A
greve dos caminhoneiros, que hoje chegou ao quarto dia, está paralisando o
Brasil. A falta de abastecimento levou vários setores ao caos. Segundo os
líderes do movimento, a principal exigência é a queda no preço do diesel, que
tem inviabilizado o transporte de mercadorias no país.
O
preço dos combustíveis varia de acordo com a cotação do dólar e do petróleo no
mercado internacional. Sendo assim, caminhoneiros pedem que o governo
estabeleça uma regra para os reajustes do produto, reduzindo a volatilidade nos
preços. A paralisação defende a aprovação do projeto de lei 528, de 2015, que
cria a política de preços mínimos para o frete, bem como a criação de um marco
regulatório para os caminhoneiros.
O
fato é que, com esses profissionais de braços cruzados, agora diversos setores
da economia estão sofrendo. Embora a causa dos problemas seja externa às
empresas que se utilizam do transporte, portanto não-controlável, um melhor
planejamento dessas empresas certamente faria com que o impacto fosse menor num
momento como esse.
Independentemente
do porte ou segmento, toda empresa precisa ter um plano para gerenciamento de
risco. A análise de riscos pressupõe um processo de compreender a natureza do
risco e determinar o nível de sua magnitude e abrangência.
O
assunto é tão importante que existe até uma norma ISO, a 31.001, de gestão de
risco. Essa norma nasceu em 2009, da necessidade das empresas de lidar com as
incertezas que podem afetar seus objetivos estratégicos. Entre eles podemos
citar os financeiros, operacionais, projetos, novos produtos, marketing,
impactos ambientais, entre outros.
Essa
norma visa padronizar as melhores práticas e abordagens que a empresa pode
adotar para analisar e mitigar seus riscos. Cabe destacar que ela apenas sugere
e não define o que a empresa deve fazer. Por esse motivo, essa não é uma norma
certificável.
Junto
com a norma ISO 31.001, surgiu o conceito de Auditoria Baseada em Riscos (ABR),
onde o foco é identificar eventos que possam vir a impactar os objetivos estratégicos
da empresa. A ABR tem o foco preventivo e no futuro. Ela não olha para o que
foi feito e sim para o que “pode” ser feito. A ABR não trata de auditar os
riscos, mas sim as respostas adotadas pela administração, criando assim um
plano de ação para emergências.
Tendo
atenção ao gerenciamento de riscos, certamente os impactos advindos da greve
dos caminhoneiros certamente seria menor em diversos setores. Desenvolver uma
cultura de prevenção, focada na gestão baseada em melhoria contínua, é o melhor
caminho para construirmos empresas mais saudáveis e menos vulneráveis.
Alexandre Pierro - engenheiro
mecânico, bacharel em física aplicada pela USP e fundador da PALAS, consultoria
em gestão da qualidade.
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