolor.
Dessa forma, aliar o conhecimento dos sintomas à realização de cuidados com
higiene da boca e consultas regulares ao dentista pode evitar que a doença seja
apenas diagnosticada em estágios mais avançados, ajudando a salvar vidas”,
orienta a dra.
Carolina Fittipaldi, oncologista do Centro de Excelência
Oncológica www.centroexcelenciaoncologica.com.br,
unidade do Grupo Oncoclínicas no Rio de Janeiro.
Fatores de risco
O
desenvolvimento do câncer de boca está muito relacionado ao estilo de vida. O
fumo e o álcool ainda são os principais fatores, com 90% dos casos associados a
esses hábitos, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Nos últimos
anos, o HPV também tem sido um fator principal para o surgimento da doença,
inclusive entre jovens. O contato sexual, principalmente no sexo oral, é a
principal forma de contaminação.
“Apesar
da queda do número de fumantes perceptível nos últimos anos, o câncer de boca
aumentou cerca de 225% na duas últimas décadas, sendo o papiloma vírus um dos
principais fatores responsáveis, visto que ele é capaz de acelerar o
desenvolvimento desse tumor”, observa a médica Carolina Fittipaldi.
A
higiene oral feita de forma precária e inadequada, uma dieta pobre em minerais
e vitaminas e a exposição aos raios UVA e UVB sem proteção nos lábios também
podem contribuir para o aparecimento da doença.
O
tratamento será determinado de acordo com a localização e o estágio da doença.
“Cada caso requer um tratamento específico, que pode combinar a cirurgia para a
retirada do tumor, quimioterapia e a radioterapia”, esclarece a oncologista
do Centro de Excelência Oncológica.
Quando
a doença é diagnosticada ainda no início, as chances de sucesso podem chegar a
90% quando o paciente realiza um tratamento adequado. Nos casos em que a doença
atinge um estágio avançado, esses índices apontam uma médica de 40%.
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