Um dado notório no Brasil a
respeito das empresas é que mais da metade delas fecha as portas em até 5 anos
de vida. Isso é resultado da falta de uma geração de riqueza que leve o negócio
para frente. De modo geral o empresário não está preparado para gerar e gerir o
dinheiro da empresa, e isso é um dos grandes desafios. Entretanto, dinheiro não
é causa, é resultado.
Então, a pergunta que fica é:
o que causa a geração de riqueza de uma empresa? Quais os grandes pilares que o
empresário deve trabalhar em si, e nos negócios, para que os resultados venham?
Quem está no topo, normalmente
o dono da empresa, é quem vai determinar o nível de resultados dela. E o que
este empresário faz de forma consistente é o que vai levar a empreitada ao
resultado. Estamos falando dos hábitos e atitudes que ele tem no dia a dia.
Pensando nisso, listei três destes hábitos para que um empresário tenha alto
desempenho, e com isso melhore sua empresa.
Testar, medir e
analisar: Não fuja dos números. Hoje
metodologias ágeis se tornaram famosas, e o teste passou a fazer parte
constante dos movimentos de campanhas dentro das empresas. Com resultados mais
rápidos se consegue corrigir o curso de ações com maior velocidade. Porém, não
basta testar, é preciso medir corretamente a empresa como um todo, e após
medições precisas e testes conclusivos, ainda falta analisar os dados que se
obteve. Essa é talvez a principal tarefa do empresário, e ele precisa
interpretar essa informação a fim de guiar a empresa para o lucro.
Concentrar-se nesses aspectos é o primeiro passo. Eles fazem toda a diferença
quando tornados hábitos.
Comunicar: Um dos pontos mais terríveis dentro das empresas é
a falta de comunicação, ou a falha dela. Isso porque a comunicação vai
além do que é dito, depende da ausência de interferências e, acima de tudo, da
compreensão de quem ouve. Para se comunicar, não basta exigir que a equipe se
adeque a seu perfil de locução. O empresário precisa entender seu próprio
perfil e dos que trabalham com ele para manter um diálogo que será entendido e
aplicado. É preciso que haja uma comunicação contínua e fluída, que não seja
deixada de lado após o término de uma reunião, ou que seja impedida pela falta
de compreensão do modo de trabalho do interlocutor.
Sistematizar,
automatizar e registrar: A grande
maioria das empresas já tem uma “forma” de trabalhar, isso é certo. Ocorre que
nem sempre esta forma traz resultados. Isso ocorre porque normalmente a “forma”
não está sendo seguida por todos do mesmo jeito ou ela simplesmente não é
eficaz. Então sistematizar é fazer com que se busque um padrão (uma forma) que
seja registrada (por escrito, por exemplo), eficaz e produtiva para que a
empresa obtenha o maior lucro no menor tempo. Automatização é uma forma de
sistematização, sendo que normalmente leva a menor intervenção do ser humano e
maior de máquinas e softwares. Obviamente tudo isso precisa sempre ser
registrado para que o desempenho da produtividade seja analisado. Vamos dar um
exemplo sobre tudo isso. A maioria das empresas de pequeno e médio porte não
tem um processo de vendas bem definido (a sistematização de vendas). Não
estamos falando do caminho do pedido dentro da empresa e sim da forma como a empresa
vende.
Isso faz toda a diferença na eficácia da venda, ou seja, trazer mais
resultados em menos tempo. Em seguida devemos considerar o registro. Neste
mesmo exemplo de vendas, as informações deveriam ser registradas em um CRM para
que todo o histórico esteja claro para toda a equipe. Isso permite que se
conheça bem a situação para uma futura abordagem ao cliente potencial, além de
permitir ao vendedor saber em que fase da venda a empresa está, e qual o
próximo passo a ser dado. Tudo isso faz muita diferença no resultado final.
Deixar de sistematizar, automatizar e registrar não é uma alternativa.
Esses comportamentos permitem
o gestor controlar melhor sua equipe e a si mesmo, sendo um exemplo e
alimentando sua empresa com uma cultura de produtividade. Quando o gestor
possui bons hábitos, fica mais fácil disseminar boas práticas, afinando o
funcionamento da máquina empresarial. Cobrar e ser exemplo, incentivar e
avaliar: essas máximas levam a um alto desempenho. Tudo isso parte de cima para
baixo, demandando foco e esforço, sobretudo do empresário.
Marcos
Guglielmi - treinador de
empresários, empresário e sócio fundador da ActionCOACH São Paulo.
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